Jade Prescott
Paro em frente à porta da minha psicóloga e apoio as mãos nos joelhos tentando recuperar o fôlego. Quando finalmente me recomponho, ela abre a porta enquanto olha uma prancheta.
— Jade... — Ela para bruscamente quando me vê na porta. — Que susto.
— Desculpa. — Sorrio e ela me da espaço pra entrar na sala. Entro e vejo um divã no local. — Olha só, vejo que alguém finalmente comprou um divã. Posso me deitar?
— Acabou de chegar e você vai ser a primeira a experimentá-lo. — Bato palmas e abro um sorriso.
— Amo.
Deito-me no divã e a observo pegar um tipo de agenda sentando-se próxima a mim. Esse negócio é muito confortável, acho que vou comprar um lá para casa.
— Então, Jade. Me conta o que aconteceu desde a nossa última consulta. — Ela me olha e dá um pequeno sorriso.
Paro um pouco e fico encarando o teto. A minha última consulta foi na quinta de semana passada e hoje é terça. Eu tenho um leve problema de memória, tenho que pensar muito para lembrar das coisas que fiz, pelo menos das mais importantes.
— Eu finalmente fui ao psiquiatra. Ele disse que quer me encontrar duas vezes no mês. Isso é ruim? — pergunto.
— Não, existem pessoas que precisam ir toda semana. — Concordo com a cabeça.
— Bom, o tratamento da minha avó já está acontecendo, agora estão mais intensos e ela parece bem mais fraca a cada dia. — Suspiro. — O médico disse que é normal e que podemos ficar tranquilos. Mas não dá, sabe? Quando ela tá acordada quando chego para passar a noite, ela se mostra feliz e faz piadas, eu entro nas brincadeiras e a faço rir, mas quando ela finalmente dorme, tudo o que eu consigo fazer é chorar até dormir com a ideia de perdê-la.
Sinto uma lágrima quente escorrendo no lado direito da minha bochecha, não me incomodo em enxugá-la porque sei que várias outras vão vir em seguida.
— Acho que a única noite que não chorei foi ontem.
— Por quê? — Ela pergunta.
— Ontem eu estava feliz, de certa forma. — A olho e ela me incentiva a falar. — Conheci uma pessoa. Damon. Acho que eu te falei né?
— Aquele que você pediu o número no píer?
— Esse mesmo. — Sorrio. — Eu criei coragem de ligar pra ele e chamei ele pra ir ao Ruby’s Diner comigo ontem a noite.
— E ele foi.
— Foi. Foi bem divertido. Nós fizemos uma pequena cena lá e eu o pedi em casamento. — Sorrio lembrando da cena. — Eu o vi hoje, a mãe dele é uma conhecida minha. Eles foram na minha loja hoje e ela me apresentou a ele.
— Você não me contou que tinha uma loja. Não achou que fosse um fato interessante sobre a sua vida?
— Eu esqueci. Desculpe. — Ela assente e ri nasalado. — São duas lojas, quase três. O nome é JPre's. — A doutora Miller me olha surpresa.
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Necessito de Mim
RomanceAos 15 anos, Jade Prescott foi violentada sexualmente pela pessoa que ela mais amava, seu primo, Chase. Sua avó, Valéria Prescott, sua tia, Amélia Prescott, e Carter Prescott foram as únicas pessoas que Jade recorreu. Com a ajuda dos três, ela se vi...