CAPÍTULO XI

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10 de agosto de 2020.

Finalmente havia chego o primeiro grande dia. Sara foi para a escolinha pela primeira vez.

Eu estava animada e apreensiva ao mesmo tempo e na mesma proporção. Não é todo dia que você deixa sua filha com uma completa estranha...

Ela parecia não estar entendendo realmente nada do que acontecia a seu redor. Com essa idade a pequena já era muito falante e comunicativa e caminhava com certa certeza de que não cairia, o que me deixava mais tranquila em relação a deixá-la ir.

- Beca! - Sara se agita no colo do pai. - Descê.

Assim que seus pezinhos tocaram o chão ela abraçou a amiga apertado e sorriu para ela.

Após um breve cumprimento Bianca se despede dos amigos alegando que tem "que segurar as pontas, já que Camila não iria hoje para o trabalho".

Nós três adentramos a escola, eu levando Sara e segurando a mão de Shawn que levava a mochila em formato de bichinho. Paramos em frente a sala onde havia a placa "Mini maternal I - Tia Lisa e Tia Betanny"

- Vamos lá! - murmurei encorajando a mim mesma. Eu estava nervosa como se fosse o meu primeiro dia.

A professora conversava com um garotinho enquanto algumas mães estavam sentadas e afastadas das poucas crianças que já interagiam entre si junto com a outra professora.

- Oi, eu sou a Lisa, vou ser a professora da sua filha. - cutucou a barriga de Sara que se contorceu escondendo o rosto na curva do meu pescoço. - Vocês são? - estendeu a mão.

- Eu sou Shawn e essa é a Camila. - se apressou em cumprimentá-la.

- Muito prazer. - sorriu. - E você princesa? Qual o seu nome? - pergunta diretamente para Sara que me apertou mais o pescoço.

- Oh não filha, diga à sua professora seu nome. Do jeitinho que a mamãe te ensinou. - encorajei a colocando no chão.

- Oi, eu sou Sala. Sala quer dizer plincesa.

- Oh é mesmo Sara? E quantos aninhos você tem? - a professora se ajoelha.

- Mama diz que tem axim. - mostra a quantidade de dedinhos. - Dois.

- Isso mesmo, você é muito inteligente Sara! E você sabe onde você veio?

- Na colinha.

Observei a interação delas encantada e enciumada. Era incrível saber que Sara estaria sendo bem cuidada e amparada naquele lugar. Com pessoas que apreciam, de fato, estar ali porque gostavam de estar.

Ficaram sentados no fundo da sala, observando a interação dela com o mundo, ela brincava e olhava para trás de modo quase robótico e programado. Queria não ter sentido isso, mas a alegria em saber que ela ainda dependia de mim foi imensa.Quanto tempo para ela, simplesmente, me esquecer e parar de olhar para trás?

21 de agosto de 2020.

Considerando que ontem a pequena parecia já não se importar muito se eu estava realmente lá fora e foi na janela poucas vezes, resolvi me aventurar.

Apenas mais uma história clichê sobre o que é amar...Onde histórias criam vida. Descubra agora