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BITCH I'M BACK, BY A POPULAR DEMAND!

HOPE YOU ENJOY 🌻

Nobru

Minutos antes do acidente acontecer.

— Os pombinhos estão lá fora há bastante tempo, ugh! Por que ele fica se atirando para cima dela?— revirei os olhos.

Pela janela enorme presente na sala do Cerol, consigo ter a visão perfeita do jardim, onde Lisa e o Coringa estão, queria saber da onde sai tanto assunto, eles estão lá a quase uma hora. Porra.

— Caralho, tu ainda está nessa, filhote?— virei para o mesmo, que está rindo junto com Carol, revirei os olhos.

— Não existe "nessa", estou preocupado com a minha filha, está frio lá fora. O que rola entre eles não é da minha conta!

— Está tentando se convencer, ou a nós dois?— Carol questionou, bufei.

— Chega desse assunto! Você não pediu lanche? Deveria chamar eles.— me fiz de indiferente e sentei no sofá.

— Só precisava de uma desculpa...— Cerol falou baixo, porém, consegui escutar perfeitamente.

— Aí é foda!

— Eu vou chamar ela, Bruno.

Carol se levantou e foi em direção a porta, não demorou nem dois minutos e ela voltou com um sorrisinho debochado no rosto, não sei quem é pior, ela ou o Cerol, sinceramente.

— Não queria dizer nada, mas, parece que os dois se reconci...

Antes dela conseguir concluir o que estava falando, ouvimos gritos desesperados do Coringa, meu corpo gelou na hora. Sem pensar duas vezes, corremos para o lado de fora ver o que estava acontecendo, e, a imagem da Lisa caída no chão com sangue em suas pernas, me deixou apavorado. Me joguei ao seu lado quando cheguei perto o suficiente para isso.

— Melissa, não desmaia, fica comigo!— tentei chamar sua atenção, mas, seus olhos se fecharam no momento seguinte, o que me deixou mais nervoso.— Cerol, prepara o carro, temos que levá-la para o hospital. Carol, liga para a doutora dela e explica a situação. Coringa, me ajuda a levá-la para o carro.

Não sei como meu cérebro está processando todas essas informações, e também não importa, única coisa que preciso fazer agora é não deixar que nada de ruim aconteça com a minha filha e a Lisa.

💣

— Porra! Não acredito que isso está realmente acontecendo. Melissa está lá dentro a mais de uma hora, pai, preciso saber se elas estão bem.

— Ei, já falei para se acalmar! É uma situação delicada, mas, ficar andando e murmurando coisas igual um doido não vai adiantar. Todos estamos preocupados, mas temos que ser pacientes agora, ela é forte, vai ficar tudo bem.

— Não me pede para me acalmar, isso é impossível, pai!— ele negou com a cabeça.

Antes de retrucar qualquer coisa, seu celular começou a tocar, atraindo sua atenção. Quando virou o celular na minha direção, pude ver o nome de Márcia no visor, outra coisa que não quero lidar agora. Ela me ligou algumas vezes depois de eu ter mandado uma mensagem avisando a situação, porém, não quis atender. Estou desesperado o suficiente, se falar com ela, ficarei bem mais.

— Alô, Márcia? Fala.— ele se levantou e saiu do cômodo.

Estou tentando não pensar em nada, porém, minha mente está a mil, não consigo parar de cogitar a ideia de que essa queda tenha afetado a nossa filha. Como se já não bastasse, estou uma dor de cabeça fodida.

— Jefão está certo, Bruno, por mais que a situação seja apavorante, você precisa manter a calma.— ergui meu olhar para ele, que tem uma expressão séria.

— Posso estar no fundo do poço, mas nem fodendo que terei essa conversa contigo! Pode guardar suas palavras para quando a ela acordar.— Ele riu com desdém e deu de ombros.

— Você pode até não gostar de mim, não me importo, porém, tu é o pai da criança que a Lisa está carregando, e eu me importo demais com ela para permitir que você faça algo que possa a prejudicar. Quando acordar, última coisa que ela vai precisar é de nervosismo e estresse, então, se quer entrar naquela sala, recomendo que sente nessa merda e se acalme. Você não é nenhuma criança, Bruno, pare de agir como uma.— as palavras dele foram como um tapa bem na minha cara. Ugh! Sei que ele está certo, mas, não vou dar esse gostinho a ele, não mesmo.

Quando me virei para sair dali, meu pai voltou com uma expressão nada boa. Pelo visto a conversa com a Márcia não foi uma das melhores.

— Ela está vindo para cá com o Murilo.— suspirou e sentou no lugar que ocupava minutos atrás.

— Ok, vou tomar um ar, já volto.

Sinceramente, não faço questão alguma de saber o que rolou na ligação com a Márcia, estou com a mente cheia demais, não preciso de mais um estresse. Quando cheguei na parte de trás do hospital, sentei no banco que havia ali e joguei minha cabeça para trás, admirando o quão o céu está estrelado e bonito hoje. Estou com uma sensação horrível, não sei explicar, nunca me senti assim antes. Ficar sem notícias delas piora mais ainda a situação, minhas mãos estão suando de tão nervoso que estou. Só queria acordar e perceber que isso não passou de um pesadelo.

— Bruno! Te procurei por toda a parte, a doutora tem notícias da Lisa, vamos.— dei um pulo do banco e segui meu pai para a parte de dentro do hospital.

Andei tão rápido que em menos de três minutos, estávamos na sala de espera novamente, a doutora pediu para que nós a seguíssemos até sua sala e assim fizemos. Não estou gostando nada disso, todo o nervosismo voltou ao meu corpo mil vezes mais forte, puta que pariu.

— Então, como a Melissa e a minha filha estão? Quando que vou poder vê-las?— disparei, assim que a doutora fechou a porta da sala.

— Não é tão fácil assim, Bruno! Infelizmente é muito mais complicado que isso.— ela cruzou os braços.

— O que a senhora quer dizer? O acidente afetou o bebê?— meu pai foi mais rápido e questionou. Coringa está intacto, parado no canto da sala com o olhar fixo na doutora.

— Não, pode-se dizer que o bebê está bem e a Melissa também.

— Doutora, só seja direta, por favor!— acabei soando um pouco grosso, mas foda-se, ser simpático não é uma das prioridades agora, só preciso ouvir que elas estão bem, só isso.

— Melissa entrou em coma. Não sabemos como isso exatamente como aconteceu, afinal, pelo o que os senhores relataram, ela simplesmente escorregou e caiu. Não sabemos o que a levou entrar nesse estado, porém, o caso dela é grave, principalmente para a bebê. Uma pessoa em coma pode sair dele em um dia, um mês, um ano, ou ficar nesse estado por vários anos, e, é por isso, que precisamos induzir o parto. Com isso, vem os riscos, pelos exames, ela entra no sexto mês amanhã, o parto pode dar complicações e corre o risco da bebê não sobreviver por não ter se desenvolvido o suficiente.

As palavras dela entraram na minha mente e ficaram se repetindo, não posso acreditar que isso está realmente acontecendo! Meus olhos começaram a arder, logo pude sentir as lágrimas descendo livremente pelo meu rosto, a aflição tomou conta do meu corpo. Meu pai se aproximou e me abraçou, em uma tentativa falha de me confortar.

— Vai ficar tudo bem, Bruno! Esse pesadelo vai acabar e no final vai ser você, a Lisa e a bebê. Elas vão ficar bem, Lisa é uma mulher forte, ela vai sair dessa!


SubmergedOnde histórias criam vida. Descubra agora