Capítulo 27: O final da luta

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O maldito chão frio esmagava a minha cara, quase fazendo minhas lentes de contato saltarem dos meus olhos, após um soco bem dado de Ofélia. É, Michael e eu seguimos os lacaios do pesadelo até um certo lugar, ainda próximo ao Big Ben. Acho que não gostaram da perseguição. Decidiram nos enfrentar de uma vez por todas e lá estávamos nós, eu e Michael, levando uma surra de Ofélia, Miguel e mais um cara que chamava Sebastian com uma força abominável.

Mesmo com meus poderes não podia dar conta do treinamento daqueles monstros, principalmente do de Ofélia. Ela não era Asas Tenebris para voar, mas saltava tão alto... e seu plasma negro ardia como um choque terrível que me fazia sentir meu corpo todo vibrar de dor, parecia que estava dentro do sol, queimando sem parar.

— Morre! — Ofélia gritou mais uma vez, lançando seu chicote de dor em Michael.

Joguei aquela idiota o mais longe que pude com a telecinese antes de ser golpeada por Sebastian. E como doeu! Aquele desgraçado era Physicorum. Michael correu para me acudir, acabou em uma briga que não podia vencer no braço. Enquanto ele fazia Sebastian bater no chão e flutuar sem parar, eu me contorcia de dor, meu estômago não seria o mesmo por um bom tempo se eu sobrevivesse. Ofélia dava uma cambalhota no ar em meio a tudo isso e Miguel a pegou no colo antes que pudesse se chocar no chão. Uma pena.

  Michael foi golpeado por sombras e Sebastian se livrou do domínio telepático do garoto, consegui explodir as malditas sombras para facilitar a vida do loiro pobre coitado em minha frente. Infelizmente demorei para teletransportar o Physicorum horrível e grande, com um portal sob seus pés, e Michael caiu no chão de forma semelhante a mim. Agora, enquanto ele agonizava eu me recuperava.

Antes que pudesse me sentar direito, Ofélia e seu namorado psicopata já corriam até mim. Mais sombras esfumaçadas vinham para melhorar a situação.

— Isso é inútil... — Michael dizia enquanto derrubava sombras. — Temos que achar o pesadelo. Ele pode estar matando os governantes do mundo a essa hora.

— É... tô ligada. — Meu estômago ainda doía intensamente, parecia que eu iria vomitar.

Fui até Michael para ajudá-lo a se levantar.

 — Algum plano? — Ele perguntou, a mão no estômago.

— Não, mas eu quero matar esse idiota que só sabe bater na barriga das pessoas.

— Também

E a briga continuou. Eu ficava com mais agonia e raiva a cada segundo que passava. O cansaço que não precisava aparecer quase me matava. Eu queria rasgar a cara perfeita de Ofélia que não tinha quase nenhum arranhão, até Sebastian que era indestrutível ficou com um olho roxo depois que eu o nocauteei. Mas ela não, Ofélia era perfeita, cada passo seu era planejado e a desgraçada protegia seu cachorrinho, ou seja, quase não acertávamos Miguel também.

Estávamos exaustos e ofegantes, no auge da derrota, quando fomos cercados por uma quantidade bem considerável de sombras.

— Como eles arranjam tudo isso?! — Bradou Michael irritado, mas triste ao mesmo tempo. Eu podia ver o temor de Malael em seus olhos, mesmo que fosse difícil de vê-los por baixo de toda aquela sujeira e machucados. Enxergar Malael mais uma vez me deu forças para continuar.

Então quando o pegaram, várias sombras o agarraram e começaram a machucá-lo sem piedade, eu surtei. Dei um berro, uma mistura do meu ódio e pânico, fechei meus olhos e quando os abri todos estavam no chão, todos os malditos que queriam acabar com o mundo. Foi a feliz vez de ver Ofélia se contorcendo de dor. Não sei o que houve, provavelmente uma expansão da telecinese que os atingiu.

Os caçadores de pesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora