- Anda Evan faz isso logo - Disse Victória ordenando que ele cortasse a garganta da mulher que estava presa a uma cadeira na frente deles.
A mulher estava nua e totalmente mutilada, seu olhar de súplica era de dar dó. Ela era mais uma moradora de rua que invadiu o prédio para poder se abrigar da chuva que caia intensamente lá fora. Victória a arrastou até o necrotério arrancou os trapos que ela usava e a amarrou com arames em uma cadeira de ferro e ordenou de Evan a matasse.
- Eu não consigo. Eu não quero ter que machucar alguém. - As mãos dele tremiam de modo que quase derrubara o objeto.
- Aff, lá vamos nós de novo - Victória foi até a mulher e em um rápido movimento com as mãos e quebrou o pescoço dela. - Sinceramente eu não sei mais o que fazer com você.
- Jade por favor, eu faço qualquer outra coisa mas por favor eu nunca matei ninguém antes.
- Como é? Você nunca matou ninguém? - Perguntou Victória com ironia na voz - Mas e os gêmeos Evan? O Adam? O Xerife Daniel? Eles morreram por culpa sua.
- O que está dizendo? Você matou eles sua doente. - Evan ficou chocado com aquilo.
- Mas quem foi que trouxe eles pra cá? Quem foi que me ignorou quando disse pra não entrar? Ou que não era pra se separar? Você os matou Evan, eu não teria feito tudo aquilo se você não tivesse causado tudo, a culpa é sua.
- NÃO VENHA ME MANIPULAR COM SEUS JOGUINHOS DE NOVO JADE - Gritou Evan se aproximando seu rosto ao dela que ficou imóvel enquanto estava com uma expressão de indiferença. - VOCÊ OS MATOU PELO SIMPLES FATO DE QUE É UMA PSICOPATA DOENTE. MENTIU PRA TODO MUNDO FAZENDO POSE DE BOA MOÇA E FOMOS BURROS O SUFICIENTE PRA ACREDITAR.
- É verdade, você está mais que certo. Eu sou uma vadia doente. O que vai fazer a respeito disso? - O tom de voz dela mudou agora era provocativo. - Você tem uma faca em suas mãos agora, use para acabar com isso.
Evan ficou parado a encarando, ele não estava entendendo a situação. "Ela quer que eu a machuque?" Pensou ele.
- Faça Evan, não seja covarde - Ela continuava provocando - FAÇA LOGO, NÃO SEJA COVARDE.
Quando ela gritou aquilo Evan sentiu uma onda de adrenalina subir em seu peito e ele partiu pra cima dela com a faca e a enfiou em seu peito fazendo os caírem no chão e o sangue escorrer, logo em seguida ele deu outra facada em seguida outra e depois outra. O sangue dela respingava no rosto dele o fazendo se sujar inteiro. Ele sentiu uma sensação estranha em fazer aquilo, como se agora ele estivesse no controle da situação, que agora ele era mais poderoso que ela e isso era bom.
- Monstro, eu quero que você morra por tudo que fez. Mas eu não entendo como eu ainda te amo tanto. - Falou ele chorando enquanto saia de cima dela todo sujo de sangue. Ele se encostou em uma parede enquanto Victória permanecia deitada no chão numa poça do próprio sangue. Até que ele ouviu ela dar uma risada fraca.
- Parabéns querido, você só precisava do incentivo certo. - Ela se vangloriava enquanto levantava com dificuldade. - Pelo jeito você logo vai ficar igual a mim, já deu até os primeiros sinais.
- Não me compare com você, eu não sou um monstro. - Ele falava em tom de decepção.
- Como não? Disse que nunca iria machucar alguém e também disse que me ama mas agora eu estou sangrando por sua causa e se eu fosse uma pessoa normal estaria morta agora. Não seja hipócrita que isso não combina com você. - Ela falava com a mão em seu peito tentanto estancar a hemorragia.
Evan percebeu que Victória estava certa, mais uma vez ela conseguiu manipular tudo pra conseguir o que queria, mesmo que ela estivesse bem. Ele queria matar, queria que ela moresse por tudo o que tinha feito e se ele tivesse conseguido? Mas ele lembrou do que sentiu, da sensação de poder que o atingiu.
- É incrível não é? Uma sensação maravilhosa, olhe pra aquela mulher - Victória apontou pro corpo da mendiga com o pescoço quebrado - Ela estava viva a alguns minutos e com um simples movimento das minha mãos não está mais.
- É assim que você percebe o quanto uma vida é frágil e como é fácil acabar com ela - Evan falava tão calmamente quanto Victória, parecia que finalmente os dois conversavam na mesma sintonia. - É como apagar uma vela, em um sopro aquela chama não existe mais. É bem rápido.
O silêncio se fez no recinto e os dois ficaram se encarando por alguns segundos até que Evan deu um sorriso que logo em seguida ela correspondeu.
- Você vai ficar bem? - Perguntou ele meio preocupado. - Eu te machuquei bastante.
- Já passei coisa pior, vou só precisar de alguns pontos que eu vou ficar bem.
- Me diz como você fez com que eu te amasse tanto? - Perguntou tentando descontrair o momento. - Qualque um na minha situação estaria cheio de ódio agora.
- Simples, você não resistiu ao meu charme. - Disse ela aquela frase bem familiar.
- Ei, essa frase é minha. - Ele não evitou de rir daquilo.
O momento foi interrompido por Lycan que se aproximou de fininho e em seguida pelo homem sem olhos, o pai adotivo de Victória, o estado dele ficava cada mais decrépito sempre que Evan o via. Os dois se aproximaram do corpo e ficaram parados na frente dele, como se estivessem esperando alguma coisa.
- Podem comer - Ela deu a ordem e os dois partiram pra cima daquele corpo sem vida e começaram a comer a carne. Pela primeira vez Evan não se incomodou com aquilo.
- Não vai comer também? - Perguntou ele.
- Não, deixa essa pra eles. Precisam comer também. - Ela foi em direção a Evan com certa dificuldade e estendeu a mão para ajudar ele a se levantar.
Quando Evan se pôs de pé ele ajudou Victória a sair daquele andar enquanto os servos dela comiam, mas a lembrança daquela adrenalina não saia de sua cabeça e ele só pensava que queria sentir aquilo outra vez, talvez Victória não estivesse tão errada o quanto ele pensava.
- Eu sei no que está pensando e eu prometo que se fizer o que eu digo vai poder sentir aquela sensação sempre quiser - Sussurou ela em seus ouvidos. E aquilo se parecia ser extremamente tentador pra ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A devoradora de humanos
HorrorToda lenda tem seu fundo de verdade, certo? Essa e a frase dita por Evan quando ele resolveu pesquisar sobre uma lenda local de sua cidade junto com seus amigos para um trabalho da faculdade de cinema em que eles estudavam, pois seu sonho era ser um...