Paola POV
O dia estava cinzento, as nuvens escondia o sol que tentava brilhar. Eu tentava brilhar, Ana estava estranha comigo, o seu coração estava distante do meu, e o meu coração estava implorando por seu amor. Já faz dois dias que não falo com Ana, as gravações foram suspensas até hoje e isso significa que verei ela amanhã. Ela não atende meus telefonemas, não me responde mais e nem se eu menciono a Fran. Talvez ela esteja fazendo seu papel de esposa, sendo mais presente na vida do marido. Maldita realidade que escolhi! Eu estava tão bem antes de me apaixonar por ela, antes de quer ela só pra mim, antes de necessitar dos seus carinhos e atenção, antes de entregar meu coração sem duvidar. Sinto que toda a fantasia que eu havia criado, está desaparecendo e deixando a realidade entrar sem dó. Eu sei que não é certo o que estamos fazendo, mas eu não mando no coração, impossível controlar esse amor louco e intenso que sinto por ela.
Abracei mais o corpo de Fran que deitou sua cabeça em meu peito. Eu não deixei ela ir ao colégio hoje porque eu estava me sentindo sozinha e precisava da minha cura ao meu lado. E agora estamos na sala assistindo tv, uma coisa que eu não gosto que ela veja muito, mas hoje é uma excessão. E também toda vez que Ana e eu nos encontramos, sempre é em outro lugar ou aqui em casa quando todos já dormem, pois assim Francesca não se apega muito nela, pois tenho medo que um dia ela desapareça de nossas vidas e nunca mais queira mais saber de nós.
- Mamá, estoy con hambre.
- ¡Vamos a la cocina a comer!
Toda vez que Fran queria algo, ela sempre falava em espanhol. Peguei ela no colo e fomos para a cozinha. Preparei um lanche pra nós sobe o seu olhar curioso. Entreguei o prato com o sanduíche e vi seus olhinhos azuis me olharem de um jeito tímido, ela quer fazer uma pergunta.
- Fala, Fran.
Vi ela se encolher no cadeira e olhar para as suas mãos enquanto brincava com elas.
- Tía Ana, ¿puedes venir a jugar conmigo? y traer a Mané?
É isso que eu quero evitar, filha. Não poderia dizer isso ou que estamos afastadas porque eu quero ficar com ela e ela não quer. Servi um copo de suco e coloquei em sua frente.
- A tia Ana não pode vir hoje, mi amor. Ela está muy ocupada con su trabajo. - Fran apenas balançou a cabeça e começou a comer. Eu não quero vê-la assim triste também, me dói o coração.
Logo após nosso lanche, levei Fran ao quintal dos fundos para brincar, mesmo que o sol esteja escondido. Sentamos no gramado e começamos a brincadeira. Fran era a coisa mais fofa brincando, fazia as vozes das bonecas e arrumava elas. Eu como uma mãe coruja fiquei admirando.
Olhei para cima, o céu cinzento estava me incomodando, me deixando mais triste que já estou. Eu nunca fui assim! Sempre fui uma pessoa alegre que adora falar da vida e de tudo que me perguntam, porém sou tímida. Ana que me tirou um pouco da timidez, com seu sorriso cheio de luz e amor. Chegou com aquele jeitinho que só ela tem e conquistou meu coração. E agora vê-la tão distante, machuca meu coração. Aquele maldito jantar só me fez acreditar que ela nunca será minha, que ela é de outro alguém que tem a sorte de tê-la em seus braços todas as noites. Eu tenho suas cartas, mas ele tem seus poemas.
Chamei Fran para entrar, pois uma forte tempestade estava para vir. Recolhemos seus brinquedos e entramos correndo, a tempestade ja havia começado, nos molhando um pouco. Busquei uma toalha para nós secar. Fran saiu correndo para a sala, após eu liberar novamente a tv. Olhei em volta e me senti sozinha. Senti o frio atravessar a minha espinha. A solidão me acertou em cheio. Preparei um chá para mim e me sentei na bancada. Minha vida estava fora dos eixos, eu não tinha mais as rédeas do meu coração e nem dos meus sentimentos. Ana quem tinha controle de mim, do meu corpo e da minha mente. E ela não está dando valor algum para isso.
