Se Poupe, Hope! (Livro 2) - [DEGUSTAÇÃO]

.oito.

Eu insisti que não dormiria na casa de Evan depois que terminamos nossa maratona de sexo. Eu não sabia quanto tempo fazia que ele não transava com ninguém, mas eu tinha passado muito tempo sozinha, o que queria dizer que aproveitei ao máximo minha noite com um cara gostoso de uma banda.

Depois da nossa terceira vez, eu estava exausta. Deitei na cama dele e acabei cochilando. Acordei quando Evan saiu do banheiro e me levantei depressa, arrumando meu cabelo e garantindo que eu já estava de saída.

- Você não precisa ir embora agora, se não quiser - disse ele, deitando na cama usando só uma calça de moletom.

- Não, Evan. Sexo casual. Não sei se você sabe como funciona -comecei, vendo ele revirar os olhos - mas parte da graça é dormir e não acordar do lado da outra pessoa no dia seguinte.

- Já é o dia seguinte, então tecnicamente...

Foi a minha vez de revirar os olhos.

- Eu tô indo. A gente se vê por aí. Tenha uma boa semana - disse eu, sem saber direito como me despedir - tenha um bom mês, um bom ano.

Evan riu de leve, porém eu saí do quarto sem olhar para trás, marchando para fora do apartamento. Já eram seis da manhã, então os ônibus circulavam normalmente pela cidade. E que frio horrível que fazia!

Corri até o ponto, finalmente me sentindo a Hope de sempre. Eu ainda tinha que trabalhar mais tarde, ainda estava a caminho do meu apartamento apertado e ainda tinha uma pilha de contas me esperando. Nada tinha mudado. Eu só tinha curtido uma ótima noite de sexo, o que não era comum para mim. Sorri sozinha ao entrar no ônibus, me sentindo satisfeita e calma. Nem o frio daquele dia conseguiria me chatear. Eu me sentia ótima.

Entrei em casa tentando não fazer barulho, porém a borracha da porta da frente estava fora do lugar, o que fez a porta gemer. Amber estava deitada no sofá da sala e logo abriu os olhos ao me ouvir entrar. Dei um leve sorriso para ela, vendo-a de pijama de unicórnio e pantufas.

- Bom dia - falei, me sentindo nua ao vê-la primeiro. Lembrei do quanta Amber gostava de Evan e senti meu coração apertar. Merda, tinha sido ótimo, mas eu não podia mais repetir aquilo. Era absurdo. Eu tinha que me controlar - obrigada por ter ficado aqui pra mim.

- Bom dia, madame - disse Amber, batendo palmas bem baixinho - me conta tu-do.

Merda. Eu tinha certeza de que ela não queria ouvir.

- Foi normal... - falei, sem graça.

- Meu Deus... você tá sem graça. Deve ter sido sensacional!

- Eu não tô sem graça... - falei, logo lembrando do quanto eu tinha me sentido confiante e confortável com Evan - na verdade, foi muito bom. Não parecia que eu tinha passado tanto tempo sozinha. Pareceu natural... como se ele me entendesse. Sabe?