Você é o próximo.

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A criança chorava, não conseguia compreender o que estava acontecendo, mas sabia que havia algo errado.
 
O bebê olhou para o rosto da mulher ruiva, estava escuro demais para identifica-lo, mas seus cabelos brilhavam com a luz da única vela próxima. 

- seja forte, Harry. – sussurrou a mulher que parecia chorar. – nós te amamos. Ele vai protegê-lo, ele vai...

Harry despertou assustado. Ele já havia sonhado com aquela mesma mulher muitas vezes. Em algumas vezes ele podia ouvi-la gritar, e então tudo terminava com fogo. 

Ele não entendia o que aquilo queria dizer, mas ele achava ser algum tipo de lembrança. Harry respirou fundo e fechou novamente os olhos deixando seu corpo afundar mais nos lençóis macios e em todas aqueles travesseiros que pareciam nuvens.

- o que? – se sentou em um sobressalto e olhou em volta assustado. 

O quarto em que estava era grande, com móveis rústicos e em tons escuros. Os lençóis que o cobriam era de seda negra. Ele se perguntou por um instante onde ele estava. 

Sua cabeça latejava enquanto ele tentava se lembrar como chegou naquele quarto. Sabia que não estava na casa dos seus tios porque aquilo parecia luxuoso demais para os Dusleys, e eles nunca o colocariam em uma cama. Mas então, onde estava?
 
Olhando mais atentamente ele notou as portas, uma delas com certeza era a saída. O garoto se levantou em um pulo e se apoiou na cama enquanto uma tontura lhe atingia por ter levantado muito rapido. Ele não sabia que horas era, nem quanto tempo ficou desacordado. 

Assim que se sentiu seguro para caminhar ele se deixou levar pela curiosidade, notou que uma das portas levava para um banheiro igualmente cheio de luxo, e Harry se perguntou se as torneiras seriam mesmo feitas de ouro como parecia, a outra porta se abriu para um corredor.
 
Harry olhou para os dois lados, notando outras portas, alguns vasos e quatros. Ele escolheu um caminho e seguiu com passos cauteloso, seus pés descalços sentindo o piso de madeira frio. 

Virou em mais corredores e passou por mais portas até chegar em uma escada dupla. Se apoiou no corrimão e desceu degrau por degrau. Aquela casa era muito grande e Harry se perguntava de quem era e porque ele estava ali. 

Ele se lembrava de ter tentado fugir de algo na floresta proibida, quem o teria salvo da morte? E onde estaria essa pessoa para que pudesse agradecer? 

Assim que o moreno chegou ao último degrau ele procurou por alguém, mas não havia ninguém ali. Vasculhou alguns cômodos e voltou ao pé da escada. Ele se sentia perdido ali dentro e ainda mais curioso. 

Harry ouviu um sibilar baixo e levantou os olhos, alguns degraus a cima se encontrava uma imensa cobra esverdeada e de olhos amarelos brilhantes. O menino sentiu os joelhos falharem e prendeu a respiração. 

O réptil o encarava nos olhos enquanto sua língua bifurcada farejava o ar. A cobra começou a rastejar degrau a baixo e os olhos verde se arregalaram ainda mais. 

O menino tentou correr, porém suas pernas não se mexeram e tudo que ele conseguiu foi tropeçar dois passos para trás antes de cair sentado no chão. A cobra se arrastava pelo último degrau quando Harry, se arrastando para longe do réptil, esbarrou em uma armadura e a derrubou causando um imenso barulho. 

Harry tinha certeza que seria devorado pelo animal que não tirava os olhos dele, mas para seu choque ainda maior, a cobra parou de rastejar quando chegou aos seus pés e se contorcendo ela tomou forma humana. 

O queixo do menino caiu quando ficou cara a cara com uma bela mulher jovem de olhos negros e puxados, boca pequena e os cabelos presos com poucos fios caindo ao lado do rosto. A mulher o olhava de forma calma e lhe sorriu pequeno. 

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