CAPÍTULO XXV

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- Mila, peciso que Sara reconheça o suspeito. - encarei minha irmã com surpresa.

Assim? Tão rápido?

Não se passaram mais que quatro dias desde que Sara deu seu depoimento contando tudo e que podia sobre seu tempo cativa.

Nesse meio tempo, Sofia pareceu distante e, totalmente, empenhada no caso, mais que meses atrás quando ela decidiu que o assumiria. Minha irmã, simplesmente, se afundou em papéis e delegacia. Talvez em busca de provas, talvez em busca de outro caso...

A questão é que, por mais que eu acreditasse que ela sabia onde procurar, como procurar e quando procurar, parte de mim matou toda a esperança que eu sentia de ver o cretino na cadeia. Oito anos sem minha filha me fizeram ser assim mas, agora, eu sentia que tudo, finamente, voltaria a ser, ou tentar ser, como era antes.

Segui até o quarto das meninas. Oli ficou super animada com a chegada da irmã mais velha e de outro bebê. Se sentia como uma irmã mais velha, mesmo não sendo irmã.

Sara estava sentada na pequena cama com Charlie no colo e a irmã ao seu lado. Parecia contar uma história às duas.

- Tomou seus remédios hoje? - questionei me fazendo presente no local.

- Já sim, mamãe. - desviou o olhar de mim para a filha sorrindo. - Não vamos parar de ter nosso momento, não é filha?

Oli olhava atenta ao nosso diálogo, sem desgrudar, um minuto se quer, de Charlie, ela se tornou sua boneca preferida nos últimos dias.

- Sofia ligou.

- E então? - o nervosismo disfarçado na voz foi entregue pelas suas mãos agitadas.

- Ela quer que você vá lá. - engoli a saliva. - Precisa reconhecer os suspeitos.

- Uau. - arregalou os olhos deixando a filha deitada na cama e vindo em minha direção. - Ela já o achou? Achou mesmo o Golias? - seus olhos esperançosos partiram meu coração.

Quais as chances? Se passaram tão poucos dias...

- Veja bem, são suspeitos. Nada confirmado mas quem sabe?

- Eu só preciso trocar de roupa e arrumar Charlie e então nós

- Eu fico com ela. - Shawn a interrompeu aparecendo na porta, do nada. - Desculpa, eu passei e acabei ouvindo, não resisti. - coçou a nuca.

- É feio ouvir atrás da porta, papai. - Oli disparou, completamente, distraída com a mão da sobrinha.

- Sinto muito, Oli. - pareceu sem graça. - Você tem total razão. - se aproximou dela. - Me desculpe, sim?

A menina sorriu sapeca antes de apontar o dedo para nós duas.

- Mamãe e tata também?

- Oh, sim. - sorriu para ela. - Vocês me desculpam por ter ouvido atrás da porta? - se virou para nós. - após o nosso aceno de cabeça ele se levantou com Olivia no colo. - Mas eu estava falando sério... eu fico com todos, sem problema algum.

Após algum silêncio, Charlotte fez o primeiro ruído chamando a atenção de todos.

- Vocês acham que ela está mais gordinha? Parece, não é? - a menina mexia as mãos no ar, brincando com o nada.

Apenas mais uma história clichê sobre o que é amar...Onde histórias criam vida. Descubra agora