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Eu só tinha aceitado a carona de Evan porque estava muito frio e eu não podia ficar doente

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Eu só tinha aceitado a carona de Evan porque estava muito frio e eu não podia ficar doente. Tia Margot havia caído em casa no natal e agora estava com os movimentos limitados, o que a impedia de correr atrás de Emma. Se eu ficasse gripada e precisasse ficar de cama, quem ia cuidar de Emma para mim?

Sentei no banco do carona e logo percebi que o carro de Evan era impecável: limpo e cheiroso, sinais óbvios de que não era muito usado. Evan sentou no banco do motorista e virou a chave, fazendo com que "All I Want For Christmas Is You", da Mariah Carey começasse a tocar bem alto no carro, assustando nós dois.

- Puta que pariu, que susto! - gritou ele, abaixando o volume - porra, Mariah...

Ri disfarçadamente, sem querer mostrar que tinha achado graça. Por que um cara como ele estava ouvindo Mariah Carey?

- Bom gosto musical - falei, esperando que ele me explicasse a escolha do artista. Não era possível que um cara como Evan simplesmente ouvisse Mariah Carey no dia a dia - legal saber que você ouve música de natal da Mariah fora de estação. 

- Eu precisava de conselhos, então pedi ajuda pra alguém que entende de amor.

- Mariah Carey te da conselhos de amor?

- Só quando o Dax tá dormindo - contou ele, me fazendo imaginar que tipo de conselhos ele precisava - então... começou Evan, saindo da rua estreita onde eu morava - ainda bem que a gente tá sozinho porque eu queria falar com você sobre...

- Evan, eu não tenho nada pra falar com você sobre o nosso beijo - disparei, cruzando os braços. Então era por isso que precisava da Mariah? Aquele assunto era proibido e se ele achava que ia me obrigar a falar só porque estávamos trancados no mesmo carro, ele podia esquecer. Sim, eu e ele tínhamos nos beijado e sim, tinha sido bom. Evan beijava bem, era esforçado, experiente... mas beijos são só beijos. Eles não precisam ter um grande significado se você não quiser. E a única razão para eu ter beijado Evan foi para que ele calasse a boca. Não havia nada que fizesse aquele garoto parar de atrapalhar o momento romântico entre Ian e Molly, então tive que beijá-lo para garantir que ele ia ficar quieto. Fim. Tinha sido só isso: uma forma de fazer ele parar de falar. Se Evan achava que íamos conversar sobre o assunto só porque estávamos sozinhos e sóbrios, ele estava muito enganado - se você insistir em falar do beijo, eu vou pular do carro em movimento - anunciei.

- Eu... eu não ia falar do beijo - disse ele, disfarçando um sorriso. Não? Merda! - calma, Pinscher. Eu nem lembrava do beijo - disse, virando a direita onde eu estava apontando. Meu Deus, que patético. Será que Mariah Carey não tinha conselhos para mim também? - eu queria falar com você sobre a nossa relação de amor e ódio - confessou.

- Que relação de amor e ódio? Não tem amor, Evan - falei, me arrumando no banco - só tem ódio.

- Era sobre isso mesmo que eu queria falar - disse, parando no sinal e olhando para mim - por que você me odeia?

Se Poupe, Hope! (Livro 2) -  [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora