Pensamento às escuras

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- Aqui sua água filha - minha mãe chegou interrompendo meus pensamentos.

- Obrigada - peguei e bebi - vou ir dormir, tá?

- Ok. Nossa, que semana você teve, hen. Cheia de emoções.

- É verdade, Rs... - eu ri.

Subi, tomei um banho um pouco demorado, vesti meu pijama, escovei meus dentes e meus cabelos. Deitei na cama. Fechei meus olhos.

- Você conhece seu amigo de verdade? Ele é confiável? - escuto alguém me dizer.

- Lucas? - abri meus olhos e quando vi ele, corro para me esconder de baixo das cobertas.

- Ei, não precisa se preocupar, não estou interessado no seu pijama - me olhou com aquele sorrisinho malicioso - Mas foco, se eu te mostrasse duas pessoa, um seria o Benjamin e o outro disfarçado de Benjamin, você saberia diferenciar? - acabou o encanto com essa pergunta.

- Hã? Quê? Por quê?

- É o que pretendo descobrir - Lucas falou se sentando na minha cama, pondo a mão no queixo pensativo.

- Por que esse papo agora?

- Confia em mim? - falou brincando, com os olhos nos meus, que agora estavam acinzentados, me calzando arrepios.

- Na verdade não - fui sincera.

- Isso pode mudar - deu outro sorriso malicioso - preciso ir... E... Preste atenção nas pessoas ao seu redor.

E quando percebo... O Lucas não está mais aqui. Resolve esquecer e fechar os olhos.

***

E logo em seguida...

- Você confia mesmo no Lucas?

- Max? - falei levantando da cama já com raiva por não estar descansando. E nem me preocupei com minhas roupas dessa vez. Eu estava no meu direito, na minha casa, e no meu quarto, e nele faço ou visto o que eu quiser!

- Não confie no Lucas - Max falou me olhando feio, não me passou segurança.

- Por que não? - cruzei os braços.

- Porque não! - se emburrou mais ainda.

- Se você falasse com mais confiança e sem cara feia, eu ateeee... pensaria em te escutar. Mas não me traz confiança com essa sua cara assim - virei meu rosto.

- Olha, desculpa, é que a parada é séria! - falou com um pouco mais de seriedade.

- Por quê? O que tem de tão sério? - levantei meu queixo, fazendo com que eu ficasse mais autoritária.

- Confia em mim? - Pelo amor de Deus, por que tantas pessoas perguntam isso? Não! - Não!

- Por que não?

- Porque não! - bati o pé no chão. Acho que eu estava parecendo uma criança mimada, e ele percebeu, porque até riu.

- Parece uma criança mimada - vi? - olha é melhor confiar - me olhou no fundo dos meus olhos, senti ameaça em seu tom de voz.

- Isso é uma ameaça? - levantei as sobrancelhas.

- Não! Claro que não. É que eu gosto de você, quero o seu bem. Aí, eu gostaria que você confiasse em mim. É só isso - falou e pegou na minha mão, me penetrando mais ainda com seu olhar. O tom mudou de rude pra doce de repente. Eu diria até que foi forçado demais.

- Confiança se ganha e não é pedindo com jeitinho que vai conseguir a minha - afastei minha mão da dele.

- Você quem sabe - olhou paro o lado. O tom de voz mudou de novo e algo nele me deixou mais preocupada ainda.

- Sai da minha casa! Agora! - apontei para a porta.

- Vai se arrepender disso! - me olhou sério. Sua voz vibrou dentro de mim, meus pelinhos até eriçaram.

- Espere e verá - agora era eu quem estava no controle.

Ele foi em direção a janela e sumiu.

Eu pensei que não dava para pular de uma altura de 3 metros e sair correndo. Mas, acho que pensei errado. Ele conseguiu, e sumiu.

E quando eu viro... eu vejo a escuridão, e nela havia os olhos vermelhos, muito familiares...

Apaguei!

O Pimentar De Uma GarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora