Finjo que não escutei o que ela acabou de dizer e simplesmente volto para o meu quarto. Qual é o problema dessa garota?
Decido tomar um banho e deixar isso tudo de lado. Não faz o mínimo sentido eu me preocupar com toda essa história mais uma vez. Já passou.
Tomo um banho demorado e tento esquecer cada uma das palavras que ela disse. Eu sei o que sinto e, principalmente, por QUEM eu sinto. Então vou fingir que a conversa nem aconteceu.
Saio do banho, coloco uma roupa simples e vou ler um livro. Dez páginas depois, meu celular começa a tocar. É a minha mãe.
Atendo na mesma hora;
- Oi, mãe - digo, feliz por ela estar ligando - tudo bem?
- Oi filha - ela responde - estou bem, e você?
- Tudo bem.
- Então, liguei pra perguntar que dia você e a Manu vão vir pra cá - dou um tapa em minha testa, eu tinha esquecido completamente - o nosso acordo ainda é o mesmo, mocinha - ela brinca e eu dou risada.
O tal acordo é nada mais, nada menos do que a condição para morarmos sozinhas. Em todas as férias, precisamos passar uma semana inteira na casa dos nossos pais. Ah, e sem namorados.
- Bem, eu não sei, mãe. Vou falar com a Manu e aí te ligo pra avisar, pode ser? - pergunto.
- Tudo bem, eu vou esperar - ela faz uma pausa - e como é que estão as coisas por aí?
- Normais... Eu e a Manu discutimos um pouco mas fora isso tudo ótimo.
- Não quero vocês duas brigando, ouviu? - ela finge estar brava e nós rimos.
- Pode deixar, mãe.
- Vou desligar, filha. Se cuide, eu e o seu pai amamos vocês.
- Também amamos vocês, mãe.
DOIS DIAS DEPOIS.
- Por que vocês duas não vão dar uma volta por aí? Podem deixar que eu lavo a louça - diz minha mãe.
Já estamos na casa dos nossos pais, é primeiro dia aqui. Tudo está igual, os quadros bonitos nas paredes, o tapete no corredor, o cheirinho da comida, tudo isso me faz sentir bem.
Como a Manu diz que vai lavar a louça no lugar da nossa mãe, eu não tenho nada pra fazer. De modo que não me oponho a ir dar uma volta mesmo que seja sozinha.
O dia não está muito bonito. O céu está nublado e não há sinal algum de azul. Mas não me importo, se chover e eu me molhar é só tomar um banho depois.
Estou andando pela calçada, já não consigo ver a casa dos meus pais.
Então meus pés se negam a continuar. É como se o mundo inteiro tivesse parado. Foi aqui, bem aqui onde estou pisando agora. É o lugar onde me despedi do Paulo antes de ele ir para São Paulo.
E como se já não fosse suficiente lembrar-me disso, quando olho para o banco de madeira a uns dez metros de distância, lá está ele. Sentado, olhando para o nada.
Eu deveria ter imaginado. Burra, burra burra! Não consigo deixar de me xingar mentalmente por não ter pensado nisso antes. É claro que ele estaria por perto! Provavelmente veio passar as férias na casa dos pais, que fica a umas três quadras daqui.
Eu quero voltar pra casa e fingir que nada aconteceu, mas ele já me viu e está acenando pra mim.
Que maravilha, que maravilha! Era tudo que eu mais precisava na minha vida!
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My Best Mistake
FanfictionPor mais planos que você faça, por mais chances que você aposte, tudo pode desmoronar em menos de um segundo. Simples assim. Não seria diferente com Gabi. Depois de anos sendo melhores amigos, Gabi e Nathan descobrem um sentimento novo entre eles. T...