Lukas - Trilogia Sombras da Noite #2✔

Capítulo 5

Sem Revisão*

Erika

Acordei sentido a boca seca, não gostava de beber água, acho que era desde de menininha, minha mãe dizia que eu poderia ter sérios problemas, então eu bebia, pelo menos três copos de água por dia. Na noite passada esqueci de beber, então entendo o porque da secura. A preguiça de abrir os olhos era grande, algum barulho fez eu sair da zona de sono. Com os olhos semicerrados vi um par de sapatos lustrosos, subi o olhar, a calça escura cobrindo coxas grossas e um volume que deixou minha boceta formigando. O olhar gélido me acordou totalmente, a realidade batendo firme. Sentei rapidamente, sentindo uma leve tontura. Droga. A noite passada vem como um borrão, Lukas não chegou no horário combinado, e Victor estava irritado. Não sei se foi ele ou eu que apagou primeiro no carpete da sala. Situação desastrosa.

- Gabriela.

- Quem? - desorientada eu forço meu corpo para ficar em pé. Meu cabelo virou um ninho, provavelmente tem baba seca no meu rosto. Não sou muito agradável quando acordo.

- Você, ou seu nome não é Gabriela?

Merda. Sorrio sem graça, seguir um personagem demanda prática. E eu nem precisei ser Gabriela ontem, éramos Victor e eu, tenho certeza que o bebê não vai me dedurar.

- Desculpa senhor. Eu acabei dormindo e você não chegou no horário....

- Tanto faz. - interrompe rápido. - Preciso sair agora, Victor está dormindo no quarto dele. Tem roupas no terceiro quarto de hóspedes, tome um banho e faça algo para você comer. Coloquei meu número no seu celular, se eu demorar me ligue e venho.

E saiu como um furacão pela porta, ainda bateu forte a mesma. Mas o que me deixou intrigada, foi o fato de ele ter colocado seu número em meu celular, sendo que o mesmo tem senha. Aquele aparelho seria somente para o trabalho, minha sorte não haver nada de comprometedor.

Tomei um banho rápido, a água quente aquecia minha pele. Deixei as emoções se libertarem, as dores, principalmente daquele fatídico dia que arruinou minha vida, vieram com tudo. Eu já não chorava mais, sempre foi só a dolorosa saudade. Mamãe e papai, eram tudo o que eu tinha, até meus queridos avós. Nunca saberemos o que acontecerá no próximo dia, é uma incerteza que temos que nos acostumar. Quando se trata de dinheiro e poder, até mesmo o mais simples homem faz coisas inimagináveis.

Ódio, é um sentimento tão pesado, eu o carrego comigo desde sempre, ele me motiva a viver, até o dia em que terei tudo o que quero. Minha paz de volta. Pessoas conspiram contra mim, querem me ver morta. Vou sobreviver até o momento certo, depois, se a morte vier, irei de bom grado.

Sobre a cana havia um vestido azul com detalhes em renda na altura dos joelhos, era justo na cintura e soltinho na saia. A lingerie deixaria qualquer menina tímida com o rosto corado, a calcinha era quase inexistente. Vesti tudo com pressa, pelo barulho do chocalho Victor já está acordado. Prendi meu cabelo para trás, Victor se animou mais quando me viu. Peguei o bebê esperto em meus braços e fomos para a cozinha, pelo cheiro do perfume Lukas tinha dado banho nele.

- Que ótima babá você é, Erika.

Coloco Victor sentado na cadeira própria para ele. Puxo-a para perto, ele é mais sapeca do que eu imaginava. Faço um pilha de panquecas, muitos ovos mexidos com bacon, uma jarra de suco de laranja e calda de chocolate. Amasso algumas bananas e trituro maçãs para o bebê, que me olha com atenção.

- Eu não vou comer tudo isso, se é o que está pensando. Bem, boa parte é minha, estou com fome.

Deixo a tigela na pia e começo a rir. Estou falando com um bebê, que provavelmente não entende nada do que estou dizendo. Procuro por vasilhas grandes nos armários, encontro duas do tamanho certo. Coloco algumas panquecas com dois potinhos de mel e calda de chocolate, na outra coloco os ovos e duas torradas. Fecho as duas, procuro por uma garrafa e ao achar, encho-a de suco gelado. Em minha busca pela cozinha vejo uma grande sacola de pano, colocando as vasilhas ali, juntamente com a garrafa, pego Victor e a sacola.