𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐𝟒 - 𝐎𝐬 𝐡𝐨𝐫𝐦𝐨̂𝐧𝐢𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐠𝐫𝐚𝐯𝐢𝐝𝐞𝐳

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Estava sentada em frente ao computador terminando mais um relatório e enviando para a impressora no próximo andar pra imprimir.

Adelaine ligou até meu telefone e rudemente informou que alguém me esperava lá embaixo. Só podia ser o Cole!

- Querida! - Jade me cumprimentou com dois beijinhos. - Estava passando por aqui quando pensei em almoçarmos juntas, o que acha? - Ela sorria radiante.

Atravessamos a rua e entramos no mesmo restaurante que já havíamos ido antes, ela estranhamente estava calada e como aquele ditado "quem não deve não teme" não se aplicava à mim, resolvi sondar, afinal, passei um dia inteiro no maior chamego com seu marido.

- Você está bem? - Perguntei tentando puxar assunto, essa tática sempre funcionava quando eu não queria falar de mim, e se caso ela perguntasse como foi o passeio (passeio esse que não aconteceu ontem) na casa do Somenhalder ontem?

- Estou ótima, meu marido me deu uma noite maravilhosa! - Ela compartilhou aquela informação e meu sorriso se desfez. Ela percebeu. - Você tá bem?

- Sim, são só uns enjôos! - Menti forçando um sorriso.

- Ah sim, devem ser horríveis. - Fez os pedidos. - Você é muito corajosa de estar carregando uma criança na barriga, as mudanças de humor logo logo vão começar. - Alertou. - Minha mãe teve muitas enquanto estava grávida de mim, meu pai me contou.

- Quem é sua mãe?

- Ah, não importa, ela já morreu mesmo. - Ela respondeu aquilo com tamanha naturalidade que me fez arregalar os olhos.

- Quanto tempo?

- Quando eu nasci. - Explicou. - Foi no meu parto, deu uma complicação. - Ela encarava a carta com os vinhos ponderando em pedir algum.

- Eu sinto muito.

- Ah, não tem problema, agora eu tenho o Cole! - Jade levantou os olhos pra mim sorrindo. - Que me proporciona roupas caras, sapatos de grife, uma vida luxuosa e noites extremamentes selvagens. - Respirei fundo enquanto ela voltava a se concentrar no menu em sua frente.

O resto do almoço seguiu do jeito Jade Thirwall, ela contando coisas caríssimas que já comeu/comprou/usou e eu apenas ouvindo.

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Quando cheguei em casa naquele dia eu desabei, de frente para meu notebook eu encarava o meu extrato bancário, ainda não era o suficiente pra me manter sozinha nem por um mês.

A casa estava silenciosa, não tinha ninguém além de mim e de Dália.

Quando anoiteceu eu havia comido mais um pouco, me banhado e deitado rolando de um lado ao outro da cama pois estava muito cedo pra dormir.

A porta do meu quarto se abriu, revelando um Cole cansado, com seu terno típico. Ele tirou o palitó e jogou em um canto, se despiu novamente ficando apenas de cueca e escorregou para debaixo das cobertas.

Dessa vez não recuei, estava tão carente, me sentindo sozinha, insuficiente e mal, extremamente mal. Deitei em seu peito nu e desabei novamente.

- Cole... Eu não consigo... - O choro era forte e as lágrimas eram densas. Ele acariciava meu cabelo com uma mão e minhas costas com a outra. - Eu não consigo... Não consigo ser forte...

Ele não dizia nada enquanto eu me quebrava em sua frente, desabafando sobre o ocorrido. A escuridão no quarto me impedia de ver seu rosto e eu ficava contente por isso, afinal, ele não podia ver o meu.

❦𝗨𝗺𝗮 𝗣𝗿𝗼𝗽𝗼𝘀𝘁𝗮 𝗜𝗻𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝗮𝗱𝗮❦ [𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢́𝐝𝐚]Onde histórias criam vida. Descubra agora