Lucília

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Isabel

Felizmente tudo deu certo. Plínio, logo chegou à fazenda e minutos depois nos deu a notícia que o bebê estava bem, só assim conseguimos finalmente respirar aliviadas. Tivemos que escutar um senhor sermão do médico, mas foi necessário, nos precipitamos e novamente respirei aliviada quando ele disse que Carmen estava estável.

Plínio nos deixou cientes de que relações mais íntimas, não poderiam de fato acontecer pelo menos por um mês. E estresses... Bem estresses de maneira nenhuma. Teria que tomar providências quanto a isso. Carmen e o bebê são minhas prioridades, farei o que for preciso para deixá-los confortáveis.

– Baronesa, cuide bem dos dois! – Disse a apertando a minha mão.

– Obrigada novamente, Plínio! – Agradeci. – Vou te levar até a porta.

Acompanhou o médico até a saída da casa e novamente o agradeci. Seria eternamente grata a Plínio, por ter salvo a vida da minha Carmen.

– Até, Baronesa! – Disse entrando na carruagem.

Fiquei ali parada alguns minutos pensativa e me recuperando do grande susto que levamos. Essa criança nem nasceu e já está nos dando trabalho. Sorri ao pensar no bebê. Assim que me virei me deparei com Lucília parada no meio da sala.

– O que a cortesã fez dessa vez para te prender a ela? Inventou alguma dor nova? Cólica? – Falou irritada. Eu já não reconhecia mais Lucília, essa raiva que ela sente por Carmen e pela criança está passando dos limites.

– Mesmo não sendo do teu interesse, vou contar o que aconteceu. – disse ríspida. – Carmen teve um sangramento... – Ela riu debochada. – Mas felizmente ela e a criança estão bem! – Passei por Lucília sem encará-la.

– Sabe que deveria levar a mulher de volta ao lugar dela! – Falou me fazendo parar ainda de costas para ela.

– O lugar de Carmen é aqui ao meu lado! Espero que se acostume com isso, Lucília, ou teremos sérios problemas! – Ela não respondeu e eu voltei ao quarto irritada com a governanta. Eu precisava dar um jeito nisso, Carmen não podia se estressar e Lucília não a deixaria em paz. Teria uma conversa franca com ela mais tarde.

Entrei no quarto e ela logo reparou que não estava bem.

– ¿Qué pasó, Cariño? – Ela nunca tinha me chamado assim, foi impossível não sorrir.

– Nunca me chamou assim.... – Falei a deixando sem graça. – Como és linda, Carmen!

– Pare! Está me deixando sem jeito! – Sorri. – Agora me diga, por que veio brava da sala?

Suspirei pesado.

– Lucília.... Mas não quero falar sobre isso.

Carmen entendeu meu pedido e não comentou nada, apenas ficamos ali juntas. Levantei sua camisola e fiz um carinho em sua barriga. Essa criança já era minha filha e nada nem ninguém mudaria isso. Nunca. Deitei a cabeça novamente em sua barriga e cantei uma canção de ninar que meu pai cantava para mim, quando era pequena.

"Boa noite, boa noite,

Coberto com rosas,

Presas com cravinhos,

Deslize por baixo da coberta!

Amanhã de manhã, se Deus quiser

Boa noite, boa noite

Sua cama está arrumada,

Desejo bons sonhos então!

Amanhã de manhã um novo dia

A Cortesã e a Baronesa - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora