Capítulo 7: Félix e os jogos irados

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- Certo. No passado, surgiram seres humanos incomuns, eles se alimentavam da força... da alma dos outros. O mundo esteve por um tempo vivendo um tremendo caos, um desequilíbrio de forças. Até que então, alguns anos depois, começaram a surgir outras mutações, pessoas como você... é... como nós surgiram. O equilíbrio foi reestabelecido.

- Então... existiam sombras e pessoinhas dessa ilha há muito tempo?

- Sim. Para você ter uma noção, a maioria dos ditadores fascistas era sombra.

- Eita.

- Sim. Nossa espécie é velha, existimos há muuuuito tempo e existimos até os dias atuais.

- Beleza, e daí?

- Bom... com o tempo os poderes de ambas as espécies foram se diversificando, os poderes dos grupos que temos, sabe?

Acenei com a cabeça, tentando processar tudo aquilo.

- Enfim, então, cinco caras como nós se uniram e montaram a ilha, quatro falavam latim e um falava grego. Como o líder era o grego deram o nome da ilha em homenagem a um de seus muitos deuses, Morfeu, o deus dos sonhos. Porém, o nome dos grupos é em latim, por causa dos outros criadores da ilha.

- É... as coisas fazem mais sentido agora.

- Bom... aí passamos a destruir os monstros, fazíamos de tudo para impedir que matassem inocentes e essas coisas não muito legais. O problema é que as sombras e nós normalmente estamos em equilíbrio, é complicado manter um mais poderoso e dominante.

- Certo.

- Mas, conseguimos dar um jeito. De alguma forma, nossos antepassados aprisionaram as sombras no mundo dos sonhos. Infelizmente, elas continuam mortais neles. Então, fazemos missões para impedir catástrofes.

- Certo. Agora, por que raios tenho que ficar na ilha?

- Bom... as sombras nos rastreiam conforme nosso poder aumenta o que acontece quando vamos ficando mais velhos, por isso, levamos pessoas para a ilha, para que possam controlar seus poderes adequadamente e viver sem se preocupar com as sombras já que terão treinamento para se proteger. Normalmente levamos a partir dos doze ou treze anos, evitando as chances de se machucarem.

- Mesmo assim... é... um absurdo!

- Só não queremos que nenhum dos nossos morra. Tipo, as sombras gostam de nos caçar mais do que gostam de caçar os humanos normais, elas têm um leve ranço por serem aprisionadas.

- Espera, como vi algumas delas na vida real se estão nos sonhos?

Malael fechou a cara, parecia hesitante em dar a resposta, mas se esforçou para o fazer mesmo assim.

- Então... recentemente, algumas delas estão... escapando. Achamos que estão roubando almas o suficiente, ficando mais fortes. Acreditamos que as que fugiram estão planejando trazer de volta seu líder, o pesadelo, para reinar no nosso mundo.

- Credo. - Disse tentando fingir que não estava assustada. - Esse... esse tal de pesadelo... não fugiu?

- Ainda não. Quando os prendemos fizemos uma cela especial para ele, pois era o mais forte. É muito difícil abri-la, seria preciso muitas sombras não aprisionadas nos sonhos.

- Mas elas estão fugindo.

- Sim.

Então, lembrei-me de algo mais importante ainda.

- E a minha mãe? A profecia esquisita falou...

- Posso te pedir um favor?

- Diga. - Respondi irritada.

Os caçadores de pesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora