A flor da pele

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POV Paola

Eu não estava acreditando que eu falei que amo a Ana! E ela não fugiu. O louco é que eu falei que a amo, no meio de uma briga por ciúmes de minha parte.  Aquela palavra saiu tão fácil, como se era normal eu dizer que a amo dessa maneira. Talvez eu tenha sido ansiosa de mais, mas falei e não tem volta. Eu entendo que ela não tenha falado que também me ama, foi algo precipitado de minha parte.

Já faz três dias depois daquele ocorrido.  Ana está de licença por alguns dias, por causa de sua coluna. E eu queria tanto estar cuidando dela, mas seu marido estava lá e eu tinha que cuidar dos meus compromissos. Fran sempre está perguntando por Ana, querendo vê-la, mas respondo que infelizmente ela está doente e não pode brincar. Minha filha fica emburrada, mas infelizmente não posso fazer nada.

Eu estava onde eu mais gostava, na cozinha. Felizmente o Arturito está cheio, assim posso me distrair e fazer o que mais amo.

Enquanto cortava os legumes, minha mente pensava em várias coisas ao mesmo tempo, que algumas não gosto de recordar. Como eu gostaria que a vida fosse tão fácil, tão fácil como cortar legumes, como dizer eu te amo para quem amamos. A lâmina da faca passava tão fácil nos legumes, que eu queria que tudo fosse assim. Mas infelizmente o destino pode querer brincar com você.

Sim, o destino está brincando comigo. Ana e eu éramos apenas amigas, e eu guardava esse amor do mundo e dela. Mas agora, de Ana não escondo mais.

- Chef, tem alguém querendo falar com a senhora.

Larguei a faca e olhei para Marcela.

- ¿Quién?

Questionei curiosa. Limpei as mãos no pano de prato e me encostei na bancada.

- Eu. - ouvi e vi Ana entrar na cozinha, com os seus inseparáveis saltos 10. Me preocupei de imediato.

- O que estas haciendo aquí? ¡No deberías!

Ana caminhou até mim, como se não desse ouvidos para mim. Me abraçou.

- Eu vim te ver, oras! Ou sua melhor amiga nao pode mais vir aqui? - fez uma cara de triste, mas sua pergunta foi debochada.

- No, sí, pero no hoy. Você deveria estar descansando!

Ela apenas deu de ombros.

- Lucas e Marcela, por fabor cuidem de tudo aqui. - os dois concordaram e começaram a se dividirem nas coisas.

Levei Ana para o meu escritório, essa doida estava de salto alto  com a coluna doendo.

¿Estás loca, Ana Paula? ¡No debería estar aquí! Tu columna vertebral necesita descansar. ¡Y apareces aquí con estos enormes tacones! - xinguei ela enquanto ajudava ela a sentar no pequeno sofá que tinha alí.

Ana fechou os olhos ao encostar suas costas no estofado. Como ela podia ser tão teimosa? Me abaixei e tirei seus saltos.

- É sério que você está me dando uma bronca, Paola? - ironizou. Me sentei ao seu lado, puxei seus pés para o meu colo, fazendo-a deitar.

- Sim, Ana! Você é louca de estar caminhando com esses saltos enormes! Sua coluna precisa de repouso urgentemente.

- Eu estou com saudades de você. Pensei que me receberia com alegria e não com bronca. - me olhou com aqueles olhos que eu tanto amava. Ela sabia que não conseguia resistir a eles.

She (✔️)Onde histórias criam vida. Descubra agora