A noite havia caído. Fran e eu já havíamos jantado. Meu corpo estava casado e pesado, então preferi ir dormir. Talvez eu sonhe com algo bom. Coloquei Fran na cama, cantei um pouco pra ela e logo depois ela caiu no sono. Fiquei admirando ela dormir tranquilamente, acariciei seus cabelos e sorri. Graças a Deus eu tenho ela em minha vida. Fui para o meu quarto para tomar banho. Ainda bem que Jason não estava em casa, assim não haveria brigas e acusações. Entrei em baixo d'água e deixei minha alma ser lavada. Quem dera se todas as minhas dúvida e dores fossem levada junto dessa água. Não me permiti chorar.
Vesti meu roupão logo após o banho e fui procurar por um pijama. Vesti o pijama mais confortável eu achei: um short de algodão preto e uma regata branca. Não estava afim de colocar roupas íntimas. Relaxei meu corpo sobre a cama, um suspiro saiu de meus lábios. Apertei meus olhos com força, evitando que as lágrimas saíssem. Eu não posso chorar, isso tudo vai passar. A razão me dizia que nada disso é real. Já meu coração insistia em dizer que ainda havia esperança. Talvez tenha. Talvez não tenha. Essa dor destrói a minha alma.
Acordei do meu cochilo com beijos sendo distribuídos por meu pescoço e mãos passando por meu corpo. Acordei assustada. Afastei a pessoa imediatamente, liguei o abajur ao lado da minha cama e o rosto de Ana se vez presente. Ela me olhava sorrindo, mas em seus olhos haviam dor? Ela voltou a beija meu pescoço, começou a rebolar em cima de mim.
- Ana, o que faz aqui? - perguntei, mas não obtive resposta. - Cariño, o que foi?
Seus lábios calaram os meus. O beijo era desesperado, mas ao mesmo tempo com amor. Abracei seu corpo contra o meu, não quero que ela se afastar de mim. Nossos lábios se encaixavam perfeitamente, nossos corpos se tocavam e meu coração esquentava só de sentir seus toques. Suas delicadas mãos seguraram meu rosto, nossos olhos se conectaram como dois imãs, minha mão acariciou seu rosto, fazendo seus olhos se fecharam e uma lágrima solitária escorrer por seu rosto. Eu não tive tempo de reagir, ela me deitou na cama e voltou a me beijar. Sinceramente, eu não sabia mais no que pensar, Ana está me deixando confusa.
Minhas roupas foram parar no chão, junto de sua camisola. Seus beijos foram descendo, pararam em meus seios por uns minutos, para logo depois voltarem a descer. Meu coração estava acelerado, Ana causa esse efeito em mim, suas carícias me deixavam flutuando. Sua boca tocou meu sexo, beijou e passou sua língua com calma, me mostrando que tínhamos todo o tempo do mundo. Suspiros saíam sem parar do meus lábios, fechei os olhos e deixei um gemido gutural sair. Meu corpo suava, meu coração queria sair pela boca, minha respiração estava descompensada. An se levantou e me beijou, se deitou por cima de mim, sua mão esquerda escorregou entre nossos corpos.
- Senti tanto a sua falta. - sussurrou em meu lábios.
Ana voltou a me dar prazer com seus dedos. Nossos olhos se cruzaram e eu tentava não fechar meus olhos. Eu sentia amor em seus toques, seus olhos me admiravam com carinho, sua mão livre acariciava meus cabelos. Eu não sei se era possível amar tanto uma pessoa, como eu amo a Ana. Eu sentia que esse amor já estava gravado em minha alma, não posso simplesmente deixar de amar ela. Toquei seu rosto com uma mão e fechei meus olhos ao sentir meus músculos relaxarem.
Ficamos abraçadas em silêncio. Beijei o topo da sua cabeça, eu estava me sentindo amada em seus braços. Não sei se eu estou fantasiando isso, mas essa fantasia aquece o meu coração, afastando a dura realidade que partia o meu coração.
- Eu te amo, Pao. Nunca se esqueça. - sussurrou como se fosse um segredo só nosso. E era o nosso segredo.
- Nunca, cariño. Eu te amo do fundo da minha alma e coração. Te amo para siempre.
Não é o suficiente pra mim estar em torno de você
Eu quero ser tudo que te rodeia
A luz solar sobre a sua pele
Cada fôlego que você está respirando
Tudo o que você precisa
Eu quero ser tudo que toca você, tudo
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She (✔️)
Roman d'amourAos seus 45 anos, Paola Carosella - chef de cozinha e empresária bem sucedida - sente que não tem mais controle de sua própria vida, ela não sabe se seguirá casada com quem não ama ou se entrega nesse amor intenso que sente por sua melhor amiga e co...