Não conte a ninguém

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Era domingo, eu tinha acabado de almoçar. Fui até o banheiro e tomei um banho demorado, depois coloquei um vestido e sequei os cabelos. Desci as escadas e fui até a cozinha pegar um remédio. Quando olhei o relógio faltava vinte minutos para 14:00hrs e eu tinha marcado de sair com o Nathan. Peguei as chaves do carro e saí. Quando cheguei no parque, ele estava me esperando na entrada... Não sei porque, mas ele estava diferente naquele dia. Atravessei a rua e fui até ele.

Oi! – Ele disse sorrindo.

– Oi, tudo bem? - eu disse antes de dar um beijo da bochecha dele.

– Tudo ótimo, e com você?

– Também, só minha cabeça que está doendo um pouco...Mas vamos entrar? – respondi olhando para os portões do parque.

– Vamos - ele responde sorrindo.

Entramos no parque conversamos enquanto caminhávamos pela grama. Ele estava muito estranho, eu quis saber o que estava acontecendo.

– Nathan, tem certeza de que está tudo bem? Somos melhores amigos, sabe que pode me contar qualquer coisa.

– Sei disso, é que.... –Ele disse, olhando para baixo, seu rosto estava ficando vermelho.

– Pode me contar, vem, vamos sentar ali.

Nos sentamos em baixo de uma árvore, onde não tinha ninguém por perto. – Vou te contar, mas precisa me prometer que não vai contar a ninguém, quanto mais pra sua irmã.

O olhei com uma expressão calma, mas dentro da minha cabeça eu não parava de me perguntar o que a Manu poderia ter a ver com ele estar desse jeito.

– Prometo que não conto – olhei nos olhos dele e sorri.

Ele hesitou por um momento, sua boca se abriu duas vezes para começar a falar mas ela se fechava novamente antes de as palavras saírem. O que estava acontecendo?

– Faz mais de um mês que não paro de pensar nela, acho que estou gostando dela de verdade. O sorriso em meu rosto se desfez quase instantaneamente. Não sei por que, mas aquelas palavras doeram mais em mim do que qualquer outra coisa. Senti ciúmes e raiva ao mesmo tempo. Como ele podia estar gostando da minha irmã? – Da minha irmã? – minha voz soou um pouco mais desesperada do que deveria, mas não importava, aquilo era cômico demais.– Me desculpa, por favor, não fica brava comigo!

Olhei para baixo, pensando no que ele tinha acabado de me dizer. Não que ele não pudesse gostar dela, aliás, eu não tenho o direito de proibir isso só porque ela é minha irmã, mas eu sabia as consequências daquele sentimento. Se por acaso ele ficassem juntos, eu seria esquecida tanto por ele quanto por ela!

– Não, eu não estou brava – fiz uma pausa – só não consigo entender... Desde quando você gosta dela?

– Desde que ela voltou de viagem.

Minha irmã passou um ano na Inglaterra, fazendo intercâmbio. Ela voltou faz três meses está morando no meu apartamento. Mas, de qualquer jeito, tinha algo muito estranho na voz dele, como se essa não fosse a real confissão que ele tinha a fazer.

My Best MistakeOnde histórias criam vida. Descubra agora