Mistérios a serem resolvidos

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- Aaaaaah! - começo a gritar.

- Que foi? - minha mãe me abraça toda preocupada.

- Ele... Ele... Ele...

- Ele quem?

- ... Nada, eu estava sonhando ainda.... e acabou que confundi com a realidade - mudei de ideia e resolvi não contar, pelo menos não ainda.

- Tem certeza?

- Sim. Eu vou colocar o apanhador de sonhos ruim e aposto que vou dormir melhor agora.

- Então... Durma bem, meu amor - ela me olha de um jeito carinhoso e apreensivo, me deu um beijo e foi dormir em seu quarto que fica ao lado do meu. Enquanto eu, fiquei acordada um bom tempo ainda. Não queria sonhar ainda.

***

Acordei com meu despertador apitando - era 6:00.

- Hoje vai ser diferente - disse para mim mesma - hoje vai ser melhor do que ontem - eu espero.

Tomei banho - dessa vez bem rápido - vesti uma calça marsala, um moletom com a letra M bordado de cor vinho e um tênis ALL Star branco, e deixei o cabelo solto.

Desci, e lá estava minha mãe me esperando.

- Pedi folga. Vou te levar e buscar na escola. Já que seu carro está no mecânico - minha mãe é arquiteta.

- Tudo bem. Hoje fiquei de dar uma aula de reforço, um castigo do diretor.

- Ok.

- E... Não precisava se afastar do trabalho, e se o carro demorar a ficar pronto? Peço carona ao Benjamin, ele vai buscar o carro hoje, ou amanhã. Não lembro - balanço a cabeça - mas já está ok.

- Não quer minha companhia? - ela faz expressão de tristeza.

- Mãe, não é isso, é que eu só acho que você não precisava se incomodar. Mas, já que você já combinou com o Marcelo - chefe de minha mãe - tudo bem.

- Então está combinado - ela bate as palmas alegre.

Depois de eu comer, fomos para o colégio.

Chegando lá, sou recebida por um grande abraço do Benjamin.

- Estava muito preocupado com você. Você está bem? Quero a verdade - ele para e me olha nos olhos.

- Sim... Acho que sim... É que estou bem mas não me lembro do que aconteceu.

- Meu Deus! - ele bate as mãos meio irritado - você tem que ver essas perdas de memória. Pode ser alguma coisa séria.

- Ei, não é nada sério - levanto seu queixo.

- É melhor que não seja, mas você tem que olhar.

- Tá, mas agora vamos para a aula.

- Olha se não é a senhora pimenta - Ametista chegou.

- O que é que vocês querem?- ponho a mão na cintura.

- Calma, você anda muito estressada, uma hora pode explodir - agora era Cristiano, o namorado de Ametista.

- Não provoque ela. A senhora pimenta vai se fingir de coitadinha.

- Não me enche garota!

O sinal tocou.

- Não se esqueça da nossa aulinha particular, é hoje - lembrei ela. E fiz questão que todos ao nosso redor escutasse. Eu sabia que ela odiava receber ajuda.

- Que fique bem claro. Uma única vez, e é porque o diretor está me obrigando.

- Não estou nem aí. Só estou fazendo a minha parte - ela me olhou feio e foi em bora.

- Cara feia é fome! - eu precisava falar. Ela me mostrou o dedo do meio. Não liguei.

- Acabou o show, agora vamos - Benjamin me alertou.

- É o melhor que fazemos.

***
A primeira aula foi de biologia. Eu era da mesma turma do Lucas. E para aumentar a coincidência, ele se sentou do meu lado, ficando assim como mapeamento de sala.

- Você por acaso, tem alguma coisa a ver com todas essa coincidências? - não duvido nada.

- Que coincidências? - Lucas respondeu.

- Ontem você foi da minha sala em todas as aulas, e hoje, você se senta do meu lado, no mapeamento.

- Como você disse, "coincidências" - ele sorri sem mostrar os dentes.

- Mais é muita "coincidência".

- Deve ser um sinal.

- De que?

- Não sei. Tem pretendentes?

- Que? Lógico que não!

- Esse "lógico" é de que é uma coisa absurda?

- Não. Eu estou focada nos estudos agora! - olho para o quadro a minha frente.

- Silêncio vocês aí. Não quero conversas paralelas na minha aula - salva pela professora Karine.

Até que a aula passou mais rápido do que eu imaginava. E logo era o intervalo.

E finalmente, o Lucas não era da minha sala na aula de literatura.

***
Quando acabou a aula, fui direto para a biblioteca, encontrar Ametista.

- Posso saber onde a senhorita estava? - perguntei sarcástica.

- Fui encontrar o Noé - ela me responde.

- Que Noé?

- Noédasuconta! Hehehe!

- Há Há. Isso foi bem infantil da sua parte - ela apenas me olha feio.

Durante toda a "aulinha" ela ficou mechendo no celular. Mas eu não estava nem aí. Queria acabar logo e ir para casa.

Francisco disse para eu ajudar na matéria, não para eu forçar ela a ser ajudada.

Passou 30 minutos lentamente.

- Acabou - Ametista disse impaciente.

- Tchau! - disse pra ela fria.

- Tchau! - e ela foi embora rebolando. Que desperdício de corpo violão.

***
- Oi, como foi? - Benjamin chegou.

- Você sabe, duvido que ela entendeu ou quis entender. Mas a minha parte eu fiz - levanto os ombros.

- No meu caso, Foi de boa. Bryan pareceu bem interessado em aprender.

- Então... Preciso ir. Minha mãe deve estar chegando.

- Ok. Eu vou indo também. Te ligo mais tarde.

- Ok. Tchau.

Enquanto estava indo para o local onde eu e minha mãe combinamos, apareceu um garoto. Ele era alto, moreno, olhos verde, cabelo castanho e tinha uma boca rosada e carnuda.

- Você precisa vim comigo. Você corre perigo.

O Pimentar De Uma GarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora