Verdades a serem ditas

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- Aaaaaaaaaaaaaaaah! - eu grito.

- Aaaaaa! - minha mãe grita também - que foi!!!?

- Quê? - olho para mim, para minha mãe. Estamos inteiras, não capotamos.

- Por que grita? - minha mãe quase perdeu a direção, agora de verdade.

- E... Eu... - ele está por perto - Max!!!

- Que? Quem é Max? - ela fica toda preocupada.

- Nada não - acho que já está na hora de por um fim nisso tudo.

- Como assim você grita, e diz "não é nada não"? O que está acontecendo com você? - ela começou a ficar vermelha.

- É... - como digo? - vou te contar tudo, tudo, tudo! Mas quero chegar em casa primeiro.

- Não! Agora! - olhou para mim.

- Eu prometo que te conto. Mas vamos chegar em casa primeiro - olhei para ela. Meus olhos encheram de lágrimas. Eu queria contar tudo a ela, mas como?

- Ok - olhou para frente.

Chegamos em casa.
Fui direito para o meu quarto.

- Anda, atende! - resolvi ligar para alguém que vai me ajudar nessa situação - Lucas? Oi, preciso falar com você.

- Oi. Algum problema? - escutei Lucas do outro lado da linha. Aparentava estar calmo.

- Todos! Quando eu e minha mãe estávamos na estrada, Max fez aquele coisa... Pensei que o carro tinha capotado.

- Você está bem? - ele mudou de tom, agora para preocupado.

- Sim! Mas quero falar tudo com minha mãe - eu estava decidida - ela merece saber. E eu também quero aprender a diferenciar quando alguém, nesse caso Max, fizer alguma coisa com minha mente - eu não parava de andar para um lado e para o outro.

- Não, claro, claro! Mas espera, amanhã, agora já está tarde.

- Não! Tem que ser agora - não estava muito tarde... Olhei para a janela.

- Amélia, você está cansada, sua mãe está cansada. Você passou por muita coisa hoje. Amanhã eu vou aí, e contamos juntos para ela - ele me acalmava. Mas eu queria tanto... Que não vi que ele estava certo.

- Promete? Quero acabar logo com isso - parei de "fazer um buraco em meu quarto".

- Boa noite Amélia, durma bem.

- Boa noite - desliguei o celular.

Que saco!

- Amélia, faz favor - escutei minha mãe me chamar lá de baixo.

- Já vou! - gritei de volta.

Quando eu desço... Levo o maior susto...

- Ametista? O que está fazendo aqui? - ela estava sentada no sofá.

- Vim fazer uma visitinha pra você - falou com seu tom de deboche. Não podia acreditar que ela era minha irmã. Somos completamente diferentes. Tanto fisicamente quanto telectualmente.

- Falou a garota que gosta de me colocar para baixo - será que ela sabe de tudo?

- Senhora Viviane, posso conversar com Amélia em seu quarto? - olhou para a mãe.

- Claro. Apontou a escada.

- Obrigada - subiu rebolando. Sem nem me esperar. Subi batendo os pés.

- O que você quer... Irmã! - fechei a porta com força.

- Eu? - apontou para si mesma - Acertar as contas com você - apontou para mim, e riu debochada. "Ela é sempre debochada".

O Pimentar De Uma GarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora