🖤Capítulo 10🖤

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 06/11 -- Quarta

    -- A Mali está bem? -- Pergunta meu marido.
    -- Está, nunca a vi chorar, isso é aterrorizante. A mamãe foi longe demais dessa vez. Contei pra Malvina todo o plano, até sobre como a Chloe conseguiu os olhos verdes. Ela ficou tão arrasada. -- Digo sentando no sofá do nosso quarto.
    -- Você é melhor que eles, querida. Melhor do que seus pais, você é uma mãe melhor.
    -- Bem, nesse requisito não é difícil ganhar. -- Digo sorrindo.
    -- Verdade, mas você entendeu.
    -- Entendi, obrigada Ben. -- Digo dando um selinho nele. -- Vamos dormir, já é de madrugada e eu estou cansada.

🦁

    -- Beni!
    -- Bernardo? Quando voltou?
    -- Oi, voltei ontem, ia te procurar, mas a Senhora De Vil disse que isso não era uma boa ideia.
    -- E o que queria falar comigo?
    -- Conversar, sei que…
    -- Olha amigo, você sabe que eu sempre vou ficar do lado da Ayla, não me coloque no meio, por favor.
    -- Eu sei, eu sei… Eu só não sei o que fazer. -- Digo cabisbaixo.
    -- Vem, vamos conversar no meu escritório.
    Segui Benício até seu escritório, quando chegamos ele me pedi para sentar. Ayla sempre dizia que Benício era um rei antes de ser oficialmente, e como em muitas outras coisas, ela tem razão.
    -- Por que você saiu mais cedo da coroação?
    -- Minha mãe, Branca de Neve, achou melhor irmos embora antes que passássemos por mais alguma “humilhação”.
    -- Entendo. E como se sente com essa libertação da Ayla?
    -- Não sei, e é isso que me deixa inquieto. Nunca tive uma conexão como você tem com ela, vocês sempre foram muito unidos, às vezes até ficava com ciúmes. Mas nunca pensei na hipótese dela gostar de meninas, na verdade sempre achei que ela estivesse apaixonada por você. Eu nunca consegui entender ela e nem sei diferenciar os seus sentimentos. Nunca pensei que ela pudesse ver a Carly de uma maneira diferente do comum. -- Respiro fundo, passo a mão pelos cabelos, e continuo. -- Nunca fomos namorados de verdade, quase não nos beijávamos e nunca ficávamos sozinhos. Ela nunca segurou na minha mão com tanta alegria quanto segura a da Caly. 
    -- Vocês namoravam desde crianças.
    -- E agora não sei o que fazer sem ela, é bem egoísta isso não é? Ela nunca me amou como algo mais que um amigo de longa data, mas eu sempre a amei, ela sempre foi minha.
    -- Ela nunca foi de ninguém.
    -- Agora eu sei disso. Não estou bravo, ela não é impulsiva. Mas eu sinto falta dela, sempre a amei.
    -- Ber, ela está feliz. Pela primeira vez na vida, ela é livre. Deixe-a, você sabe que ela te ama, de uma forma diferente, mas te ama. Você sempre vai ser importante pra ela. Apoie-a, mesmo que doa, pois é isso que fazemos por quem amamos.
    -- E quem você ama, Benício?
    -- Uma garota, mas não posso tê-la agora.
    -- E quem diria não a um rei? -- Digo confuso e divertido. É novidade ouvi-lo falando de alguém.
    -- Esqueça, é complicado demais, você não entenderia.

🍏

    -- Vovó, vovó. Olhe! Ontem estava muito cansada, então não te mostrei, mas olhe! Tenho olhos verdes agora. O que achou? Não são lindos?
    -- Onde os conseguiu? -- Quis saber ela, um tanto desconfiada.
    -- Longa história…
    Contei tudo que havia acontecido, nos mínimos detalhes.
    -- A Malévola fez isso?! -- Diz Grimhilde colérica e depois continuou com um tom mais calmo: -- Pena que depois desse trabalho todo os olhos são de um verde claro.
    -- Do que está falando? É o mesmo tom que o seu. -- Digo cabisbaixa, e a única resposta da vovó é um dar de ombros. -- Então é isso? Só isso? -- Suspirei e a levantei o tom. -- Entendi agora o que a Kate queria que eu entendesse. Você é um monstro! Não se importa com ninguém. E sempre quer o que não pode ter! Eu faço de tudo pra te ver orgulhosa, mas esse é um sentimento que você desconhece. Eu aprendi a lição, você não dá valor a quem te ama. -- Digo e viro de costas para ela, quando vou dar o primeiro passo em direção a porta, ela fala:
    -- E você? Parou para pensar que o que acabou de dizer também pode ser referido a você, Chloe? Já parou para pensar que você também é um monstro? Que não se importa com ninguém além de você…
    -- Eu me importo com você.
    -- Grande erro. Você sempre quer o que não tem e não dá valor a quem realmente te ama. Está vendo? Somos iguais.

😈

–- Oi suas pragas, só para avisar estou bem. –- Eu disse a todos na praça da escola.
-- Que bom, mas me conta como foi a sensação de ser alguém poderosa? -– Perguntou Ayla curiosa.
-– Eu não sei bem o que senti no momento, mas foi incrível digamos. -– Respondi.
-- Que bom que você está bem amiga, eu tive uma boa conversa com a Chloe. -– Disse Kate.
-– Sobre a Chloe, avise a ela que agora eu sei cuspir fogo e não me importo em queimar a cara de sonsa dela. –- Eu disse com meu sorriso diabólico.
-- Malvina! –- Disse Kate me retrucando.
-– Era brincadeira. –- Eu disse, seguindo com meu sorriso diabólico.
Bom vocês podem estar confusos, como a Malévola conseguiu os olhos verdes da Chloe se ela está proibida de usar magia? Pois bem, vou explicar: Como vocês bem sabem, minha avó é muito manipuladora e quando ela quer algo ela consegue, e para conseguir fazer com que Chloe tivesse seus olhos verdes ela teria que usar magia, mas quem em Auradon teria acesso a magia além da Fada Madrinha que em hipótese alguma ajudaria minha avó Malévola. Sobrou quem? Isso mesmo, meu avô Hades, bom, como eu disse, minha avó é bem manipuladora e com seus incríveis olhos verdes e um pouco de charme convenceu meu avô a ajudar nos olhos verdes da Chloe, mas o que ele não sabia era que tudo isso não passava de mais um plano terrível da Malévola para fazer o mal, enjoativo vocês não acham? Mas no final de tudo, meu avô descobriu a verdade, e mostrou seu arrependimento, mesmo sabendo que não era culpa dele, minha avó se deu mal novamente, mas como não tinha muito o que fazer ela só foi proibida de praticar qualquer ato malvado. Mas vocês sabem, ninguém consegue parar a Malévola.
...

Mas então... Você não achou que esse é o fim, certo?

“What's my name?”

Primeira parte encerrada! Nos vemos na segunda parte, beijos maléficos. 😘

Descendentes a 2°GeraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora