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Aquilo tinha que parar

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Aquilo tinha que parar. Eu tinha que parar. Depois da briga de Evan e Carlos no Chikas Lokas, tudo o que eu conseguia pensar era em Evan. Fui para casa pensando nele. Também dormi pensando nele. E acordei pensando nele.

Aquela merda tinha que parar.

Acordei ao lado de Emma, que sempre deitava comigo quando eu chegava de manhã. Ela passava a noite na cama de tia Margot, porem quando eu chegava do trabalho, Emma corria para minha cama para deitar comigo. Era péssimo deixá-la à noite, na hora de dormir, porem eu tinha muitas contas e muitas responsabilidades que me forçavam a trabalhar o máximo possível. Eu tinha certeza que um dia Emma ia entender tudo o que eu fazia por nós. Por ela.

Acordei uma da tarde, sentindo o cheiro de almoço vindo da cozinha, e peguei meu celular para checar as mensagens que tinham chegado enquanto eu dormia. A verdade era que eu estava esperando receber mensagens de Evan, porem eu jamais admitiria aquilo. Passar aloe vera no torso dele tinha mexido comigo, afinal, eu era mulher e não estava morta. Acredito que passar aloe vera no corpo de qualquer homem me deixaria animada. Ainda mais eu, que fazia uns seis meses que não saía com ninguém.

Não era o Evan... era o torso nu de um homem sarado. Qualquer um mexeria comigo. E a forma como a barriga dele contraía com o meu toque também me fazia imaginar se talvez ele tivesse gostado. Ai... será? E como será que ele mantinha aquele corpo? Será que era tudo a guitarra?

Merda! Eu estava pensando nele de novo.

Senti Emma passar a mão na minha bochecha, olhando para mim com os enormes olhos azuis dela. Lembrei de Carlos e da visita que ele tinha feito ao Chikas Lokas na noite anterior. Por que ele tinha voltado para a minha vida? O que ele queria? Eu e ele não éramos mais amigos e Emma já tinha passado três anos sem uma figura masculina na vida dela. Por que Carlos tinha que aparecer do nada?

Levantei da cama para afastar meus pensamentos e coloquei Emma nas minhas costas, ouvindo-a rir enquanto eu a carregava até a cozinha. Tia Margot nos recebeu com um sorriso e o avental todo sujo de farinha. Nós morávamos juntas em um apartamento pequeno e antigo, porém o amor que sentíamos umas pelas outras transformava aquele local em um palácio. 

- Vai comer vegetal hoje, princesa? - perguntou tia Margot para Emma, que fez que sim com a cabeça - Hope, ela prometeu que vai comer vegetal no almoço se você comer também - disse, mostrando que Emma agora não tinha escolha não ser cumprir a promessa.

- Que bom, porque eu com certeza vou comer vegetais - falei, piscando para Emma e vendo-a cruzar as pernas para sentar igual a mim.

Peguei meu celular novamente, olhando para a mensagem que Evan tinha me enviado na noite anterior. Ele me avisou quando chegou em casa e me agradeceu pelo analgésico. Só. Nada mais.

Aquilo era de se esperar, já que Evan provavelmente se metia em varias brigas para tentar impressionar as garotas. Tudo o que ele falava para mim, com certeza repetia para outras mil. Meu problema com ele era a merda da atração física, já que era impossível negar que ele era um cara bonito.

Se Poupe, Hope! (Livro 2) -  [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora