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Meu maior objetivo na vida sempre foi provar que eu conseguia ser uma mulher forte, independente e imune a homem otário

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Meu maior objetivo na vida sempre foi provar que eu conseguia ser uma mulher forte, independente e imune a homem otário. Era assim que eu queria que as futuras gerações lembrassem de mim. "A vovó Hope? Ah, ela era uma mulher forte, independente e imune a homem otário. Era o orgulho da família".

Isso. Era essa a mensagem que eu queria passar.

No entanto, eu não estava fazendo um bom trabalho. Eram onze da noite de uma sexta e eu estava sentada na área VIP de uma boate ouvindo minha prima contar do perfil que tinha feito para mim num site de namoros. Bem forte, independente e imune a otário, né?

- Hope, você tem duas opções! - disse Amber, falando alto porque a música eletrônica daquela boate estava ensurdecedora - ou você escolhe um dos caras do site pra sair ou beija a boca de alguém hoje - disse, levantando as duas mãos para mostrar que eu tinha duas opções. Revirei os olhos, precisando de álcool no meu corpo para suportar aquela conversa - e aí? Qual vai ser?

- Vai ser "não, obrigada" - falei, cruzando os braços e fechando os olhos para ver se passava o enjoo que as luzes coloridas da boate escura estavam me causando.

- Ah, qual é, Hope! Para de ser uma velha chata! Você tem vinte anos, tá na flor da idade, é a mulher mais gata que eu conheço e quer ficar sozinha aqui, sentada no fundo da boate com cara de bode desgostoso! - reclamou ela.

Meu Deus, Amber era muito fofa. Ela era apenas um ano mais nova do que eu, mas era muito mais dócil e inocente. Eu sabia que ela queria me ajudar arrumando um homem para mim, no entanto, eu não estava interessada. Não mesmo. Valeu.

- Amber, se você continuar insistindo, eu vou embora - ameacei, colocando minha bolsa no ombro. Eu não ia embora, mas talvez a ameaça a fizesse mudar de assunto - quero beber e dançar. Nada de macho.

- Ok... - Ela botou as mãos na cintura, curvando a boca para baixo - nada de macho, então.

Abri um sorriso enorme para ela, logo vendo nossa amiga Molly se aproximar. Molly era namorada do vocalista da Chasing Queens, a banda que estava dando aquela festa. A Chasing Queens estava procurando um baixista novo desde que o antigo, Bruce, tinha deixado o posto para virar estrela de reality show. Confuso, eu sei! Tudo tinha acontecido no fim do ano anterior e eu ainda não entendia a história. Eu não era muito próxima dos garotos da Chasing Queens, mas ia a quase todas as festas deles porque era muito amiga de Molly. Aquela festa, em especial, era para comemorar o fato de terem apenas 6 candidatos restantes para a vaga de novo baixista. Em breve a Chasing Queens ia voltar a fazer shows e a tocar por todo o mundo.

- Hey, gatinhas! - disse Molly, dando um beijo em Amber e depois em mim - estão se divertindo?

- Não! - respondeu Amber, rapidamente - a Hope é uma chata. Tô a ponto de morrer de tédio aqui do lado dela.

- Ai, ai, ai, essa Hope... - respondeu Molly, que já conhecia bem o jeito de Amber - cadê o Victor? Ele não vem?

Victor era o primeiro namorado sério de Amber. Ela tinha passado a nossa adolescência inteira jurando que só namoraria quando achasse o homem da vida dela porque queria casar virgem. Talvez minha gravidez aos 17 anos tivesse assustado Amber, não sei dizer, mas ela falava para a família inteira que queria se guardar para o casamento.

Se Poupe, Hope! (Livro 2) -  [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora