capítulo doze.

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Harry sorriu no momento em que percebeu eu abaixei a guarda me fazendo quase desistir de deixa-lo me beijar. Sem dúvidas, aquele dia não poderia me surpreender mais. De um chá da tarde entediante tinha saído a minha primeira vez dormindo fora de casa, a primeira vez que eu estava sozinha no quarto de um garoto e a primeira vez que eu e Harry estávamos tão confortáveis um com o outro. A sensação familiar do seu polegar acariciando minha bochecha enquanto sua linha entrava na minha boca quase me fez esquecer que tudo estaria um desastre amanhã.

Meu celular vibra em meu bolso, fazendo Harry tirar o aparelho do meu bolso jogando-o para longe. Ele beija meu pescoço me fazendo apertar os fios de cabelo da sua nuca. Não importa quantas vezes  prometi a mim mesma que não faria isso, que não me envolveria com alguém que fosse tão conhecido por todos dessa maldita cidade pequena. Eu sequer conseguia pensar nos motivos para não estar aqui agora. Era a primeira vez que eu não dava a mínima para o que falariam de mim, e a sensação era ótima.

- Seu celular não parou de tocar nem por um segundo. - Harry tirou o rosto do meu pescoço me olhando com a testa franzida.

Dei ombros de forma desajeitada antes beijar ele novamente. Seja lá quem fosse, poderia esperar até amanhã. Eram mais de nove horas de um domingo a noite, nenhuma notícia boa viria daí e com certeza, já tive emoções de mais para um dia só. Harry pareceu decidir esquecer o celular no momento em que colei minha boca na sua, sua mão esquerda adentrou a blusa de moletom ridiculamente rosa que eu estava usando pairando na minha cintura de uma forma possessiva.

- Angel! - Uma batida forte ecoou no quarto me fazendo congelar. - Angel saia desse quarto imediatamente!


- Ela vai me matar. - Arregalei os olhos, empurrando Harry de cima de mim enquanto levantava da cama em um pulo.

O frio do tom de voz gelado da minha mãe com certeza poderia ter sido sentido em todos os cômodos da casa enorme. Ela estava furiosa, eu podia até mesmo imaginar suas bochechas vermelhas de irritação e ouvir o sermão longo e repetitivo que eu iria ouvir agora.

- Você está mesmo com medo da sua mãe?

Harry riu da minha cara de desespero me fazendo torcer o nariz enquanto prendia o cabelo que tinha se soltado em algum momento. Era claro que ele não entendia que eu e ele tínhamos tido criações bastante diferentes. Enquanto ele batia nas pessoas enquanto a mãe chorava, eu ficava calada enquanto a minha mãe dizia todas as coisas que eu poderia fazer e na hora que iria fazer.

Seus braços se cruzam de forma desafiadora quanto minha mãe bate novamente na porta. Enquanto eu puxava o moletom para baixo como se estivesse nua, Harry continuava parado sem sua blusa com nenhum traço de desconforto.

- Mãe eu só... - Me apressei em dizer tomando um susto quando vi Zayn ao seu lado.

Quanto tempo eu tinha ficado nesse quarto?

- O que você tem na cabeça? - Ela elevou o tom de voz olhando para mim de cima abaixo. - Harry acabou de ter um colapso de raiva e você simplesmente sai correndo atrás dele?

- Não tive nenhum colapso. - Harry responde me deixando chocada, era a primeira pessoa que tinha coragem de contradizer minha mãe. - Angel só tentou ajudar.

Zayn me encarou de cima abaixo parecendo estranhamente quieto. Sua mandíbula tensa quando seu olhar voltou até Harry, me fazendo franzir o cenho de confusão.

- Eu não estava falando com você. - Minha mãe arqueou as sobrancelhas, lançando um olhar de desdém a ele. - Vamos para casa imediatamente, mocinha.

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