Jade Prescott
Me sento no final da ponte e fico observando o horizonte. Esse sempre foi o meu lugar de pensar, pois é muito próximo da água. Sempre gostei do mar. Sempre me passou algum tipo de paz misteriosa. Para mim, o mar significa liberdade. Para a maioria das pessoas a liberdade significa o céu, que é infinito, mas realmente não sou fã do infinito.
E mesmo assim, toda liberdade precisa de limite, por isso o mar é o ideal para mim. Ele é grande, até se perder de vista, que é como eu gostaria que fosse minha liberdade, mas fica limitado ao planeta Terra. É como manter os pés no chão, sem ter medo de mergulhar, entende?
Em questão de segundos, a minha visão está embaçada. As lágrimas escorrem pelo meu rosto e o soluço é abafado pelo som das ondas quebrando.
Vejo alguém se sentar ao meu lado pela visão periférica. O silêncio se tomar presente enquanto continuo olhando para o mar, passo as mãos pelo rosto em uma tentativa de enxugar as lágrimas que insistem em cair.
— Hoje é dia quinze — disse Weston.
— E daí?
— Está fazendo três anos.
— De quê? — pergunto.
— Desde que você parou de ser a minha Jade. Faz três anos que você mudou completamente. Eu contei.
Três anos desde que a minha vida começou a desandar. Penso.
— É só coisa da sua cabeça, Wes — digo, ainda observando o mar.
— Não, não é. Sabe por que? — Balanço a cabeça. — Porque quando você mudou, o Carter também mudou. E não sei o que aconteceu, Jade, porque você não me conta.
— Não aconteceu nada. — Abaixo o olhar para minhas mãos.
— Por favor, não mente pra mim. É tudo o que eu te peço. — Agora ele está virado para mim e com as mãos juntas.
— É complicado. — Soluço.
— Acha que não percebo a troca de olhares que você e Carter dão quando falam algo que para vocês é incomodo?
— Sempre fomos assim.
— Não. Quando eu quis saber por onde o Chase andava, porque ele passou um tempo no hospital por ter brigado com o Carter, vocês tiveram uma troca de olhar bem estranha.
— É só coisa da sua cabeça, Wes. — Repito.
— Carter nunca me contou o motivo da briga, mas você sabe. Não sabe? — Concordo com a cabeça.
— Ele precisa saber, Jade. — A voz de Carter se sobressai. — Já passou da hora.
— O que eu preciso saber? — Wes pergunta.
Respiro fundo, tomando coragem para abrir os olhos e olhar para Weston. Fico de frente para ele, olhando atentamente cada detalhe do seu rosto, e seguro as mãos dele.
— Promete não ficar com raiva? — Olho para ele apreensiva.
— Não. — Assinto.
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Necessito de Mim
RomanceAos 15 anos, Jade Prescott foi violentada sexualmente pela pessoa que ela mais amava, seu primo, Chase. Sua avó, Valéria Prescott, sua tia, Amélia Prescott, e Carter Prescott foram as únicas pessoas que Jade recorreu. Com a ajuda dos três, ela se vi...