CAPÍTULO 21

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São quase cinco da tarde de sábado quando saio de casa, já com minha mochila nas costas, me sentindo feliz pelo fato de poder sair sem ter que dar satisfações para o meu irmão mais velho. Mamãe estará de plantão durante toda noite, enquanto Rafa passou o dia com uma das suas namoradas e provavelmente não voltará para casa essa noite. Enquanto caminho calmamente pelas calçadas, em direção ao ponto de encontro com Mathias, envio uma mensagem para os dois, apenas para me certificar que eles fiquem cientes que não estou em casa. Obviamente não digo para onde vou ou com quem estarei, mesmo sabendo que por culpa de Alex, meu irmão vá achar que estou passando a noite com Nando, mas penso que é melhor deixar que eles continuem achando isso. Então assim que envio as mensagens, recebo outra do Alex.

Esteja pronto as dez para irmos a boate!

Faço uma careta quando vejo a mensagem do meu amigo e respiro fundo enquanto digito a resposta.

Foi mal, não vai rolar. Vou passar a noite fora, desculpa.

Aperto enviar e já sabendo que ele vai me xingar de todas as formas possíveis por causa disso, desligo o meu celular e jogo dentro da minha mochila enquanto me aproximo do estacionamento. Fico um pouco surpreso ao perceber que Mathias ainda não chegou, já que ele é sempre pontual. Por isso, sento numa calçada alta do estacionamento com a minha mochila ao lado e espero que ele chegue.

Quando Mathias finalmente aparece, vinte minutos depois, tento disfarçar a minha cara de desespero, pois estava temendo que seu convite não era real e que ele me deixaria aqui esperando. Mas quando entro no seu carro e o encaro, esse nervosismo logo vai embora. Mathias está usando uma camisa regata e por cima, um moletom. Ao observá-lo melhor, percebo que ele também está vestindo um short moletom e tênis de corrida, então logo deduzo o que pergunto em seguida.

- Você estava correndo ou malhando? – pergunto e Mathias ri, aproximando seu rosto do meu e beijando meus lábios.

- Me desculpe pelo suor e pelo atraso. Me empolguei na academia! – ele diz e ergo as sobrancelhas na mesma hora. – O que foi? – Mathias pergunta.

- Não achei que tivesse tempo para fazer academia. – falo e ele sorri maliciosamente enquanto liga o carro e nós começamos a sair do estacionamento.

- Acho que tenho tempo para qualquer coisa nesse mundo, Mikael. – é a única coisa que Mathias fala antes de começar a dirigir.

O percurso até sua cara leva alguns minutos e durante todo o trajeto, tento controlar a ansiedade por saber que finalmente vou conhecer a sua batcaverna. Eu nem mesmo consigo imaginar como seria o seu lar, por isso a única imagem que surge na minha cabeça é a do chalé. Me pergunto se ele mora numa casa, ou talvez num apartamento, e se o lugar é grande, ou se ele tem algum animalzinho de estimação. Mas quase meia hora depois, quando Mathias entra numa rua pouco movimenta, olho em volta, tentando encontrar alguma casa em meio aos vários prédios velhos que vejo, até ele para em frente a uma construção de tijolos escuros. Quando Mathias desliga o carro, ainda estou encarando o prédio quando sinto sua mão segurar a minha e cruzar nossos dedos. Viro meu rosto para ele na mesma hora e descubro que não consigo disfarçar a minha cara tão facilmente.

- Não é o que você esperava, não é? – Mathias pergunta, com um sorriso leve no rosto. Faço uma careta, me sentindo muito envergonhado por ser tão idiota, mas resolvo ser sincero.

- Não é o que eu esperava. – confesso e Mathias ri. Em seguida, ele me olha nos olhos pelo o que me parece uma eternidade e sem dizer nada, segura minha nuca e me puxa para mais perto de si, juntando nossos lábios e me beijando. É um beijo lento e calmo. Seus lábios não têm pressa e logo sua língua começa a trabalhar dentro da minha boca. O som dos estalos e da nossa respiração ecoam dentro do carro e não sei quanto tempo leva esse beijo, mas é o suficiente para que eu fique sem ar e quando nos afastamos, minha respiração está muito ofegante.

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