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Lisa

Entrei na garagem e estacionei o meu carro vendo que a moto do Jefão já está aqui, suspirei. O dia ontem foi completamente conturbado na parte da manhã. Terei que gravar um vídeo com o Nobru e eu não falei com ele desde o vergonhoso episódio de ontem, ninguém sabe o que rolou então nós vamos ter que fingir que está tudo perfeito entre a gente. Espero que ele faça isso, ele sabe ser infantil quando quer.

— Boa tarde. — Entro na sala sorrindo, atraindo a atenção para mim.

— Boa tarde! — Jefão, Fixa, Pires, Wiliam e Camila responderam. Nobru se manteve quieto.

— E como estão as gravações? — Questionei, me sentando no sofá.

— Normal. — Fixa deu de ombros.

— Nós gravamos um "call do Japa" e quem caísse primeiro ia pagar o lanche de noite, te dou 100 conto se tu acertar quem foi o premiado. — Pires diz rindo.

— Fixa? — Eu ri, relaxando meu corpo sobre a maciez do sofá.

— Ainda se matou com a própria granada. Muito burro. 

— Eu já disse que não vou pagar nada, doidão. — Carlos rebate e eu solto uma risada.

— Ah mas você vai sim, se tem alguém que nunca salvou um lanche nessa casa desde que eu cheguei foi tu. — Me intrometi. 

— Caralho! Deixa de ser falsa, garota. — Responde, indignado. — Eu sempre pago várias coisas pra tu!

— Você paga na hora, mas depois eu sempre te devolvo, palhaço. — Ele ri, me fazendo revirar os olhos.

— Já chegou, princesa? — Japa entrou na sala e veio em minha direção.

— Faz uns dez minutos. — Ele se curva para me abraçar, deixa um beijo em minha bochecha e vai para a cozinha.

— Está sabendo que esse garoto aqui não me deixou dormir antes de ontem, Lisa? — Jefão iniciou o assunto, apontando para o Nobru, que está com a atenção cravada em seu celular.

— Pires me ligou ontem de manhã e disse o que houve, fiquei preocupada também. 

Tenho certeza que meu espaço está reservado no inferno.

— É, ele deixou todo mundo preocupado por causa de uma menina, vê se pode.

— Foi irresponsável, mas não nega de quem é filho né. — Respondi, o fazendo rir.

— Wiliam, vamos gravar logo, por favor? — Nobru finalmente falou, com a impaciência explicita em seu tom.

— Olha como você fala com outros, moleque. Ninguém tem culpa do seu mau humor. — Jefão o repreendeu, de repente o clima pesou.  ]

O olhar de Nobru é indecifrável. Ele guardou o celular no bolso e respirou fundo. 

— Tá de mau humor, princesa? — Fixa debochou. 

Entendo que ele esteja apenas tentando descontrair o ambiente, mas é uma péssima hora para isso. O olhar que Bruno lhe lançou foi tão assustador que eu fiquei assustada. Já Carlos pareceu nem se importar. Juro que visualizei o moreno avançar sobre ele. 

— Vamos gravar lá no salão, né? — Nobru o ignorou completamente, Wiliam concordou e, então, ele se levantou e saiu.

Minha respiração voltou ao normal. Nem notei que estava prendendo. 

— O que aconteceu com ele? — Pires questionou ao Jefão, que deu de ombros.

— Deve ser alguma crise de adolescente.

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