𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏𝟒 - 𝐎 𝐞𝐥𝐞𝐯𝐚𝐝𝐨𝐫

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Não sei quantos minutos intermináveis foram aqueles.

Primeiro eu congelei, o medo de perder o emprego e ainda por cima grávida sem condição de imaginar um futuro decente para meu bebê era um sentimento que se aflorava cada vez mais em meu peito.

Segundo que minha mente já estava um caos, meus divertidamentes estavam correndo ao redor da sala de controle enquanto uma luz vermelha piscava e um som extremamente desagradável ressoava pelo lugar.

Terceiro que eu finalmente voltei à mim. Apertei insistentemente o botão chamando o elevador enquanto secava as lágrimas e tentava me recompor. Se eu tivesse que ajoelhar pra poder manter meu emprego, eu faria.

Aquela giringonça parecia brincar com a minha paciência, de fato foram longos minutos de espera até o momento em que adentrei o mesmo e apertei o último andar, a sala de Julian.

E a espera começava a me agoniar, parecia que naquele dia todo mundo resolveu sair do seu posto e circular pelo prédio pois a todo momento alguém entrava e saía enquanto o elevador subia.

Em determinado momento porém eu me vi em crise quando eu começava a me acalmar, até porque eu estava me aproximando da cobertura, foi aí que alguém entrou alí, me forçando a sorrir e a fingir que eu não estava em completo surto.

- Lili! - Ele pareceu realmente feliz.

- Olá, Kaleb. - Sorri mordendo o lábio inferior pra não fazer uma careta.

- Achei que não fosse ver você mais. - Falta 5 andares... Vamos caralho! - Você sumiu.

- Ah, eu tenho andado trabalhando muito sabe. - Expliquei enquanto algumas pessoas entravam no elevador. - E você? Por onde andou? - Essa tática era muito fácil, fazer com que a pessoa estivesse envolvida falando de si mesma enquanto eu me mantinha discretamente calada.

- Trabalhando também, tenho me dedicado muito e aguardado uma promoção. - Ele sorria como se aquilo fosse a notícia que ele tinha ganhado na loteria.

- Ah, que legal. - Sorri.

- E você? Já aprendeu a lidar com os surtos da Adelaine? - Droga! Não me coloque como foco. Faltam 4 andares...

- Vivendo e aprendendo, né. - Respirei fundo.

- Sim. - Ele pareceu sem jeito. - Então Lili, queria falar sobre algo com você. - 3 andares... As pessoas finalmente saíram esvaziando o cubículo, porém, estavamos apenas eu e ele e por um instante aquilo me assustou.

- Tem que ser agora? É que eu tô com uma pressinha. - Brinquei. Realmente eu estava com pressa.

- É rápido. - Ele respirou fundo como que tomando coragem e começou a falar. - Eu sei que já te pedi desculpas pelo que eu falei mas...

- Kaleb, se é sobre isso... Eu já te desculpei, sério. - 2 andares...

- Eu sei. Mas é que eu gosto de você, Lili. - Eu gelei novamente. Então ele se virou pra mim. - Eu gosto de você e eu queria uma chance, sabe.

- Kaleb é que...

- Lili, me dê uma chance de mostrar que o amor existe. - Eu ia vomitar. Aquilo não podia estar acontecendo. Ele estava falando realmente sério?

- Kaleb... - E sem aviso ele segurou minha cintura enquanto iniciava um beijo.

Seu toque me fez estremecer, não de prazer, e exatamente por não ser prazer que eu fiquei envergonhada.

A eletricidade percorrendo minha pele não estava lá, e a atmosfera do elevador não se aqueceu mesmo que estivéssemos em um cubículo totalmente fechando.

❦𝗨𝗺𝗮 𝗣𝗿𝗼𝗽𝗼𝘀𝘁𝗮 𝗜𝗻𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝗮𝗱𝗮❦ [𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐚]Onde histórias criam vida. Descubra agora