Capítulo 0

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AURORA

Não queria me casar.

Estava preste a me tornar uma adulta.

Dona do meu nariz.

Minhas irmãs mais velhas já haviam se casado e eu torcia para isso não me acontecer. Até que um dia, após chegar da cidade com minha mãe, estava um homem bonito por sinal louro, olhos verdes, másculo e muito alto. Ele olhava para mim como se soubesse como sou sem roupas e isso me agonizava um pouco.

 — Aurora, minha filha venha até aqui. – Meu pai me chamar  e ordena. Para que vá.

—  Tenho que ajudar minha mãe com as compras, meu pai.

Digo quando vejo minha mãe ir para cozinha com as carnes e as verduras.

— Deixa isso para outro hora. Venha aqui! Não seja mal educada com as visitas.

Fala vindo até a mim e me puxando pelo braço e eu percebi que tinha esquecido como meu pai era insistente quando queria. Algo ou quando não obedecia.

— Ela é muito bonita, como previsto a sua filha, senhor. Certamente que vai dar uma bela esposa – Ele diz com tom de autoritário. O que me causa náuseas. 

— Esposa?

Pergunto e meu pai me olha com reprovação .

—  Calada…  – pausou, respirou –Aurora! Isso mesmo que ouviu, você  irá se casar.

Me seguro para não chorar e tentar fugir, mas minhas pernas não me obedecem e não consigo me mover do lugar.

Mamãe aparece na nossa sala e sinto que poderia ser minha salvação e olho para ela,  porém em seguida, abaixa a cabeça. Estava perdida e não teria mais como, tentar ou conseguir fugir. O legado seria me casar como minhas irmãs.

—  Sua mãe está de acordo e você se casará em breve. Já  tem quase dezoito anos e estar sendo um estorvo para nós. –  O homem que eu sempre chamei de pai. Diz com todas as letras e sem mostrar qualquer sentimento.

Com orgulho me recuso a chorar. Ele e minha mãe saem da pequena sala. Nos deixando sozinhos.

O homem loiro, observar ao redor à nossa mobília tudo atentamente aos detalhes. Até reparar a minha presença, encarando seu rosto. Com uma mistura de lágrimas d'águas nos meus olhos e raiva.

—  Não chore, moça muito bonita e agradeça aos seus pais por escolherem um homem novo para ser seu marido e não um homem velho e babão. Te prometo fazer muito feliz. – Se aproxima e pega na minha mão e a beija. Não consigo sentir nada. Só nojo aos seus lábios colarem a minha pele. 

Desprezo. Essa é a primeira palavra que havia vagado nos meus pensamentos. 

__ Não irei me casar com o senhor! – puxo minha mão e lhe dou um tapa forte no seu rosto. Marcado sua bochecha, deixando avermelhada.

—  Isso que veremos! Tentei  ser gentil contigo, do meu modo e, pelo visto. Não me deu escolha, vejo que é, como uma égua que tenho que a adestrar. – Arquei a sobrancelha, querendo cuspir no seu rosto.

Seu braço eleva uma força no meu pulso e  puxa. Cola nossos corpos e petulantemente beija. Esse era meu primeiro beijo o que sonhei, por muitas vezes e tendo isso. Ele me larga, limpa a boca e vira suas costas. Mas antes de ir mesmo. Se vira para me encarar.

—  Não  sabe beijar, o que fazer outras coisas, você é péssima.  Mas será um prazer te ensinar. – Seus olhos, seus lábios rosados e seu cabelo loiro. Seu rosto não era bonito, do modo que vi. Há pouco minutos. Suas palavras me fizeram deixar. Ele em um monstro na sua fisionomia. 

Dito isso. Ele vai embora batendo a porta atrás de si. Com muita força.  O que poderia esperar? Uma família humilde que vivia afundava nas dívidas. Minhas irmãs se casaram com casamento vantajosos, comigo pensei que por um momento. Poderia ser diferente. Mas não foi. 

Permita-me, lhe amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora