one 🦋

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é tão singular,
o jeito que me observa
ao acordar e o
meu cabelo não parece
te assustar.
- singular, anavitoria

any gabrielly.

- Ela tá dormindo, Noah. Mas pode entrar lá - escutei minha mãe gritar do andar de baixo e abri um pouco os olhos enfrentando a claridade do sol ainda com a cortina fechada.

- Bom dia! - Noah pulou na cama e exclamou animado, apenas revirei os olhos.

- Caramba, que dor de cabeça - murmurei com um tom de voz desanimada e deitei a cabeça no travesseiro.

- Isso é a ressaca, depois de beber uns dez shots de tequila eu não esperava menos, Gabrielly - ele riu, como se não tivesse bebido nada na noite anterior.

- Eu tô horrível, meu cabelo tá um ninho e eu não tô conseguindo aguentar esse barulho, não sabia que era assim - exclamei passando as mãos numa tentativa de deixar os meus cabelos cacheados mais "apresentáveis"

- Acredite, as vezes é pior. Vamos, levanta da cama - ele se levantou e começou a me puxar pelos braços até que eu caísse em cima dele, ótimo.

- Que merda Noah, sorte não ter sido no chão - eu estava muito irritada, mas o moreno de olhos verdes já havia aguentado dias piores ao meu lado.

- De nada??? Você é pesada pra caramba viu, vamos levantar então - ele deu um sorriso sarcástico de sempre ao falar "de nada" e tentou se levantar, mas eu estava por cima bastante mal humorada.

Estávamos próximos o suficiente para que eu pudesse sentir a respiração um pouco ofegante de Noah em meu pescoço, desviei o olhar do chão para ele e fixei meus olhos nos dele, tinha um brilho diferente mas ainda assim bonito, aquela era a mágica dele de conquistar as garotas. Meu erro foi olhar para a boca do meu melhor amigo e me lembrar da noite anterior, droga.

Eu estava com dezoito anos agora, havia acabado de chegar na idade que se diz ser incrível, mas até agora só acontecera coisas que me deixavam com mais vontade de permanecer na cama o dia todo. Porém, um único momento que eu deveria ter apagado da minha memória voltou a tona quando eu olhei a boca de Noah, havíamos nos beijado no dia passado, depois do meu décimo shot de tequila, eu estava sentada de mau jeito em um banquinho de bar e acabei caindo, bati a cabeça no chão e acordei na minha cama. É claro que eu estava bêbada, mas o beijo foi real, foi verdadeiro, e eu não queria lembrar disso, está decidido que eu usarei a desculpa "bêbada" para falar que não lembro do que aconteceu, quando na verdade, claramente lembro.

- Vamos, eu vou sair de cima de você e então você me ajuda a levantar, porque eu tô vendo quase tudo girando - murmurei e ri, ele também fez o mesmo e assim fizemos, logo que Noah se levantou ele estendeu a mão para mim e com um impulso, saí do chão frio.

- Beleza! Você precisa de um remédio e um café bem amargo, por sorte sua mãe já fez o café e eu comprei um remédio pra você. Ponto pro melhor amigo perfeito? - Urrea levantou a mão na esperança de um high-five, mas eu ri um pouco debochada e sarcástica.

- Parabéns pela sua atitude, vamos logo com isso que minha cabeça parece que quer explodir - revirei os olhos e ele me mostrou a língua, acabei lhe dando um tapa que estava guardado desde o pulo na cama.

- Aí! Poxa, eu ia comprar morangos pra gente comer daquela loja que você gosta, mas pensando bem.... - o americano fez uma cara de vingança e sorriu satisfeito, saindo pela porta de casa.

-Volta aqui, Noah Jacob Urrea! Você vai comprar esses malditos morangos pra mim comer agora - gritei, não era tão de manhã, mas os vizinhos sempre curiosos apareceram para olhar o que estava acontecendo, era apenas uma jovem negra com cabelos despenteados correndo atrás de um moreno de olhos verdes querendo matá-lo, tenha um ótimo dia.

