Capítulo 18

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Volteeeii, por decisão de vocês no grupo, vou postar o capítulo de amanhã hoje, então nós nos veremos no doming! Tavam ansiosas né?! 😁 vão lá no meu perfil e me sigam, vi que algumas ainda não estão me seguindo. Sem mais enrolação kk Boa leitura 

Sem revisão*

Erika

O quarto era diferente do qual antes eu estava. É bonito, cama grande, cortinas floridas, uma poltrona de veludo vermelho. Porém não passa de uma fachada. Eles precisam mostrar que minha presença na casa seja real para os conselheiros. Um deles veio, era minha chance perfeita. E no final de nada adiantou, ele era cúmplice de Patrick.

Soltei um gemido alto e angustiante ao levantar da cama. O lençol branco manchado pelo sangue. Minhas pernas ardiam, as queimaduras feitas por Patric, fiquei apagada por alguns dias, vovó sempre fazendo o possível para que não infeccionasse. Meu rosto dolorido, nem no espelho do banheiro tive coragem de olhar. Sabia que estava arruinado, destruído pelos socos que ganhei.

A dificuldade de chegar no banheiro foi pequena comparada a dor que senti ao entrar de baixo do jato de água fria. Nem roupas me deram após a surra que levei. A vingança deles se divide em humilhação e castigo. Dois dias entre socos, chutes, cortes, dois dias sofrendo.

Observo o sangue escorrendo para o ralo. Conseguiram até mesmo cortar o meu cabelo. Fios longos que agora não existem mais, rentes a nuca. Briar fez isso. A infantilidade e o prazer que ela teve ao fazer isso foi doentio. Passei a ponta da língua no corte em meu lábio, não via muito com o olho esquerdo, esta inchado demais. Se houver uma pequena possibilidade de sair viva daqui, as cicatrizes serão eternas, de todas as maneiras.

Havia um roupão sobre a cama. Deixei meus dedos correr pelo tecido macio. Olho para a porta, vendo que a mesma está entreaberta. Visto o roupão, deixo o quarto com medo, pensando nas consequências

O corredor está vazio. Me aventuro para a direita, onde seria o quarto dos meus pais. Se eu fechasse meus olhos poderia ouvir e lembrar das risadas de Briar, enquanto eu corria atrás dela, papai gritando que nós duas iríamos destruir a casa toda. Momentos simbólicos, que agora eram apenas lembranças.

Parei de frente a porta, não estava trancada e girei a maçaneta. Vi Briar totalmente nua em frente ao espelho. A magreza dela me assustou, as costelas marcando a pele, a cabeça raspada deixava sua imagem mais precária ainda.

— Diria que era um castigo de Deus se eu acreditasse nessa merda. — ela diz. Briar vira, não importando com a nudez e seu estado. Os braços magros, bochechas fundas e olheiras. — O que a monstrenga faz fora do quarto?

Fecho a porta e dou alguns passos até ela.

— Porque está fazendo isso, Briar? — pergunto à ela, minha voz mal sai.

Aquela que um dia chamei de irmã começa a rir. Ela deita na cama e puxa o cobertor, sua mão bate algumas vezes no espaço vazio ao seu lado. Olho com estranhamento para ela.

— Se quer tanto respostas, deita aqui comigo. Senão, dê o fora daqui.

Respiro fundo e faço a volta na cama. Doeu demais quando deitei, mantendo uma boa distância dela. Briar dissera que não éramos irmãs. Mas a semelhança era incrível, principalmente quando ela estava saudável. Os olhos azuis me observam.

— Deve estar pensando em como somos parecidas.

— Odeio quando faz isso. — eu digo.

— Ler suas emoções e saber o que pensa tão facilmente? Fomos irmãs por muito tempo, ou se esqueceu?

Eu gostaria de ter esquecido.

— Quero respostas.

Briar revirou os olhos e puxou um travesseiro para si.

— Tudo isso não é eu que estou organizando. Patrick é o cabeça, ele quer assumir a máfia. Planeja isso desde que seu pai casou com sua mãe.

— Eles são seus pais também, pelo menos até alguns dias atrás. — falo e ela outra vez revira os olhos.

— Eles estão mortos, isso não importa mais.

A frieza em suas palavras é repugnante.

— Quando sua mãe casou, ela assumiu a máfia, e passou os direitos para o marido. Patrick invejou aquilo, no fundo sei que ele amava sua mãe. Patrick disse que iria assumir a máfia a qualquer preço. Ele esperou por quinze anos. — Briar fecha os olhos, o peito subindo e descendo mais rápido. — Quando ele atacou a casa, eu me escondi no sótão, ele me pegou e desde então estou sob os cuidados e comandos dele.

— Transando com o homem que te viu crescer? Isso é doentio!

— Acha que eu queria isso? Qual parte do "estou sob o comando e cuidados" você não entendeu? Sou apenas uma peça no jogo de Patrick. O sexo no início era forçado, apenas me moldei para o que ele queria ao longo do tempo.

— Você comanda uma máfia! Uma das maiores de toda a Europa, usasse isso ao seu favor. Uma ordem, e você teria sua vida de volta.

Briar abre os olhos, algumas lágrimas caem pelo rosto abatido.

— Você nunca vai entender, Erika. Sai daqui.

Eu não discuto, apenas me forço a levantar e sair do quarto. Fui interceptada no corredor. Ao ver Patrick todo meu copo travou. O coração batia rápido, outra vez diante um ser perverso. Era uma cobra, e seu bote foi certeiro, cai no chão, já não tinha forças para lutar. Patrick agarrou meu tornozelo, arrastando meu corpo pelo chão. As luzes misturavam com minha visão borrada. Sentia dores, também sentia a dormência.

Depois de alguns segundos, ou talvez minutos, eu não sabia. Tudo doeu e gritei. Minhas costas ardiam. Outra vez senti a dor aguda, o barulho alto. E de novo. Gritei novamente. Patrick agachou na minha frente, o chicote pendendo em sua mão.

— Passe a máfia para mim, Erika. Poupará seu sofrimento.

Grunhi algo sem sentindo. Ele apertou a queimadura no meu rosto e levantou. Vomitei no chão. Mordi o lábio ao ponto de sentir o gosto metálico do sangue. Ele vou a açoitar minhas costas, torcia para que eu desmaiasse o mais rápido possível.

— JÁ CHEGA PATRICK!

O grito veio de Briar. Ela entrou apoiada em vovó Adelina. Soltei um suspiro que veio acompanhado por sangue.

— Eu disse para não tocar nela!

Ela sentou na cadeira, olhou-me e balançou a cabeça.

— Levem-na para o quarto. — ordenou friamente.

— Deixa eu cuidar dos ferimentos dela.

Briar e vovó se olharam por alguns segundos, a mais nova acenou. Alguém me pegou e fui levada de volta para o quarto. Ouvi vovó dando ordens. Ela sentou na beira do colchão.

— Não consigo mais vovó.

Ela beijou meu rosto e aproximou o rosto do meu. A exaustão ganhou meu corpo.

— Aguente mais um pouco. Eles estão chegando para te salvar, minha pequena guerreira.

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Até domingo  😘

Lukas - Trilogia Sombras da Noite #2✔Onde histórias criam vida. Descubra agora