Capítulo 21: Um cara chamado Ryan

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                                                                        EMMA

Acordei com o som ensurdecedor de duas idiotas berrando sem parar, eu estava em uma espécie de cela, um pouco maior que as do palácio principal. Estava com uma baita dor de cabeça e a última coisa de que me era o pó dourado que jogaram na minha cara, não devia ter mordido os sequestradores. Enfim, águas passadas.

Eu queria em como poderia escapar, mas minha visão ainda estava embaçada e as duas estúpidas brigavam mais que um casal da meia idade disputando o controle remoto.

 — Sim, vamos chamar o James.

 — Eu não quero o seu ex no meu casamento!

— Nosso casamento. E... bem... você não entende, minha prima está solteira...

— Eu sei o que querem fazer, sua família é nojenta.

E elas não calam a boca

  Esforcei-me para ignorar as vozes estridentes e focar na cela, precisava encontrar um jeito de fugir. Estava no meio do nada, no mundo dos sonhos e na área das sombras. Ninguém me acharia, teria que escapar por conta própria.

  Não havia uma maldita janela naquele lugar, dentro da cela era escuro e frio. As idiotas estavam na luz cegante e branca do outro lado das grades de choque, feitas com plasma negro provavelmente. Uma delas era alta, pálida e tinha cabelos vermelhos, a outra era mais baixa, com a pele morena e brilhante e seus cabelos eram cor de mel.

— Pelo menos o bolo vai ser de chocolate! — Exclamou a de cabelos cor de sangue.

— Não mesmo! Combinamos que seria  de morango.

  Como eu queria maná-las calar a boca. Meu cérebro estava frito e precisava de sossego.

— Samantha! Não pode...

— As duas, quietas. — Disse uma garota que acabava de entrar na sala.

— Graças a Deus. — Falei.

Todas voltaram-se para mim. Percebi que a menina que calara as duas maritacas era a mesma que me sequestrara, o coiote, Ofélia. Outra idiota.

 — Sabem que não vai rolar casamento até dominarmos o mundo, não é?

As duas briguentas assentiram tristes. Porém, eu ria.

— Ata que vão dominar o mundo.

— Que menina insuportável, deixe-me acabar com...

— Não se mexa, Samantha. — Disse o coiote que na verdade era uma menina esse tempo todo. — Ninguém encosta nela até eu mandar.

Samantha ficou rígida.

 — Ok.

— Embora eu admita que essa peste é uma sem educação. Ela me chamou de vadia.

  Samantha e a garota de cabelos vermelhos começaram a rir. Como consequência, levaram um choque doloroso e caíram no chão.

— Por que não consigo usar os meus poderes? — Perguntei após tentar abrir um portal e sentir a maior dor de cabeça da história das dores de cabeça.

— Nosso mestre tem a melhor tecnologia para deter a sua laia.

  Revirei os olhos.

 — Veremos.

  Inspirei bem fundo antes de concentrar todas as minhas energias para abrir um portal. Cheguei a gritar de dor, mas senti algo se abrindo lentamente.

Os caçadores de pesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora