My Best Mistake

FESTA!

- Feliz aniversário — digo, abraçando a Jasmim!

A festa é no salão da casa dos pais dela, mas eles estão viajando. Quando estudávamos juntas, lembro-me de ter dormido aqui várias vezes, era tão divertido.

Os pais da Jasmim sempre tiveram dinheiro por causa do avô dela, que é dono de muitas terras, de modo que a casa e o salão que fica no imenso quintal dos fundos, não são menos do que maravilhosos.

- Estou tão contente por você estar aqui, amiga — ela responde, ainda me abraçando.

Me afasto e coloco meu presente em suas mãos. Dentro de uma pequena e brilhante embalagem, está uma tornozeleira de prata que ela viu e amou, no dia em que fomos ao shopping. É a cara dela!

Como são muitos presentes para abrir, ela me agradece com os olhos brilhando de felicidade e coloca o presente numa espécie de baú decorado, cheio de outros embrulhos lindos.

- Você vai ficar pra dormir aqui em casa? Por favor, diz que sim!

- Claro que eu fico — respondo, sorrindo.

Mais convidados chegam, de modo que prefiro deixa que ela os recepcione sem eu estar ali.

Olho em volta, na procura de alguém que eu conheça, mas não encontro ninguém. Ou melhor, não encontro o Paulo.

Vou para a lateral da pista de dança, onde pequenas mesas pretas e altas estão, com banquetas igualmente pretas, só que um pouco mais baixas.

Me sento em uma delas e logo um garçom aparece.

- Boa noite, gostaria de tomar alguma coisa? — ele pergunta.

- Refri, por favor.

Ele coloca um copo com refrigerante sobre a mesinha e rapidamente desaparece no salão.

Tomo um pouco do líquido escuro e tento conter minha ansiedade. Não paro de pensar no Paulo, no que vou dizer a ele e, por mais idiota que isso seja, se aquela garota do parque vai estar com ele.

Quando me dou conta, já estou nervosa e minhas mãos suadas. Mais de uma hora já se passou e ele ainda não está aqui.

A festa está lotada por pessoas com mais ou menos a minha idade. A pista de dança está cheia desde a hora em que cheguei. Dança, bebida e alguns "casais". A música está muito alta, de modo que decido sair um pouco do salão. Quando estou a poucos metros da porta, eu o vejo. Jeans, camisa social preta e um sorriso lindo nos lábios. Não fosse pela garota ao seu lado, eu ficaria feliz em vê-lo.

Abaixo a cabeça e vou em direção ao barzinho, que fica no fundo do salão. Minhas bochechas estão mais coradas do que nunca. O que essa garota faz aqui?! Se ele dizia gostar tanto assim de mim, por que, de uma hora pra outra, está com ela? Meu sangue parece ferver dentro das veias!

Me sento em uma das banquetas do balcão do barzinho, de costas para a porta e rezando pra que ele não me veja aqui. Não demora até que o garçom venha até mim.

- Tem vodka?