Capítulo 7

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Jade Prescott

Paro em frente à porta da minha psicóloga e apoio as mãos nos joelhos tentando recuperar o fôlego. Quando finalmente me recomponho, ela abre a porta enquanto olha uma prancheta.

— Jade... — Ela para bruscamente quando me vê na porta. — Que susto.

— Desculpa. — Sorrio e ela me da espaço pra entrar na sala. Entro e vejo um divã no local. — Olha só, vejo que alguém finalmente comprou um divã. Posso me deitar?

— Acabou de chegar e você vai ser a primeira a experimentá-lo. — Bato palmas e abro um sorriso.

— Amo.

Deito-me no divã e a observo pegar um tipo de agenda sentando-se próxima a mim. Esse negócio é muito confortável, acho que vou comprar um lá para casa.

— Então, Jade. Me conta o que aconteceu desde a nossa última consulta. — Ela me olha e dá um pequeno sorriso.

Paro um pouco e fico encarando o teto. A minha última consulta foi na quinta de semana passada e hoje é terça. Eu tenho um leve problema de memória, tenho que pensar muito para lembrar das coisas que fiz, pelo menos das mais importantes.

— Eu finalmente fui ao psiquiatra. Ele disse que quer me encontrar duas vezes no mês. Isso é ruim? — pergunto.

— Não, existem pessoas que precisam ir toda semana. — Concordo com a cabeça.

— Bom, o tratamento da minha avó já está acontecendo, agora estão mais intensos e ela parece bem mais fraca a cada dia. — Suspiro. — O médico disse que é normal e que podemos ficar tranquilos. Mas não dá, sabe? Quando ela tá acordada quando chego para passar a noite, ela se mostra feliz e faz piadas, eu entro nas brincadeiras e a faço rir, mas quando ela finalmente dorme, tudo o que eu consigo fazer é chorar até dormir com a ideia de perdê-la.

Sinto uma lágrima quente escorrendo no lado direito da minha bochecha, não me incomodo em enxugá-la porque sei que várias outras vão vir em seguida.

— Acho que a única noite que não chorei foi ontem.

— Por quê? — Ela pergunta.

— Ontem eu estava feliz, de certa forma. — A olho e ela me incentiva a falar. — Conheci uma pessoa. Damon. Acho que eu te falei né?

— Aquele que você pediu o número no píer?

— Esse mesmo. — Sorrio. — Eu criei coragem de ligar pra ele e chamei ele pra ir ao Ruby’s Diner comigo ontem a noite.

— E ele foi.

— Foi. Foi bem divertido. Nós fizemos uma pequena cena lá e eu o pedi em casamento. — Sorrio lembrando da cena. — Eu o vi hoje, a mãe dele é uma conhecida minha. Eles foram na minha loja hoje e ela me apresentou a ele.

— Você não me contou que tinha uma loja. Não achou que fosse um fato interessante sobre a sua vida?

— Eu esqueci. Desculpe. — Ela assente e ri nasalado. — São duas lojas, quase três. O nome é JPre's. — A doutora Miller me olha surpresa.

Necessito de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora