Legenda da mídia: Louis
Mon Frère (Meu irmão)
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Isabel
A noite do dia 16 de outubro foi agitada. A plantação de cana estava destruída, mas meu filho nasceu. Uma criança sempre é presságio de renovação. Apesar do grande prejuízo que tive eu sabia que logo reergueria tudo novamente. Na manhã seguinte do seu nascimento, Plínio chegou a fazenda para examinar Rafael e a mãe. Por falar no bebê Carmen não poderia ter escolhido nome melhor para ele. Era dotado de significado para nós duas.
– Bom dia, Baronesa! - Plínio chegou a casa e logo veio me cumprimentar. - Onde estão os dois? - Disse sorridente.
– No quarto! Rafael não nos deixou dormir... - Falei rindo e Plínio gargalhou.
– Acostume-se com muitas noites sem dormir, Baronesa!
O levei até o quarto e Carmen estava sendo ajudada por Marta. A mulher mais velha segurava nosso filho, enquanto a outra se ajeitava na cama.
– Obrigada, Marta! - Agradeceu sorrindo para a mulher que ninava nosso menino delicadamente. - Plínio! - Disse surpresa assim que o médico passou pela porta.
– Minha querida! - Disse se aproximando dela. - Vejo que o barãozinho não esperou minha chegada!
– Marta fez o parto e achou melhor te chamar para examinar Carmen. - Disse preocupada olhando para a mulher mais velha.
– Ela sangrou, Doutor! Consegui conter, mais achei melhor chamarem o senhor. - Disse me olhando e sorri para ela em agradecimento.
– Pois fez muito bem, Marta! - Plínio disse abrindo sua maleta.
– Agora peço que as duas me deixem com a paciente. Já te chamo, Baronesa! - Apenas concordei e Carmen apertou minha mão de leve.
Marta saiu ao meu lado, com Rafael dormindo tranquilo em seu colo.
Saímos em direção a varanda. Era uma manhã de sol muito agradável. Rafael era um menino lindo. E mesmo ainda tão pequeno já tinha feições parecidas com as de Carmen.
– Me deixe segurá-lo um pouco, Marta? - A mulher riu e passou a criança para o meu colo.
– Isso, Baronesa... Cuidado com a cabeça do Barãozinho. - Eu ainda era desajeitada. - Com o tempo pegará o jeito. - Disse sorrindo para mim.
– Muito obrigada, Marta! Por tudo! Rafael e Carmen estão bem graças a ti! - Ela sorriu sem jeito.
– Eu tenho um apreço muito grande, pela Madame... E agora pelo Barãozinho. - Disse fazendo carinho de leve nas bochechas de Rafael. O menino se remexeu e resmungou ao seu toque.
– Acho que ele também gosta de ti! - Disse a abraçando. - Será o anjo da guarda de Rafael. - Marta arregalou os olhos.
– Como assim, Baronesa?
– Quero que cuide pessoalmente dele! Tua nora Ana é tão boa cozinheira quanto tu! - Ela levou as mãos a boca emocionada. - Quero que dediques teus preciosos cuidados ao meu filho!
– Nem sei o que dizer, Baronesa... - Disse emocionada.
– Diga que aceita o meu pedido e ficaremos muito felizes! Não consigo imaginar em uma pessoa melhor para cuidar dele. - Ela concordou chorosa e beijou minha testa.
– Te prometo, Isabel... - Ela disse meu nome o que era muito raro. - Que cuidarei desse menino como se fosse meu filho. - Eu somente sorri em agradecimento.
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A Cortesã e a Baronesa - Livro I
RomanceNum cenário pulsante do Rio de Janeiro Imperial do século 19, surge uma história de amor proibido e irresistível. Carmen, uma cortesã conhecida por sua beleza deslumbrante e sua personalidade ousada, encontra-se envolvida em um mundo de luxúria e se...