𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟑𝟓.𝟏 - 𝐎 𝐢𝐦𝐩𝐫𝐞𝐯𝐢𝐬𝐭𝐨

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❦𝗟𝗜𝗟𝗜 𝗣𝗔𝗨𝗟𝗜𝗡𝗘 𝗥𝗘𝗜𝗡𝗛𝗔𝗥𝗧❦

❦𝗤𝗨𝗔𝗧𝗥𝗢 𝗠𝗘𝗦𝗘𝗦 𝗗𝗘 𝗚𝗥𝗔𝗩𝗜𝗗𝗘𝗭❦

Quatro meses de gravidez. Eu nem acreditei enquanto me arrumava de frente para o espelho do banheiro para finalmente ir ao ultrassom, com sorte hoje eu saberia o sexo da criança que crescia dentro de mim.

As últimas semanas foram extremamentes barulhentas, Jade havia passado 15 dias viajando e voltou à poucos tempo, ela tagarelava muito sobre o hotel hiper mega caro, ou os saltos que tinham o valor de um carro popular.

Esses últimos dias foram até que bons, não como o 3° mês de gravidez em que estive com Cole, pelo contrário, eu me encontrava agora com Kaleb que por sorte não havia tentado qualquer aproximação como aquela no elevador, além das rotineiras saídas com Mazze que por sinal, andávamos bem mais coladas.

- Lili? - Dália entrou no quarto. - Com licença, o senhor Sprouse aguarda a senhorita para saírem para a consulta.

As conversas com Cole se tornaram quase raras, na maioria das vezes ele mandava algum dos inúmeros funcionários falarem comigo, e quando ele tinha que falar, era sempre breve e vago, eu não reclamei. Continuava indo à biblioteca e passava horas à fio por lá sem incomodar e sem ser incomodada.

Jade havia saído para algum lugar que ela me falou mas eu não prestei tanta atenção, não sabia se ela chegaria a tempo ou se a consulta seria só Cole e eu.

Hoje eu vesti novamente a calça jeans e a blusa de alcinha, com o sobretudo por cima para proteger do frio intenso que assolava. Caminhei até a sala onde Sprouse falava ao telefone e pude ouvir alguns trechos.

- Não, não vamos retirar os investimentos das ONGs da África. - Ele encarava o Central Park pelo grande vidro da sala e parecia alterado. - Não, não vai afetar nenhuma das ONGs. - Suspirei indecisa se interrompia ou não. - Diane, não! Minha resposta é não. - Então ele desligou o telefone e se virou para mim com a expressão impassível. - Ouvindo conversa dos outros de novo? - Alfinetou.

- Não queria atrapalhar. - Suspirei e caminhamos até o elevador, entramos juntos e assim que as portas se fecharam eu gelei. Estávamos sozinhos nessa cabine de metal que descia até o estacionamento, sozinhos. Apesar de eu lutar os pensamentos maliciosos me consumiam quando ele quebrou o silêncio.

- Jade não vem. - Ele mexia em alguma função do telefone e não olhava diretamente pra mim.

- Por que? - Perguntei.

- Pedi alguma das minhas funcionárias pra levar ela pra fazer compras e ela foi. - Respondeu guardando o celular e esperando o elevador abrir as portas.

Então ele fez isso. Despachou Jade para que eu pudesse ter esse momento. Eu não, nós, ele ia junto. Era uma sensação estranha e eu me perguntava como ele conseguia agir tão friamente mesmo depois de tudo que aconteceu, esse era o máximo de diálogo que tivemos em semanas.

No carro, silêncio novamente, no elevador da clínica, silêncio novamente, na recepção, silêncio. Quando o médico me chamou no entanto eu percebi que ele continuou sentado.

- Você não vem? - Perguntei ansiosa, eu estava de fato nervosa para a consulta.

- Você não quer ir sozinha? - Perguntou de braços cruzados encostado na cadeira descontraídamente.

Eu queria ir sozinha? Queria. Mas eu sabia que ele também estava ansioso e sendo sensata agora, não fiz esse filho sozinha, ele tinha o direito de partilhar do momento e da emoção.

❦𝗨𝗺𝗮 𝗣𝗿𝗼𝗽𝗼𝘀𝘁𝗮 𝗜𝗻𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝗮𝗱𝗮❦ [𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐚]Onde histórias criam vida. Descubra agora