Capítulo 1

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AURORA

— Ela é muito magrela. Na verdade, eu diria  puro osso, talvez nem seja boa para ter filhos.– Minha irmã Carlota diz e eu reviro os olhos. 

— Você  era mais magra e olha agora, já está no terceiro filho.

Josephine,  minha outra irmã me defende até parece que é minha irmã  de sangue. A Carlota não tinha um pingo de sentimento. 

Meus pais havia adotado, Josephine, depois que seus pais a deixaram ainda bebê  na porta de nossa casa e sumiram. 

—  Ele é bonito?

Carlota pergunta ignorando a provocação de Josephine. Ajeitando seu longo vestido  adaptado para sua gestação de três meses da cor verde e se senta, logo em seguida em minha cama. As duas vieram me visitar assim que souberam do meu casamento.

Penso antes de responder e me lembro de seus olhos, sua boca, o modo como me beijou e me mostrou que sabia muito bem o que estava fazendo,mas  me lembro do seu jeito rude e como me disse que eu não tinha capacidade de beijar direito e como ele era bruto. Tentei parecer, menos pálida e tento engolir a saliva. Olho nos olhos das minhas irmãs.  Que estão me encarando.

— Pela demora, minha irmã, acho que ele deve ser um Deus.– Josephine diz e lhe empurro uma almofada. Na sua direção. 

—  Param de bagunça meninas,parecem que têm doze anos as duas. 

Carlota nos chama a atenção. Por ser a mais velha das três sempre quis mostrar autoridade. 

—  Ah Carlota, você  sempre fez o que nossos pais sempre quiseram e se casou com aquele velho. Sem amor. 

Josephine a provocar novamente que e Carlota se levantar e vai embora da cama.

—  Não sei, por quê ainda insisto com vocês.

As olhamos ir embora, e logo nossa mãe  está no chamando.

— O almoço  está pronto meninas. — E olha que ao redor.  Não ver mais a Carlota.

 — Onde está sua irmã?

Pergunta se referindo a ela.

— Sentiu um mal estar mal. Coisas de grávida.

Explico e saímos  para a sala de jantar. A casa não era muito grande, éramos camponeses humildes, só tinha dois quartos que era um de meus pais e outro que dividia com minhas irmãs até elas se casarem. Sala, quarto e cozinha.

— Josephine não  é bom andar por aí desacompanhada, o que seu marido vai pensar disso? — Meu pai se pronuncia. 
 Chama a atenção de minha Irmã. Ela era casada com um fazendeiro, que era viajante então ela sempre se encontra só em sua enorme casa já que ainda não tinha filhos.

— Vim com a criada, meu pai.

Fala se sentando no seu lugar a mesa.

—  Mesmo assim não está certo e Aurora,  depois teremos uma conversa sobre Oliver ter saído daquela forma, daqui de casa aquele dia.

Meu pai era um homem de poucas palavras,  mas muito rígido.

—  Sim,  meu pai! — Olho para minha irmã e ela apenas balança a cabeça vagamente negando.

Mamãe nos serve a sopa de legumes e apreciamos um vinho e após o almoço.  meu pai manda Josephine voltar para sua casa. 

Quando estou andando para meu quarto, sinto uma mão no meu braço. Me puxando para sala. Vejo os olhos pretos do meus pai e ele estar bufando. Olhando com o rosto fechado.

—  Se você  perder esse casamento,eu irei ser obrigado a lhe manda-la para o convento.

Diz rígido e bravo. Mamãe se aproxima mais pelo modo que ele a olha mais uma vez, como naquele dia, que ele a olhou com tanta autoridade e ela abaixou a cabeça do mesmo modo. Como se fosse uma criada.

— Convento?

Pergunto e sinto uma lágrima querendo descer. Mas, seguro com todas as forças que eu tinha. Adquirir desde o dia que ele apareceu. Deixo as minhas pupilas arderem. Mas não dilatarem.

—  Sim,você tem duas opções. A primeira é   se casar. Ajudar nas contas. Estamos falidos! E a última, você pode ir para o convento. Você já tem dezoito anos e não quero mais te sustentar. Somei apenas as circunstâncias. Nessa vida, Aurora. Tudo é pela base de poder. Você é privilegiada. É um Duque.

Ouço e paraliso, só na parte de sustento. Sinto que as lágrimas querem cair com força. 
Meus olhos verdes estão parados. Encarando a parede. Ouvindo dizer, tantas coisas, mas uma única coisa. Sabia na minha mente.

—  Sou um estorvo tão grande assim para o senhor,  meu pai?

Elevou a minha voz, bastante alto com ele e sinto a baque de sua mão no meu rosto me fazendo me cair no sofá. 

— Acho que sua mãe te mimou demais. Te enchendo de sonhos e olha agora, como ousar falar comigo sua desmiolada? Dessa forma. Sou autoridade nesta casa. — Antes de se virar. Me olhar com desespero. 

Saiu deixando a sala. Minha mãe vem me abraçar e choro molhado no seu ombro. 

—  Mamãe, o que fiz para merecer isso? – Pergunto. Saindo do seu ombro, a olhando com as lágrimas caído em meu rosto. Pedido só um com olhar. Para que isso fosse apenas pesadelo. Que tivessem outros. Mas que não fossem reais. Os meus sonhos fossem roubados. Neste dia, desse casamento.

Ela me olhar, sem hesitar, permanece por alguns instantes. Apenas me encarando.

—  Oh, minha filha, por favor! Não responda seu pai. Se case e pronto. – Diz de uma maneira leve, como se fosse fácil. Mas lembro que ela havia se calado. Aceitado as ordens dos seus pais e casado-se com meu pai.

As suas  palavras eram a minha  maldição, por ter nascido numa época. Sem escolhas. Sem qualquer direito. O choro era sinal de fraqueza e a falta de voz. Era apenas para ter uma mão no rosto. Ardendo a pele.

— Não amo aquele homem, mamãe e nunca vou amar. 

Olho nos olhos, encarando o profundo azul das suas íris. Lagrimando, pela primeira vez. Na minha frente. Sem ao menos, se ausentar e se trancar no quarto.

Ela aperta as minhas mãos.

— O amor vem com o tempo minha linda. Eu também não amava seu pai no começo. Mas olha, como somos felizes hoje. – Tenta me animar com uma mentira já que era testemunha de como meu pai era um homem ruim com ela.

— Mas não era isso que queria para minha vida. 

Saiu de seu abraço e corro, sem olhar para trás. Vou para meu quarto, travando a porta   em seguida e deito na cama e me permito a chorar.

– Filha? – Permaneço calada, até que ela desistir e caminha pelo corredor da casa. Acho que a procura do meu pai, no jardim. 

Sinto meu rosto encharcado, insuportavelmente tento fechar meus olhos e adormecer na minha cama.

Permita-me, lhe amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora