Um novo aliado?

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- Que? - fiquei pasma.

- Você não tem tempo! - o garoto disse.

- Pelo que eu saiba, eu posso até estar em perigo, mas pelas suas mãos - pus a mão na cintura.

- Você quer saber? Então tá. Você está tendo perdas de memória, estou certo? - fez pose de pensador.

- Como você sabe? - ok, prendeu minha atenção - quero saber agora.

- Vou responder todas as suas perguntas mas não aqui, vem! - eu fui com ele. Estava receosa, mas o que eu poderia fazer?.

Atrás da escola tem um bosque. Ninguém entra. Dizem que é um labirinto. Mas foi lá que ele me levou. E não parou perto da entrada. Caminhamos por uns 10 minutos, mais ou menos, até chegarmos à uma cabana que aparentava estar abandonada.

- É melhor você se sentar - o garoto disse.

- Primeiro, seu nome - preciso das respostas.

- Vou responder perguntas sobre você, não sobre mim.

- E como é que te chamo, hen? - apoio todo meu peso na perna esquerda.

- Me chame de Max - fez pose igual aos heróis de quadrinhos.

- Porque não posso saber seu nome?

- Um dia saberá. Mas foco. Você tem uma irmã.

- O QUE? - caí no sofá com a mão no coração. Ele podia pelo menos ser mais delicado.

- Sim. Seu pai conheceu sua mãe e eles se apaixonaram. Mas, ele trabalhava com experiências perigosas. E uma delas explodiu. E justo esse experimento, não tinham muitos dados, não sabiam nada sobre ele, apenas que era muito perigoso. E como ele era cuidadoso, se afastou da sua mãe. Até ter certeza absoluta que estava bem. Depois de duas semanas ele apareceu, e aparentava estar bem. Mas não era bem isso. Apareceu querendo engravidar sua mãe, e quando o bebê nasceu, ele desapareceu - falou tão rápido que pareceu nem estar respirando.

- Espera, minha mãe nunca me contou que ele trabalhava com isso.

- Que? De tudo que eu falei, você prestou atenção apenas nisso?

- O que? Pelo que eu saiba, você pode estar mentindo. E como essa história não bate...

- Deixa eu ver se eu entendi. Você não acredita em mim?

- Exatamente isso.

- E se eu te dizer que quando fugiu, ele matou cada pessoa que trabalhava com ele. Transformando-o em um fugitivo. Talvez, sua mãe não queria te dizer essa parte da história. Falando então, que durante uma festa, alguém dopou ela, e quando acordou no dia seguinte, estava grávida.

- É... Foi isso... Como sabe?

- Tenho meus contatos - olhou para cima.

- E que contatos são esses? Como eles sabem?

- Perguntem para eles, ué! - ele riu de deboche.

- Ótima ideia, como encontro eles? - falei já pegando um bloquinho na minha mochila para anotar, ks.

- Ei! Tô zoando - ele falou pegando em minha mão, impedindo de eu continuar - mas vai ter que confiar se quiser sobreviver...

- Amélia! - um desconhecido apareceu na janela e gritou.

- Amélia, por aqui - Max me gritou.

- Nós saímos pelos fundos e corremos, corremos e só corremos - não era um bom plano, mas era o único que nós tínhamos - quando percebemos, não tinha ninguém atrás de nós.

- Ufa. Acho que escapamos - eu disse cedo demais. E de novo, aquela mão apareceu e eu apaguei.

O Pimentar De Uma GarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora