Capítulo 16: Malael tem olhos verdes

36 13 8
                                    


Victoria sacou uma espadada de seu vestido, saltou e começou a lutar contra os inimigos das trevas. Mas antes, gritou:

- Fique com ela, Emma!

A irmã de Michael assentiu e ergueu sua adaga cautelosamente.

- Atrás de mim. - Disse a menina.

- Não tem arminha pra mim não? - Perguntei assustada enquanto olhava ao redor todo o caos e destruição que começava a se instalar na arena.

Sombras surgiam a cada segundo, alguns de nós gritavam, outros lutavam e defendiam as crianças. Explosões irromperam. Percebi que nem todas as sombras eram iguais, ou seja, nem todas eram formas esfumaçadas. Vi algumas que se pareciam, e muito, com pessoas normais, pessoas como eu. O que as diferenciava de nós eram suas máscaras. Algumas delas usavam de leopardos, outras, de rinocerontes e por aí vai.

Emma lutou por nós duas, esfaqueava cada monstro que se aproximava. De vez em quando nos defendia das sombras não esfumaçadas, era tenso vê-las cair, pareciam tão... tão humanas. Mas, não podia sentir pena, eram tão más quanto as outras. Derrubavam pessoas nas arquibancadas com pressa, pareciam procurar por algo, depois que revistavam os indivíduos e não encontravam o que queriam, deixavam os pobres seres largados onde estavam e partiam para cima de outros.

Vi Victoria trucidar um mol de inimigos com tamanha velocidade. Foi impressionante. Félix e Michael usavam sua telecinese e chutes com as lâminas dos patins para batalhar com as sombras. Meu amigo albino lutava contra quatro ao mesmo tempo, uma menina de máscara de... acho que de hidra, voava e investia contra ele a cada segundo praticamente. Os outros três inimigos se teletrasnportavam e o confundiam, surgindo por todos os lados. Acontece que o teletransporte deles não era como o de Emma, não precisavam de portais, simplesmente sumiam e reapareciam.

Uma sombra esfumaçada se aproximou de mim e de Emma, não consegui fazer nada, estava paralisada. Contudo, felizmente Emma fez surgir um portal em seus pés e se livrou do monstro. Eu tinha que começar a agir. Eu era a escolhida, tinha que salvar aquelas pessoas não ficar paralisada sem saber o que fazer. O problema é que eu não tinha uma espada sequer.

Concentrei-me, queria fazer uma espada de plasma surgir em minha mão direita. Porém, o que consegui foi um arco na mão esquerda.

- Qual é?! - Bradei em meio ao caos e destruição. Enquanto Emma destruía dezenas de caras maus por minuto eu tentava criar flechas. Acabei entendendo como fazê-las surgir.

- Arco e flechas? - Perguntou-me a irmã de Michael ao arquear uma de suas sobrancelhas. - E você sabe usar isso?

- Vamos descobrir agora.

Mais sombras se aproximavam, Emma parecia estar se cansando rapidamente. Não acredito que fazer tantos portais de forma veloz seja algo fácil.

Comecei a lançar flechas nos inimigos, a princípio hesitava a cada flechada já que tinha medo de acertar pessoas inocentes. Mas, descobri que possuía um talento peculiar para a coisa. Uma sombra, duas, três. Tentei contar quantas derrubava. Perdi a conta após a décima primeira.

Alguns minutos voaram, Félix tinha se livrado dos quatro irritantes que o perturbavam com a ajuda de Michael o qual já não via mais no gelo. Victoria não estava tão longe do menino de cabelos brancos e sorriso meigo que agora tinha uma expressão de espanto no semblante.

Uma figura misteriosa surgiu, uma garota com máscara de coiote simplesmente lançou raios negros na direção de Félix, Victoria gritou seu nome, mas não foi a tempo. Meu amigo albino caiu no chão, não sabia se estava morto ou só desmaiado. A garota era medonha, mesmo usando máscara eu podia ver seus olhos brilhantes e azuis, por onde tinha passado havia um rastro de garotos e garotas eletrocutados com seu plasma negro em forma de choque. Seu sorriso era perverso e assustador.

Os caçadores de pesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora