Michael me levou até onde estávamos antes, reencontramos Victoria e Félix.
- Janta, janta? - Perguntou Félix empolgado como se a comida fosse a coisa mais maravilhosa do universo.
Até que ele tinha razão, naquele momento minha fome era tão intensa que estava prestes a desmaiar.
- Janta, janta. - Respondeu Michael. - Vão com ela, tenho que... sabe... sou o segundo capitão então...
- Você cuida da janta desse mês. Pode ir. - Victoria falou.
Enquanto caminhávamos novamente, adentrando o castelo após andar pelo belo jardim, Félix Amet decidiu abrir a boca.
- É que a cada mês o segundo capitão do grupo tem que arrumar nossas refeições. Tipo deixá-las temáticas e tals.
- Félix acho, só acho, que já passou o momento dessa explicação. - Disse Victoria.
- Ah... eu quis deixar para explicar mais no clímax do momento.
- Que clímax Félix?! - Exclamou Victoria indignada.
- É que... pensa comigo... a menina deve tá no maior clímax, sabe o momento tenso da parada, ela não sabe o que tá acontecendo, para que lugar tá sendo levada... deve tá na pura emoção.
Na verdade, eu estava mesmo é com fome.
- Enfim... você não entenderia Vic.
Subimos algumas escadarias, viramos alguns corredores e andamos mais um pouco até chegarmos no maior e mais espaçoso corredor do mundo. Sério, era muito largo. Então, chegamos em um portão, e quando Victoria o abriu entendi por que deveria estar no clímax da vida alguns minutos antes. Deveria estar totalmente ansiosa para ver o que veria.
Na minha frente estava o maior refeitório, ou seja lá o que era aquilo, que já vira. Eram tantas mesas, de tantos formatos, cores e decorações. As paredes eram douradas com desenhos decorando-as. O teto estava cheio de gigantescos candelabros de luz, alguns tinha formato de lobos, touros, dragões - Meus preferidos no caso - coelhos e raposas. As pessoas falavam sem parar, mas o barulho não era ensurdecedor, era... agradável? O ambiente era perfeito, a disposição das mesas e os mordomos irados vestidos de terninho branco com botões pretos e gravata borboleta eram simplesmente incríveis. O piso estava coberto por um tapete vermelho e chique, cheio de detalhes dourados. Não sei como, mas tudo me agradava. Nem a fome me incomodava mais.
De repente, enquanto adentrávamos lentamente o salão, senti algo estranho, algo bom, uma sensação feliz, parei de andar com a intenção de compreender o que estava acontecendo. Então, percebi que era a música, não qualquer música, estava sendo tocada em um piano e em algum lugar no salão. Enfim notei qual era, Für Elise do meu querido Beethoven. Tudo estava tão calmo, tudo parecia tão certo. Estava sendo hipnotizada? Félix e Victoria também cessaram o caminhar assim que perceberam que eu não os estava acompanhando.
- Ei, o que foi? - Perguntou-me Félix gentilmente como se fossemos amigos há muito tempo.
Não posso cair nessa, não somos amigos. Mas... quem tá tocando isso... tô ficando doidona.
- Nada... não... não é nada. Só uma sensação estranha.
- Só anda. - Falou Victoria.
Demorei para obedecê-la, mas acabei obedecendo. Enquanto andávamos, busquei em todos os lados por quem estava tocando, queria saber de onde a música vinha, precisava saber. Aquilo não era normal, a criatura tocava com a alma, eu podia sentir a melodia vibrar nas minhas veias.
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Os caçadores de pesadelos
Teen FictionAshley é uma garota de dezessete anos preocupada com notas e em passar no vestibular. Parece com qualquer outra adolescente esforçada, exceto pelo fato de ter sonhos estranhos e um destino inacreditável. Quando menos espera é levada para uma ilha de...