❦𝗨𝗺𝗮 𝗣𝗿𝗼𝗽𝗼𝘀𝘁𝗮 𝗜𝗻𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝗮𝗱𝗮❦ [𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐚]

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟐 - 𝐀 𝐝𝐚𝐧𝐜̧𝐚

Deus... Eu estava ferrada, cansada, Jade não deu um minuto de paz, sempre algo pra mostrar, uma bolsa da Louis Vuitton, ou as chaves dos seus carros de última geração, coisas supérfluas que nem eu trabalhando uma geração inteira conseguiria pagar. No almoço Cole pareceu notar.

- ...e a salada veio errado, tive que pedir para aqueles incompetentes trocarem, sabe, algum dia você tem que viajar para o Brasil é incrível, uma vez eu...

- Jade. - Cole chamou, até então ele estava calado igual à mim. Ela parou seu relato e encarou ele, continuei mastigando aquela comida desconhecida, eramos apenas nós três em uma mesa enorme e extensa em um cômodo que nunca havia visto maior. - Dê um tempo para Lili, ela está grávida, lembra? - Arregalei os olhos, mas a sorte é que Thirwall encarava Cole.

- Ah, sim. - Sorriu e bebeu um gole do seu vinho. - Tudo bem, talvez ela queira descansar depois do almoço, já pedi pra Janett providenciar seu quarto arrumado, limpo e arejado.

- Obrigada pela recepção, não quero ser incômodo. - Quando alguém diz: "não quero ser incômodo" esperamos mesmo que um falso: "Você não é incômodo" ou algo parecido. Mas isso não veio de Jade que tagarelava momentos antes.

- Você não é incômodo. - Cole falou as palavras que ecoavam em minha cabeça criando paranóias.

- Amor, vou dar uma passadinha no shopping. - Ela sorriu encarando Sprouse. Amor. Deus... Eu teria que aguentar isso?

- Mas hoje é domingo, e você já foi no shopping ontem, não? - Cole perguntou.

- É, mas eu ainda tenho muito o que comprar pra minha viagem. - Sorriu. - Prometo não demorar meu bem. - Meu bem. Fala sério! Eu estava a ponto de levantar e jogar todos aqueles pratos no chão gritando igual uma maluca.

- Certo. Certo. - Cole concordou.

O resto do almoço foi feito em silêncio, como aquilo era bom. Poder finalmente ouvir meus pensamentos e eles gritavam um nome, aquele homem ao lado, sim, Cole Mitchell Sprouse.

Quando terminei minha refeição Janett me encaminhou para meu quarto, e eu tentava a todo custo memorizar o caminho.

- Sua suíte tem closet ao qual já arrumamos suas roupas. - Ela disse adentrando aquele enorme quarto.

No centro uma cama de casal com colchas grossas e brancas, na frente, uma televisão enorme de tela plana e dos dois lados vidros que iam do teto ao chão com cortinas na frente, uma escrivania, uma parede rosé nua de qualquer tipo de arte, o banheiro era enorme com uma banheira, e o closet claro e limpo.

- Essas roupas... - Eram inúmeras roupas, bem mais do que eu havia trago.

- O senhor Sprouse pediu que comprassem roupas para a senhorita. - Ela respondeu. - Agora eu entendo porque. - A última parte eu ouvi, embora tenha quase sussurrado. - Qualquer coisa me chame, com licença.

E ela saiu enquanto eu explorava cada canto daquele lugar. Olhava por todos os lugares, entre as cortinas, embaixo da cama. O banheiro tinha um espelho enorme que subia até o teto enquanto a pia estava totalmente organizada com cosméticos alguns ainda dentro das caixinhas. Encarava o reflexo daquela loira, sim, ela parecia ter sorte, mas o que a vida lhe cobrou por aquele conforto era algo que não teria volta. Um filho.

- Encontrou? - E uma voz me fez pular, atrás de mim, Cole estava com as mãos nos bolsos me encarando, me virei de frente pra ele enrubescida. - Corada? - Droga! Ele se aproximou alguns passos me fazendo recuar. - Gostou?

- Do que? - Eu precisava de distância dele. Mas ele tornava as coisas cada vez mais difíceis à cada passo em minha direção.

- Do quarto, da comida, da cobertura. - Ele continuava, e a cada passo que ele investia em minha direção eu recuava outro pra longe.