- Paaaaaaare!
- Lucas! - olho para o lado direito e vejo o Lucas. Vejo também que não estou no quarto branco, mas sim nas escadas, e desamarrada, com uma faca apontada em meu pescoço, e Max segurando-a.
- Pare, Wapasha!
- Esse é o seu nome? Ks - tive crise de riso. E eu achando que meu sobrenome era motivo de piada. Mas eu sei que fiz errado, eu sei como é ser zoada por causa do nome.
- Fica quieta - parei de rir - significa flor vermelha - disse sem graça, até deixou a mão mole - mas, não é da sua conta! Fique quieta! - apertou de novo
- Largue ela! Agora! - Lucas se aproximou e levantou a mão em sinal de paz. Mas Wapasha fincou mais ainda a faca.
- Por que ela merece viver, e Ametista não? - senti uma lágrima sua cair em meu ombro.
- Ela pode aprender - tentou achar uma solução.
- Da mesma forma que você?
- Eu não tinha nem 5 anos. Ela - apontou para mim - tem 17, e vai fazer 18 mês que vem.
- Mas você sabia de tudo.
- Eu era jovem. Ela pode lidar com isso, caramba - bateu as mãos na perna, e deu uma girada, demonstrando impaciência.
- Você gosta dela...
- Eu não quero que ninguém inocente morra.
- Ela pode ser tudo, menos inocente...
Me passou uma onda de coragem, força... Que aproveitei e dei uma cotuvelada em seu estômago.
Corri para os braços de Lucas.
- Você está bem? Ele te machucou? - ele começou a passar mão para ver se eu estava bem.
- Bah! - olhei feio para ele.
- Só estou preocupado com você. Eu podia pelo menos receber um "obrigado" - tirou a mão.
- Ameeeeeliaaaaaaa! - pós a mão na barriga e começou a correr atrás de nós.
- Depois conversamos - olhei de relance para Max, ou melhor, Wapasha, e puxei o braço de Lucas.
- Boa ideia - Lucas tomou frente. Agora era ele quem me puxava.
- Me solta! - Max (vou continuar com o Max) pegou o meu braço e começou a me puxar.
- Escuta, sou eu. Foco. Não deixe ele te enganar - escutei a voz do Lucas mas não vi aboca se mexer.
Percebi que eu estava impedindo Lucas de me ajudar, eu estava indo em direção a Max.
- Amélia! Tenha foco - Lucas gritou.
- Ameeeeeliaaaaaaa! Você ainda vai pagar - a última coisa que me lembro antes de sair do hospital. Antes de Trancarmos e ele ficar esmurrando a porta querendo abrí-la.
- Obrigada! - abracei.
- Agora melhorou - Lucas deu seu sorriso malandro.
- Não estraga o momento, bobo - dei um empurrãozinho de leve nele.
- Mas vamos sair daqui logo - lembrou me que Max ainda estava do outro lado da porta.
- Filha! Onde esteve? Por que some assim? Pare de me dar susto, a cota já encerrou faz tempo - minha mãe chegou desesperada me abraçando, me beijando. Vi desespero, preocupação em seus olhos. Mas também, ela desce de elevador, eu de escada, e quando chega lá em baixo, não vê a filha. Eu a entendo.
- Desculpa mãe, não tive a intenção de preocupá-la. Mas é que...
- Ela desmaiou! - Lucas interveio.
- Por 3 horas? Por que ninguém me avisou? - proocupou-se mais ainda.
- Desculpa! - baixei a cabeça. Ele é bom nas desculpas... Só que não!
- Não tem problema. Vamos pra casa - ela queria fazer mil e uma perguntas. Mas percebeu que era melhor descansar primeiro.
- Vamos para casa? - queria ir em bora.
- Claro... Claro, claro.
- Lucas. Obrigada mais uma vez - virei para ele e dei um abraço, ele retribuiu. E ele olhou com seus olhos vermelho paixão.
Quando eu ia dizer mais uma coisa...
Lucas me beijou, eu retribuí.
- Então! - minha mãe nos interrompeu - vamos?
- Claro - virei para minha mãe. E depois dei um selinho em Lucas e a segui.
- Vocês estão juntos? - ela me perguntou.
- É... - fiquei sem palavras - mãe...
- Já entendi. Depois me conta os detalhes - agradeci com um aceno de cabeça.
Entramos no carro.
Não ligamos o rádio.
E no meio do caminho...
Um carro nos cortou.
O nosso carro capotou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Pimentar De Uma Garota
Mystery / Thriller🥇 Primeiro lugar - Concurso Palavras Douradas 🥇 Amélia Pimenta está terminando o ensino médio. Ela vive com a mãe - Viviane. Tem um melhor amigo - Benjamin. Uma adolescente como as outras. Mas, depois de uma ligação misteriosa a ameaçando, sua...