Capítulo Vinte e Sete

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Nós paramos o barco a remo na lateral do veleiro, prendendo-o por algumas cordas e subindo por uma escada que ficava presa ao barco maior. Enquanto subíamos no veleiro, eu agradecia mentalmente porque pelo menos uma vez, tudo tinha dado certo. Nós tínhamos conseguido fugir e estávamos todos bem, prontos para chegar às ilhas.

Eu não podia deixar de pensar na Liz e no Tiago. Nós não iríamos descansar enquanto não pudéssemos fazer alguma coisa para resgatá-los. Esse seria nosso primeiro objetivo assim que pisássemos nas ilhas. Mas agora, ainda tínhamos que nos concentrar em chegar lá.

— Mitt, nos tire daqui, por favor. — Falei, para que ele começasse a pilotar o barco.

— Vou precisar de ajuda. — Ele respondeu.

Então James, Luke, Vic e eu nos levantamos para ajudá-lo. Apesar de ser a segunda vez que faríamos isso, eu ainda não sabia o que fazer e apenas segui as ordens do Mitt. Ele entendia muito bem de qualquer tipo de veículo e eu confiava nele para isso.

— Inclina mais um pouquinho para a esquerda. — Mitt falou, quando passou por mim.

— Se você continuar sorrindo assim vai ficar com câimbra. — Falei, percebendo que ela não parava de sorrir desde que tinha beijado a Vanessa.

— Cala boca. — Ele respondeu, antes de ir ajudar o James. Acabei sorrindo também, estava feliz por ele.

Depois de fazer o que ele pediu, vendo que o veleiro já começava a se movimentar, voltei a me juntar à Vanessa. Ela e Victoria estavam sentadas em cima da cabine.

— Mas você tem certeza que se passaram quinze dias? — Victoria perguntava.

— Claro. Eu estava acordada! E foram as duas semanas mais longas da minha vida.

— Você ficou fazendo o que? — Questionei, sentando na cabine ao lado da Vanessa, que agora estava no meio.

— Quando eu cheguei lá, tive que fazer uma cirurgia.

Eu e Vic olhamos para a Vanessa, assustadas.

— Como assim? — Vic estava boquiaberta.

— Eles confirmaram que minha perna estava infeccionada e se não fizessem a cirurgia poderia ser pior. Eu poderia ter morrido... — Vanessa falava, com um olhar distante, então lembrei da nossa conversa antes de entrarmos na plataforma. Tivemos muita sorte de encontrar aquele lugar, apesar de tudo. — Então eu aceitei fazer a cirurgia para curar a infecção e depois de uns dois dias, eu me senti muito melhor. Eu tinha energia de novo e minha perna já estava quase que totalmente cicatrizada. A medicina deles é muito avançada.

— Eu ainda não tenho certeza se a plataforma era um lugar tão ruim assim como pensávamos. — Victoria falou, enquanto observava a plataforma ao longe. — Mas eu sei que não me sentia bem lá dentro, com todos aqueles guardas e médicos.

— Tem algo estranho acontecendo por lá. — Concordei. — Mas pelo menos eles fizeram isso por você, salvaram sua vida.

— E nos outros dias? — Victoria perguntava curiosa.

— Eles me colocavam para fazer exercícios, para me ajudar a melhorar rápido e ajudar na cicatrização. E também, quando fizeram a prótese para mim, eles me ajudavam a reaprender a andar. — Vanessa parou, parecendo ter se lembrado de alguma coisa.

Os garotos agora se reuniam à nossa volta, o barco já estava andando rumo às ilhas. Tudo que precisávamos fazer era esperar.

— O que foi? — Luke perguntou confuso.

— De vez em quando eu escutava umas conversas estranhas dentro da enfermaria. Eles falavam sobre um laboratório no andar de baixo. E agora que parei para pensar, acho que eles estavam falando sobre inteligências artificiais.

Depois do Fim do MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora