Quarentena, dias 24 e 25

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Mariana


Bianca era viciante. Aquilo não era particularmente uma novidade. Sua risada era, até então, sua característica mais viciante. Eu sempre queria ouvir mais dela, como se aquele simples som aumentasse em instantes a endorfina no meu sangue.

Agora, porém, com ela sentada sobre minhas coxas, sua língua explorando minha boca, outros vícios ameaçavam se desenvolver: o gosto da sua boca, a textura delicada dos seus lábios, o movimento que sua língua fazia com a minha e a forma como ela mordiscava meus lábios com lentidão, a despeito da excitação fulminante que eu podia sentir exalando dos seus poros. A sensação de sua pele sob minhas mãos enquanto eu tocava a lateral das suas coxas, o interior de suas pernas, seu quadril, suas costas. O som do suspiro baixinho, quase inaudível, que ela deixava escapar quando nossas bocas se separavam por uns breves instantes. O toque da sua mão na minha nuca, seus dedos percorrendo meu pescoço, meu colo, acariciando meu rosto.

Eu não queria parar de me sentir imersa em tudo que tornava Bianca irresistível. Eu não queria parar de a beijar, eu não queria ela em qualquer lugar exceto sobre meu colo, eu não queria sua mão em outra superfície que não minha pele, deixando um rastro de calor por cada pedacinho que tocava. Espalmei sua bunda, puxando-a ainda mais contra mim e ela gemeu em surpresa, buscando o sofá para se apoiar.

Achei que ela quis rir do próprio desequilíbrio ou do movimento repentino, não sei, mas sua risada morreu quando desci meus lábios pelo seu queixo até o pescoço. Eu adorava o cheiro acentuado do seu perfume atrás da orelha, ele tinha me assombrado por semanas após sua saída da casa do Big Brother. Desta vez, não fiz cerimônias: beijei toda pele que conseguia encontrar, mordiscando com um pouco mais de pressão que do outro dia. Sua respiração rápida, como ela arfava contra mim, contorcendo-se e colocando todo seu peso sobre mim, era outro potencial vício.

Eu já tinha ficado com outras mulheres, todas as vezes estando bêbada e em trio. Mas estar sóbria com Bianca me permitia gravar todos os detalhes daqueles momentos. Estar a sós com ela me permitia ter sua atenção toda em mim e saber que cada suspiro, cada balançar do quadril, cada gemido eram exclusivamente por minha causa era excitante pra porra. Subi minha mão por debaixo do seu short jeans, a ponta dos meus dedos tocando de raspão sua calcinha e ela segurou a parte de trás do meu pescoço com força.

— Mariana, pelo amor de Deus — ela murmurou, seus olhos se abrindo enfim, puxando minha cabeça para me encarar. Nossas respirações estavam arfantes, e percebi como seus lábios estavam avermelhados e suas pupilas, dilatadas. — Vamos pro quarto?

Ela não esperou minha resposta. Pulou para longe, mas sua mão logo buscou a minha. Me ajudou a levantar e percebi a umidade entre minhas pernas enquanto eu era puxada rumo ao nosso quarto.

Estudei seu corpo quando a segui, meus olhos subindo pelas coxas dela até o quadril cujo balançar parecia um convite imoral. Me encaixei por trás, beijei seu cangote — de repente, estar alguns segundos sem a tocar parecia um enorme desafio que eu não fazia questão de realizar. Minhas mãos subiram por baixo de sua camiseta, sua barriga se contraindo com meu toque.

Ela me fez entrar no quarto e fechou a porta atrás de si. Me virei em sua direção e a intensidade dos olhos dela me fez perder o ar. Saber que eu tinha aquele poder sobre ela me tornou (mais) atrevida: sorri de uma maneira que sabia ser sensual e comecei a tirar minha roupa, ali, em pé, no meio do quarto dela. Bianca lambeu o lábio vendo minhas mãos, muito vagarosamente, descendo o zíper do meu short depois de já ter descartado a camisa. Eu estava tremendo, mas ver ela perdendo o controle na minha frente era delicioso.

Quarentena em São PauloOnde histórias criam vida. Descubra agora