- Sua maluca - ele exclamou de volta rindo, acabei rindo também. Éramos assim, loucos e que se completavam de uma forma incrível e inacreditável, melhores amigos desde que nos entendemos por gente.

- Okay, vai colocar uma roupa melhor que um blusão da Cinderela e um short de pijama e vamos comprar os morangos - agora falava sério pela primeira vez no dia, eu apenas concordei tomando um gole do café e entrei novamente para dentro de casa.

Optei por uma blusa de alça fina vermelha simples, uma calça jeans meio clara, um tênis all Star preto e como nunca faltava, uma blusa xadrez vermelha amarrada na cintura. Apesar de que eu sempre pegava os moletons no carro de Noah para vestir, me deixava mais bonita, penteei o cabelo e amarrei em dois coques, era o que eu sempre fazia no dia-a-dia e eu amava a forma como me deixava fofa. Noah usava uma blusa branca com uma estampa aleatória, uma calça preta e um tênis branco, como sempre, carregava nas costas a habitual e icônica mochila vermelha que vivera tantas aventuras com nós dois.

Meu celular apitou quando estávamos em direção à loja dos morangos com chocolate que eu amava desde criança, morango era a minha fruta preferida e que nunca faltava na geladeira da minha casa. E nem na de Noah, morávamos em frente um do outro, então quando eu ou ele estávamos cansados dos nossos quartos simplesmente atravessávamos a rua e ficávamos na casa de ambos, outras vezes decidimos nos aventurar pela cidade e criar novos momentos juntos.

Olhei a mensagem na barra de notificação e era Sabina, uma das únicas que eu respondia por ser minha melhor amiga e também por carregar o título de rainha do drama, igual a ela, só duas dela.

[any's phone]

larina ❤️

any, caramba
socorro

que que foi, Sabina?

eu dormi ontem
na sua festa e
acordei na casa
de um cara super
gostoso!!

Sabina você veio
me mandar mensagem
pra falar de macho?

ué, claro que sim,
é o que eu faço, lembra?

lembro, então, quem é
esse tal cara gostoso?

ele me disse que
chama Pepe, um
jogador de futebol.

hm.. boa sorte aí,
Noah tá me levando
pra comer morangos.

ok, se divirta com o
Urrea.

não faz nenhuma
merda, Sabina.

poxa Any, assim
você me magoa,
mas não vou fazer
nada de errado.

tudo bem, não confio em
você, mas se diz...

- Sabina acordou na casa de um completo estranho que é um jogador de futebol chamado Pepe, ela vai fazer merda, não vai? - perguntei Noah e acabei rindo.

- Com certeza, é a Sabina Hidalgo. Mas então, chegamos! - exclamou animado e tirou o cinto, me olhando do mesmo jeito que o olhei de manhã.

- Certo, vamos lá comer os meus morangos preferidos - disse animada.

Descemos do carro de Noah e ele passou o braço pelo meu pescoço, como sempre fazíamos desde pequenos no ensino fundamental, aquele era o meu Noah Urrea, mas talvez os meu sentimentos por ele podem estar mudando. Só não posso deixar que ele descubra, temos uma amizade de anos, e se de repente ela fosse embora por um sentimento que ele poderia não corresponder? Eu sou tonta, porém não a esse ponto, talvez depois de anos eu poderia contar sobre a minha paixão de adolescente e iríamos rir disso, eu estaria com alguém que me amasse e ele também, pelo menos é o que eu espero do futuro. Mas querer nem sempre é poder, não é mesmo?

hey! aqui estamos com uma nova fanfic, espero que gostem. eu me inspirei bastante na fefê do pleasurrea na hora de escrever os capítulos então provavelmente alguns capítulos terão trechos de músicas no começo. até o próximo cap,
Love,
Lauren.

𝘴𝘪𝘯𝘨𝘶𝘭𝘢𝘳 | noanyOnde histórias criam vida. Descubra agora