Ele traz a Vida.

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Já fazia duas semanas completas que Harry estava na mansão, ele passava o dia com Nagini, e depois de um tempo até convenceu a mulher a deixá-lo cozinhar. Nagini costumava comer carne crua, Harry a flagrou uma vez engolindo um coelho inteiro em sua forma de cobra. A mulher temeu ter assustado o garoto, no entanto, Harry se mostrou compreensivo e naquela noite preparou uma lebre para ela, que comeu agradecida. 

Também durante essas duas semanas Harry criou outros pequenos hábitos, como caminhar pelo pomar, agora com alguns centímetros de neve, mas ainda assim lhe transmitia uma beleza única e pacífica. E o outro hábito era perambular pela noite, nos primeiros dias ele ia até o escritório do senhor da mansão e se sentava próximo da porta, ele espera poder vê-lo novamente e agradecer devidamente. Mas a porta não tornou a abrir, então em uma noite enquanto ele seguia em direção ao escritório ele viu alguém passar rápido pelo corredor, ele seguiu a pessoa que não conseguia ver, a perdendo de vista muito rápido, os outros dia pareceram uma brincadeira de gato e rato. Ele caminhava pelos corredores em busca da pessoa e notou que a mesma estava levando na brincadeira também, pois as vezes parecia espera-lo quando ele ficava muito para trás. 

Harry soube por Nagini que o nome do senhor da mansão era Tom Riddle, e que ele era o último de sua linhagem. O menino se viu cada dia mais curioso para saber sobre Tom, como ele era? Do que gostava? Porque morar no meio da floresta proibida? Porém Nagini não contava muito, na verdade ela não contava nada, mesmo quando o moreno insistia de forma irritante. 

Naquele dia Harry passou a maior parte do tempo na biblioteca que havia descoberto, ele estava devorando um livro que achou interessante, Nagini ficou um tempo em sua forma animal enrolada ao garoto para se aquecerem, depois a serpente saiu para caçar deixando o menino muito ocupado com os livros.

A noite Harry se levantou e como sempre fazia, colocou um casaco por conta do frio que fazia e saiu do quarto com passos silenciosos. Ele estava perto das escadas quando ouviu uma melodia, sorrindo alegremente ele desceu quase correndo e seguiu o som até chegar a uma sala que parecia mais um salão de festas, e ao canto estava um homem de costas para ele, tocando com maestria um belo piano de calda.
 
Harry ficou por meio minuto parado, com medo de se mover e o homem sumir, Harry notou pela luz da lua que entrava pelas grandes janelas que o homem tinha belos cabelos negros, tão negros quanto a noite e estavam impecavelmente alinhados, os ombros eram largos e ele parecia ser alto. Suas mãos de dedos longos tocavam com uma leveza quase fantasmagórica o piano. E como se fosse atraído, Harry caminhou em silêncio até perto do homem, seu coração batendo rápido e ansioso em finalmente poder ver a pessoa que foi alvo de sua curiosidade por tantos dias. 

Lentamente ele deu a volta até poder ver o rosto do homem, os olhos de Tom estavam fechados o que deu a Harry a visão dos cílios longos num rosto simétrico, lábios nem muito grossos nem muito finos, um nariz reto e sobrancelha bem marcadas e negras. Se Harry não estivesse vendo as mãos se moverem e ouvindo a melodia calma do piano, diria que o homem a sua frente dormia tranquilamente. 

O menor mordei o lábio enquanto não conseguia deixar de encarar, ele hesitava, não sabia o que dizer, nem se devia atrapalhar o momento. Por fim ele sussurrou tão baixo que tinha certeza que o homem a sua frente não ouviria.

- Oi. 

Porém o homem havia ouvido sim. 

- Olá, pequeno. – disse em uma voz grave e melodioso. Harry se sentiu estranho ao ouvi-lo, quase como se estivesse hipnotizado. 

- ahn... Eu... Você... – balbuciou sem saber o que dizer. – obrigado... Senhor. 

- e pelo o que está me agradecendo? 

- por tudo, por me deixar ficar aqui e por ter me salvado da morte. – disse ele vendo Tom parar o que estava fazendo. 

- acha que eu o salvei? – perguntou com as sobrancelhas franzidas sem abrir os olhos. 

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