Apenas um sonho

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Sou acordada pelo barulho de pessoas conversando. Demoro alguns segundos para entender que estou no meu antigo quarto, na casa dos meus pais.

Está de dia. O sol brilha no céu, tornando o dia lindo. Estou completamente seca e com as roupas com que vim para cá.

Nada disso aconteceu? Foi só um sonho?

Sinto que meu coração fica apertado dentro do meu peito. Não era real, ele não esteve comigo. Tento entender o que estou sentindo e lutar contra isso, mas a resposta é sempre a mesma: eu queria que fosse verdade.

Queria tê-lo por perto mesmo com tudo que isso causaria. Mesmo sabendo das consequências. Não posso fingir que ele não significa nada pra mim, porque no fundo eu sei que preciso dele tanto quanto do Nathan. Claro que como amigo, mas preciso.

Porque, de qualquer jeito, não tem como negar que o Paulo foi uma parte linda da minha vida. E sei que depois disso tudo, ficar sem a amizade dele é impossível.

Enterro o rosto em minhas mãos e tento me livrar de todos esses pensamentos antes de levantar. Saio da cama, arrumo meus cabelos e vou para a sala.

Conforme desço as escadas e me aproximo do primeiro andar, as vozes vão ficando mais altas. Parece que temos visitas. Assim que chego ao fim da escada, lá estão eles, Paulo e uma mulher que me parece ser sua mãe.

Espera, O QUE ELE FAZ AQUI? Eu não consigo entender o que está acontecendo mas assim que nossos olhos se encontram, sinto vontade de correr para abraçá-lo. Porém, tudo que eu faço é ficar paralisada até que minha mãe fala comigo.

- Aí está ela - minha mãe diz olhando para mim - vem conhecer a Rosangela, filha!

Minha mãe e a dele estão radiantes. Me aproximo e as visitas se levantam para me cumpimentar.

- Oi - digo dando um beijinho no rosto da mulher - eu sou a Gabi, muito prazer.

- Prazer, Gabi, eu sou a Rosangela - ela sorri - sua mãe fala tão bem de você!

Eu retribuo o sorriso e vou cumprimentar o Paulo. 

- Oi, Gabi - ele diz, beijando meu rosto.

- Oi, tudo bem? - respondo sorrindo.

Ele faz que sim com a cabeça e volta a sentar no sofá.

Não posso dizer que usaria a palavra "normal" pra descrever a situação, mas tudo bem.

- A Rosangela é uma grande amiga minha - começa minha mãe - ela queria muito te conhecer.

- Sua mãe vive falando de você - dia Rosangela e nós rimos - você e o Paulo já se conhecem tem muito tempo, não é?

Eu e o Paulo nos olhamos e automaticamente sorrimos. Nos conhecemos há pelo menos seis anos.

- Isso, faz muito tempo mesmo - respondo um pouco sem jeito.

A conversa que se segue é basicamente sobre o que minha mãe fala de mim, como é morar junto com a Manu, enfim, aquelas coisas que mãe ama falar para as amigas. Pelo menos ninguém menciona "namoradinhos".

Depois de meia hora, minha mãe e a Rosangela vão para a cozinha preparar o café e eu acabo ficando na sala com o Paulo.

Acho que se eu não tivesse tido aquele sonho, certamente não iria querer ficar aqui e ter que conversar com ele. Mas eu quero.

- Então - eu começo - não sabia que as nossas mãe são tão amigas - digo em tom brincalhão.

- Eu também não, descobri quando sua mãe nos convidou pra vir aqui - ele responde.

My Best MistakeOnde histórias criam vida. Descubra agora