Capítulo 19

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Tive dificuldade para escrever esse capítulo, por isso não postei ontem. Mas Boa leitura 😘

Sem revisão*

Lukas

Consegui sair sem que ninguém visse meu rosto. O odor metálico misturado a brisa fria da madrugada. O terno Armani ficou ensopado de sangue, sentia que meu cabelo também estava. Antes de o idiota se explodir na minha frente consegui algumas repostas, as pessoas correm por todos os lados. Sobreviver teve suas consequências, o impacto não só explodiu o homem, mas me jogou por alguns metros, resultando em uma dor agoniante nas costas. Manquei pelo estacionamento à procura do carro, apoiei as mãos nos joelhos, vomitando todo o almoço no chão.

Outra onda de vômito veio, sentia minhas pernas trêmulas e o coração a mil. Aos poucos fui voltando ao normal, limpei o canto da boca e cheguei até o carro. Minhas mãos tremiam, mal conseguia por a chave.

— Desgraça!

Soquei o volante várias vezes, aplacando a raiva, minha fraqueza. Era como se tudo caísse nos meus ombros outra vez. Desespero corroeu minhas veias, pisei fundo no acelerador. Ultrapassei o limite permitido, pensando em tantas coisas que não vi carro que vinha na minha direção. Desviei a tempo de acontecer um acidente. Meu carro girou na pista, pisei no freio. Bati a cabeça no volante e ali permaneci, respirando fundo, as batidas enlouquecidas do meu coração.

Um mês e alguns dias que ela se foi. Não posso dizer como estou com isso tudo. A divisão de sensações está perturbando meu juízo. Ou o que restou dele. Abri a porta do carro e cai de joelhos no chão. Desatei o nó da gravata.

 — O senhor está bem?

Encostei na lataria do carro, olhei para o garoto maltrapilho a minha frente. Mesmo com a visão embaçada consegui ver as roupas surradas e sujas. O cabelo seboso cobria o rosto.

— Vá embora. Antes que eu te mate.

Ele saiu correndo. Inclinei a cabeça para trás e suspirei. Parte minha gritava por dentro. Tão facilmente deixei ela ir, todos os dias penso no que ela fez comigo, deixou meu coração em pedaços e minha alma destroçada. Eu estava apaixonado? Olivia dizia que sim, todas as vezes que eu bebia demais e ficava por lamentar pelos cantos.

A outra parte recriminava, ela estava com Taylor no dia que Amy morreu. O que ela fazia com ele? Era isso que deixava minha mente em frangalhos. Queria não acreditar que ela teve algo relacionado com aquilo.

— Toma um pouco senhor.

Abri os olho, o menino outra vez está na minha frente, na mão trêmula segura uma garrafa. Ele a coloca ao meu lado e se afasta, observando-me.

— Vai te fazer bem.

Peguei a garrafa e a olhei. Água. Encarei a mesma por alguns segundos antes de tirar a tampa e beber o líquido morno.

— Mora na rua? — pergunto ao devolver a garrafa vazia.

— Sim senhor.

— Tem família?

Ele balança a cabeça negando.

Eu levanto e seguro na porta. A fraqueza corporal gerada por uma má alimentação e bebidas demais. Entrei no carro e fechei a porta. Não fui muito longe, pelo retrovisor vi o menino parado no meio da rua, pisei no freio e soltei alguns xingamentos. Pensei em Victor, meu lado pai falou mais alto, foi por isso que dei ré e abaixei o vidro.

— Um teto, comida e roupas limpas por uma noite. O que acha?

O garoto se afasta, olhando com desconfiança.

Lukas - Trilogia Sombras da Noite #2✔Onde histórias criam vida. Descubra agora