Lukas - Trilogia Sombras da Noite #2✔

Bônus

*As postagens serão aos sábados e domingos, estou trabalhando e cuidando da minha tia, fico sem tempo durante a semana. É isso, beijos e boa leitura*

Natasha sentou-se na poltrona de couro, as pernas compridas foram postas sobre a mesa. Sentia uma leve dor de cabeça, era normal até demais. Cinco telas planas espalhadas pela sala mostravam diferentes pontos no mundo todo. Sua rede, sua maior ambição. No peito crescia a chama de poder, cada batalha travada sendo ganhada pelas manipulações que fazia.

Os boatos diziam que ela era uma rainha, pronta para dar a jogada final. Seu orgulho era grande, a ambição maior. Mesmo com trinta anos, tinha mais dinheiro que o PIB de muitos países. Regia tudo com punhos de ferro.

O último mês foi complicado para ela. Sua agente, Erika Radamani, tinha saído de cena, um mês atrás. Natasha não se preocupou em ir atrás dela, sabia que esse momento chegaria. Por anos dizia para Erika ter sua própria vingança, dar um fim em tudo. E além disso estava ocupada com outras coisas. Novos clientes, problemas que iam e vinham.

A porta abriu, revelando o homem forte e bonito, trajava um terno três peças cor chumbo. O sorriso que deu mexeu com Natasha. Ela levantou e foi até ele. Ambos beijaram com desejo, línguas em contato, nublando sensações.

Para Taylor Klein era amor.

Para Natasha Graham era mais um jogo.

As carícias ficaram intensas. Natasha cessou o beijo, olhou para ele, dando seu falso sorriso apaixonado.

— O que veio fazer aqui? — perguntou.

Sabia cada passo que Taylor dava, e foi por isso que o amor que sentia por ele se transformou em ódio. A traição era esperada, desde muito nova Natasha que ninguém segue a vida com os mesmo propósitos, tudo gira ao redor do querer e poder.

Mantinha Taylor sob sua asa, protegia ele de muitos inimigos, principalmente Lukas Devonshire. Agora era diferente. Queria vê-lo morto.

— Preciso saber como estão as novas tecnologias de exportação.

Outra vez ela sorriu. Tolo, idiota demais. O pouco poder que Natasha deu para ele subiu à cabeça. E foi por isso que ela entregou para Taylor um pen drive.

— Leve isso para alguém da sua confiança.

— Você é incrível! — ele disse eufórico, beijou Natasha e saiu da sala.

Ela limpou os lábios e pegou o celular no bolso da calça. No mesmo instante o visor acendeu, o nome da agente 9 brilhando. Deslizou o dedo pela tela e levou o aparelho ao ouvido.

— Coloque o caminho de Taylor no mesmo que o do Lukas. — dizer aquilo esfriou qualquer tipo de sentimento. Errar com ela só havia um destino.

Do outro lado se fez o silêncio. Agente 9 era a única que tinha mais contato com Natasha, Erika também, mas agora estava fora da jogada.

— Tem certeza, senhora?

— Sim, apenas faça como se fosse coincidência. Quero Taylor morto o quanto antes.

Encerrou a chamada e guardou o celular. Respirou fundo e depois foi para o último andar do prédio. Sentiu o cheiro de temperos e sorriu. Caminhou até a cozinha e viu a senhora Lily cozinhando, no chão havia alguns lápis e papéis.

Ela agachou, pegando um dos papéis. Eram rabiscos de todas as cores. Ela sentiu o cheirinho doce do perfume e olhou para o lado. A menina de olhos grandes e azuis mostrou o sorriso de dentes pequenos, os cabelos negros em uma trança comprida. Vestia um short de alfaiataria roxo, uma blusa clara com desenhos de balões.

— Você que fez? — Natasha perguntou e mostrou o papel. A menina acenou. — Está muito bonito.

Natasha viu que lágrimas brilharam nos olhos da menina. Foi até ela e a pegou.

— Ei pequena, o que foi?

A senhora Lily olhou para Natasha e balançou a cabeça.

— Minha mama, quero ela.

O suspiro veio de Natasha. Ela acariciou o cabelo da pequena. Como dizer para uma criança de três anos que a mãe provavelmente estaria morta? Naquele momento ela se sentiu péssima, por não ter procurado Erika logo após o sumiço. Estava cega de amor por um homem.

— Traz a mama, quero a mama.

A pequena Madalyn era o alicerce que mantinha Erika aos comandos de Natasha.

Lily pegou Madalyn, a menina abraçou fortemente a mulher, mas seus olhos estavam em Natasha. E ela se sentiu um monstro.

— Não deixe seu rancor falar mais alto.

As palavras da senhora ainda acompanharam Natasha ao longo do dia.

Ela voltou para o escritório, os dedos frenéticos contra o teclado. Ela iria encontrar Erika, mesmo se estivesse morta

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Até amanhã  😍