Capítulo Vinte e Dois

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— Ainda deveríamos estar longe das ilhas! — Victoria falou. — Será que calculamos algo errado? Já chegamos?

Terminei de comer, caminhando até a beirada do barco. O que quer que fosse aquilo, eu queria chegar mais perto para olhar. Era realmente muito bonito, tinha uma torre enorme bem no meio, e em volta, uma cidade com prédios e casas, como aquelas que existiam no passado. E que eu achava que tinham ficado no passado.

Até agora.

— Não acho que sejam as ilhas. — Falei, assim que pude ver com mais clareza.

— Que lugar é esse? — James estava com o mapa em mãos e lutava contra o vento para conseguir olhá-lo. — Não está no mapa!

— Eu não faço ideia. — Mitt estava boquiaberto.

— Parece uma cidade flutuante! — Podia ver os olhos castanhos de Victoria brilhando enquanto ela falava.

— É incrível. — Luke falou.

— Eu nunca tinha ouvido falar sobre esse lugar. — Comentei, ainda olhando para aquela cidade flutuante.

Parecia ter um anel preto por baixo da cidade, que fazia com que ficasse flutuando daquela forma. A cidade inteira ficava acima daquele anel, e por isso era mais alta do que o nível da água.

— Vamos até lá? — Victoria perguntou animada.

— Não acho que seja uma boa ideia. — Mitt falou, ele parecia estar procurando por alguém.

Olhei em volta, James tinha sumido, mas dessa vez, não me preocupei tanto. Estava tudo bem, ele reapareceu no deck com a Vanessa nos braços pouco depois. Os olhos dela brilharam quando ela viu o motivo para o James ter ido buscá-la.

— Vamos até lá! — Ela falou empolgada, mas tinha algo estranho em sua voz.

Pela primeira vez depois do que tinha acontecido, ela parecia realmente empolgada com alguma coisa. Mas eu não sabia se era uma boa ideia, apesar de não querer decepcionar a Vanessa, eu achava que deveríamos nos desviar daquele lugar e seguir viagem, sem mais problemas.

— Não sei se é uma boa ideia. — Mitt a decepcionou, antes que eu tivesse a chance de falar.

— Tem algo estranho sobre esse lugar. — Completei. — Por que não estaria no mapa?

— Talvez o seu pai nunca o tenha encontrado para mapear. — Vanessa falou com a voz meio fraca. James a tinha colocado sentada em cima da cabine interna. Ele estava sentado ao lado dela.

— E se não forem boas pessoas? — Mitt perguntou.

— Eu acho muito arriscado. — Comentei.

— Não tem como serem piores que o povo do deserto. — Luke falou e então olhou para Vic, meio sem graça. — Sem ofensas.

— Não me importo. — Ela riu.

— Acho que devíamos nos aproximar... — Vanessa ainda insistia, ela não desistiria fácil. — E decidimos depois que estivermos mais próximos.

Acabamos concordando, não era má ideia. Se algo de errado acontecesse, ou víssemos que seria perigoso, podíamos simplesmente sair de lá rápido, mudando o curso do barco.

Começamos a mover as velas, de acordo com o que Mitt falava para nós fazermos, para que conseguíssemos direcionar o veleiro para aquela cidade flutuante. Alguns deles pareciam estar pegando o jeito daquilo, mas eu não entendia muito bem o que estava fazendo.

— Lexi! Você tem que deixar a vela a quarenta e cinco graus. — Mitt começava a se irritar comigo. — Assim! — E então tentava me mostrar, fazendo todo o trabalho por mim, o que era ótimo.

Depois do Fim do MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora