Eu escolhi você

395 15 2
                                    

Três dias depois:

Tento dormir, mas é impossível não pensar no Nathan. Agora que estou em casa, tudo me lembra ele. Faz uma semana que não o vejo ou falo com ele e isso está me matando. Penso nele o tia todo, todos os dias.

Ele não me ligou desde que decidiu "dar um tempo". Então é difícil entender se ele vai vir falar comigo quando o tal "tempo" acabar, ou eu devo falar com ele e tentar concertar as coisas.

Chego a conclusão de que não importa o que está passando pela cabeça dele agora. Amanhã vou até a casa dele, não aguento mais. Só preciso pensar no que dizer e... Torcer pra ele esquecer tudo o que houve entre mim e o Paulo.

Paulo. Também não tive mais notícias dele. Espero que ele não me odeie pelo resto da vida e que seja feliz com alguém que o mereça - que não é o meu caso.

No dia seguinte, acordo me sentindo bem. Levanto da cama e começo a arrumar o apartamento, está uma bagunça só, de modo que levo a manhã toda para limpar tudo.

Quando olho para o relógio, já é hora de almoçar. Sim, voltei a comer. Mas é um pouco ruim fazer comida só pra mim agora que minha irmã está morando com nossos pais.

Depois da nossa última briga, decidimos que é melhor para as duas que fiquemos separadas pelo menos por um tempo.

Então, já que é só para mim, faço macarrão com carne moída - que fica melhor do que eu esperava - e como enquanto assisto televisão.

Depois coloco toda a louça na pia e vou tomar banho.

Saio do chuveiro e vou escolher uma roupa bonita. Escolho um macaquinho florido de usar com cinto. É um dos meus favoritos. Coloco uma sandalinha que combina e passo só um pouco de maquiagem. Por fim, seco os cabelos e prendo apenas as laterais com uma trancinha em cada lado. Me sinto linda assim.

Tranco a porta do apartamento e vou para o estacionamento do prédio. Entro no carro e dirijo até a casa do Nathan. Penso em todas as coisas que vou dizer a ele, mas quando chego, parece que meu cérebro se nega a continuar raciocinando.

Desço do carro e percebo que minhas mãos começaram a tremer. Vou até a porta da casa, respiro fundo, e toco a campainha. Meu coração começa a ficar acelerado.

Segundos depois, ouço alguém destrancando a porta. Então, lá está ele. Me encarando, tão sem jeito quanto eu.

- Oi - eu digo ainda sem me aproximar dele.

Ele leva alguns segundo para responder, parece estar com a cabeça em um lugar totalmente diferente.

- Oi - ele diz, finalmente - entra, por favor.

Ele dá espaço para que eu passe e em seguida fecha a porta.

- Senta - ele fala, apontado para o sofá da sala.

Me sento e ele também. Ficamos em silêncio por um tempo, provavelmente nenhum dos dois sabe o que dizer agora. Nós dois aqui no sofá me lembra o dia em que nos beijamos pela primeira vez, e uma pontinha de esperança aparece em meu coração.

- Então - começo - você está bem?

Ele balança a cabeça.

- Não muito - responde - e você?

- Com saudade - digo de cabeça baixa e em seguida olho nos olhos dele - de nós.

- Eu também - ele responde, se aproximando um pouco - mas de que adianta ficarmos juntos de novo se...

Eu o interrompo.

- Falei com o Paulo, agora ele provavelmente me odeia.

- Você o quê? - ele pergunta, surpreso.

- Nathan, eu sabia que o único jeito de resolver isso era escolhendo entre ter você ou a amizade dele - digo antes de me aproximar dele para ficarmos um ao lado do outro - e eu escolhi você.

Ele olha para minha minha mão e vê a aliança, então coloca sua mão direita ao lado da minha e nós dois olhamos para os anéis de prata idênticos.

- Você tem certeza? - ele me pergunta.

Entrelaço nossos dedos e volto a olhar nos olhos dele.

- Eu sempre tive - respondo antes de deixar nossos lábios separados por apenas alguns centímetros.

Nós dois sorrimos e finalmente nos beijamos. Mas não é um beijo como os que demos até agora, esse é diferente. É cheio de saudade e desejo.

Só agora, me dou contar do quanto senti falta desses lábios, de todo esse amor. Sem esforço algum, vou parar no colo dele, que segura minha cintura com força e me prende ao seu corpo.

 Ele me deita no sofá e sua mão passeia pela minha coxa enquanto ele me beija. Por mais que ele esteja bem aqui, parece que não há Nathan suficiente para mim, a cada toque, cada beijo dele, é como se o mundo inteiro parasse.

Finalmente sinto que tudo está onde deveria estar. Bem, quase tudo.

- Nathan - eu digo segurando seu rosto com as duas mãos , ainda com ele sobre mim - me promete uma coisa?

- O que você quiser - ele diz e tenta me beija de novo, mas não deixo e continuo falando.

- Nós nunca mais vamos ficar longe um do outro como ficamos essa semana.

- Eu prometo, meu anjo - ele responde e volta a me beijar, agora com ainda mais vontade.

Mais tarde começamos a ver um filme, ainda deitados no sofá, como na noite em que ele dormiu na minha casa. Nathan me abraça por trás como se eu pudesse quebrar caso ele me soltasse. Isso me faz sentir segura, como eu sempre fico quando estamos juntos.

Mas como eu tinha dormido muito pouco na noite passada, acabo dormindo, nos braços da pessoa que eu mais amo no mundo.

My Best MistakeOnde histórias criam vida. Descubra agora