Sin aviso, nuestro "paraíso" nos dejó

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Pov Paola

Já estava pronta para ir gravar. Por mais que eu não esteve com ânimo. Poderia facilmente mandar uma mensagem dizendo que não me sentia bem e se podíamos remarcar as gravações. Mas eu não gosto de faltar um compromisso. Ana não me ligou mais depois daquele dia. Não sei no que pensar, no quer fazer ou falar. Eu só sabia pensar no que fazer da minha vida, sem afetar Fran.  Nos olhos das pessoas, a minha vida é perfeita, minha família é perfeita. Mas aos meus olhos, minha família estava destruída, manchada por uma traição que eu me deixei levar, por amar Ana. Me dói ver a maneira que Ana me olha e me trata. Eu não sou seu brinquedo sexual, não sou apenas uma amante, antes de ser essas coisas, eu sou sua amiga. Mas eu não quero mais seguir casada com quem não amo. Quero seguir um novo caminho com Ana Paula, não importa o que me impeça. Mostrarei para Ana que existe um caminho ao meu lado.

Encontrei Fran já pronta pra escola. Entrei na cozinha e sorri para Fran.

- Bom dia, mi amor. - afastei sua franja e beijei sua testa.

- Bom dia, mamá.

- Bom dia, dona Paola. - Olívia sorriu e me entregou uma xícara de chá.

- Já lhe disse para me chamar de Paola. - paguei a xícara e vi a jovem sorrir sem graça.

- Desculpa... Paola.

- E como vai a dona Isabel? Está se curando da enxaqueca?

- Está sim! O médico a deu mais dois dias em casa.

Fiquei conversando com a sobrinha da dona Isabel, ela era uma menina muito simpática, mesmo que eu não estava prestando muita antenção. Meus pensamentos voavam longe, pensando em milhares de coisas, em várias formas de sair dessa situação. Quando amamos, fazemos tudo por amor, mas poucas vezes percebem que é por amor. Eu me tornei uma mulher pensativa, que agora para muito pra pensar antes de agir. Com Ana eu não pensei, só me deixei levar. Porque com Ana, eu me sentia em casa.

Deixei Fran na escolinha, beijei várias vezes sua bochecha e escutei sua risada.

- Para, mamá!

- Desculpa, hija! Mamá te ama tanto!

- Eu te amo mais! - beijou minha bochecha e passou suas mãos em meu rosto. E eu como uma boa mãe coruja, fiquei olhando ela conversar com suas amiguinhas assim que a soltei.

Eu não posso agir sem pensar novamente, eu tenho uma filha, que tenho que proteger. Não sou mais uma adolescente. Acorda, Paola! Você tem 45 anos e não 15. Mas porque sempre que estou com Ana, eu me sinto livre? Como uma adolescente? Esquecendo que tudo isso é errado, para viver um amor proibido. Mas eu não quero mais ser a segunda opção de Ana, quero ser o seu plano principal, o seu motivo de sorrir, sua lembrança favorita, o seu verdadeiro amor. Apoiei minha cabeça no volante, já havia chegado na Band, mas estava com medo de olhar nos olhos de Ana e ver que fui apenas um erro em sua vida. Meu coração doía só de pensar. Mas como sempre, eu  não escutava a razão e sim o coração. Eu posso convencê-la que o meu amor é o mais puro. Talvez ela esteja assustada com tudo isso, e precisamos conversar sobre o rumo que vamos levar em nossas vidas.

Caminhei até meu camarim distraidamente, não estava prestando atenção por onde eu andava, Ana continuava em minha mente. Quando estava perto do meu camarim, senti um corpo chocar contra o meu. Soltei um palavrão alto.

She (✔️)Onde histórias criam vida. Descubra agora